Babel |
Cá nesta Babilónia, donde mana
Matéria a quanto mal o mundo cria;
Cá, onde o puro Amor não tem valia,
Que a Mãe, que manda mais, tudo profana;
Cá, onde o mal se afina, o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega Monarquia
Cuida que um nome vão a Deus engana;
Cá, neste labirinto, onde a Nobreza,
O Valor e o Saber pedindo vão
Às portas da Cobiça e da Vileza;
Cá, neste escuro caos de confusão,
Cumprindo o curso estou da natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"
Como o pobre poeta se queixava da Pátria sem que ninguém lhe desse ouvidos!!
(o mesmo nos está a acontecer e ninguém nos dá ouvidos...)
E que bem o entendeu Sophia,!
Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.
Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.
E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.
Irás ao paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência.
Este país te mata lentamente.
Grades (1970)
E matou de fome e de indiferença! :(
ResponderEliminarE quem falou dele hoje nos discursos?
Afinal ele era o "festejado" nº 1!
Abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAcabo de editar um discurso de Jorge de Sena,
ResponderEliminar10 de Junho de 1977
Ler, vale a pena
até pelo comentário deixado pela nossa Rosa
~
ResponderEliminar~ Lamento, Graça, mas não estou de acordo contigo.
~ Na minha opinião, fazer uma desiludida crítica social
e política, não é o mesmo que censurar a pátria.
~ Temos conceitos diferentes da acepção do termo pátria.
~ ~ ~ Grande abraço. ~ ~ ~
Nada dado a cerimónias croquete e pastel de bacalhau, o dia em si diz-me pouco.
ResponderEliminarImporta-me mais o sentimento pátrio.
E esse está comigo todos os dias.
Beijinhos
Muito bem, Amigo Pedro!!
ResponderEliminarCamões e Sofia sentiam viam a desgraça deste país.
ResponderEliminarE continuamos com o FAÇAREI a distribuir caricas e a dizer
- Como te chamas menino?
- António.
- E tu?
- Joaquim.
- E tu?
- João.
- SIM SENHORA!!! Então vamnos cantar o hino nacional, está bem?
ResponderEliminarUm dialogismo muito interessante.
"Os bons vi sempre passar
No mundo graves tormentos;
E para mais me espantar
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos."
Camões
"Esparsa ao desconcerto do mundo"
Bj.
Mas que maldição caiu sobre nós desde o início da nação, meu DEus?
ResponderEliminarTambém publiquei um soneto dele.
Espreita o meu facebook , pois gostaria de saber a tua opinião acerca do que escreve Leonilde Santos !
Fica bem
Chego atrasada, mas a tempo de dizer que gostei muito a forma como relembrar o dia de Camões.
ResponderEliminarBeijinho e uma flor
Era assim no tempo de Camões, como já o era anteriormente, continuando a ser assim no tempo de Sophia, nos dias de hoje e nos que hão-de vir!
ResponderEliminarMudam-se as moscas e tudo permanece igual e com as mesmas queixas, sempre na esperança de "situações" melhores que nunca chegam. nem chegarão !
Privilegie-se a Amizade e o bom relacionamento em detrimento da política e dos seus pontos de vista, de cada um !
Beijinhos, Graça ! :))
.
Concordo, Amigo Rui!! Mas tudo o que fazemos e somos e pensamos tem a ver com a política (se bem que não partidária, claro!)
ResponderEliminarBeijinhos e boas passeatas pela "Mouraria" - que é, afinal, a minha terra!
Majo, a noção de pátria é, de facto, muito mais abrangente que a de país. Mas entre o grande Camões e nós há uma espaço de 500 anos, tempo mais que suficiente para se mudarem os conceitos que das coisas temos.
ResponderEliminarBeijitos camonianos...
"Os bons vi sempre passar
ResponderEliminarNo Mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só para mim,
Anda o Mundo concertado."
Camões sabia o que escrevia.
beijinho
Gracinhamiga
ResponderEliminarNo dia de ontem Camões (além de não falado) vingou-se; mas o fanico só durou meia hora.
Bem podia o Vate ter feito muito melhor serviço; assim, só limpou as mãos na parede da sé da Guarda.
Qjs
Camões não foi ouvido antes de morrer, tal como toda a gente que não nasce num berço de ouro!
ResponderEliminar~
ResponderEliminar~ ~ Exatamente, Graça.
~ ~ Conhecemos sobejamente o patriotistismo de Camões expresso nos Lusíadas.
~ Muitos confundem-no com fascismo, por ter sido usado pelo Estado Novo; outros,
~ pretendem anulá-lo para provar que o poeta era um socialista ou democrata...
~ ~ ~ ~ Beijinhos muito amigos. ~ ~ ~ ~
Camões foi "usado" pelo Estado Novo porque servia os seus intentos nacionalistas. Que culpa podia ter tido o Vate?
ResponderEliminarA minha avó espanhola dizia. «Só temos o que nos querem dar» e é bem verdade!
Boa, Henriquamigo!!