O ministro Nuno (C)rato veio, no início da semana, às rádios e às televisões anunciar que, no 3º ciclo, as disciplinas de História e Geografia vão contar com mais um tempo semanal e que a área das ciências experimentais (Ciências Naturais e Físico-Química) vai contar, de igual modo, com uma maior carga horária semanal. Tudo isto para além de se manterem as horas a mais já atribuídas à Matemática e à Língua Portuguesa. Foi assim que ouvi nos noticiários e até fiquei algo surpreendida com a benesse. Mas, de seguida, puseram o Fenprofista Mário Nogueira a dizer que a reorganização curricular proposta iria lançar no desemprego não sei quantas centenas de professores, o que me surpreendeu, ou baralhou, ainda mais.
Esperei pelos jornais do dia seguinte e então percebi que o senhor ministro (C)rato se esquecera de dizer na notícia curta para os jornais televisivos e radiofónicos – que são aqueles a que acede a maioria dos portugueses – que as áreas artística e tecnológica iriam sofrer cortes bem grandes bem como desapareceriam completamente as áreas curriculares não disciplinares (que o público em geral não sabe e que grande parte dos professores também não ou já não se lembra que foram pedidas e algumas exigidas, como foi o caso da Formação Cívica – aquela hora a mais a ser lecionada pelo Diretor de Turma para tratar de assuntos de formação pessoal e social e de cidadania com os seus alunos – pelos próprios professores no seu geral, no tempo do belíssimo ministério do Professor Roberto Carneiro. Atenção que não foram inventadas pelos “fazedores socialistas do Eduquês” como o senhor ministro (C)rato e muitos professores bloguistas gostam de referir (vide o seguidor aderente – “aderente” de “aderência” e não de “adesão”, passe o trocadilho ou jogo de palavras – do professor Ramiro Marques e da torpe pedante Anabela Magalhães, entre outros.
Depois de feitas as contas, os alunos do 2º ciclo “emagrecerão” o seu horário semanal de 33 aulas para 30, enquanto os do 9º ano o “emagrecem” de 36 para 32 aulas. Isto para me ater apenas aos ciclos do ensino básico obrigatório. Não me vou aqui estender a esgrimir as desvantagens ou as vantagens destas horas a menos que os alunos terão de escola obrigatória. Não posso é deixar de referir aqui o discurso altamente demagógico e enganador do senhor ministro que foi dizendo que esta proposta ora apresentada – e que estará à discussão até finais de Janeiro (de certo que apenas com as indizíveis Confederações de Pais e com o inerme – ou inerte? – Conselho de Diretores que, por acaso, até já tinham concluído em reunião imediatamente anterior à apresentação da proposta ministerial, que ainda se podem cortar mais umas tantas disciplinas… ) foi pensada tendo em conta apenas o que é melhor para os alunos. Claro! Nem outra coisa pensaríamos! Nada tem a ver com a redução do orçamento para a Educação, que é isso?
Paralelamente, ouvi agora no telejornal das oito que o plano nacional de vacinação das crianças também vai sofrer cortes mas apenas por razões médicas nada tendo a ver com os cortes orçamentais para a Saúde.
O que é que os médicos – já para não falar dos professores – têm andado a fazer até agora? Só disparates, claro!
Que alunos?
ResponderEliminar...ele nem devia comentar,dar entrevistas e & etc,é porventura ministro das finanças?
todos estes ministros e secretários de estado, aparentemente sem experiência politica, devem ter tido um curso de "vendedores de banha da cobra", dado pelo Relvas. :)
ResponderEliminarMalabarismos de "vendedores da banha da cobra" como diz o Luís Eme...
ResponderEliminarTambém me parecia a fartura muita com aumentos por um lado sem cortarem noutro!
Esta gente só pensa em cortar...menos nas suas mordomias!
Abraço
Estou abismado com as posições assumidas por Nuno Crato.
ResponderEliminarEste é, não tenho dúvida, uma daquelas pessoas que enquanto ministro anda a reboque do chefe.
Conheço-o pessoalmente.
Não estava vê-lo a alinhar nestas coisas.
Mas a política transforma tudo e todos.
Nada se perde, nada se cria... tudo se transforma... até as pessoas válidas, quando cheira a poder!
ResponderEliminarQuerida Carol, acho muitíssimo mau, desaparecer Formação Cívica! Andámos anos a pedir esta disciplina e agora vai-se...
ResponderEliminarE já se sabe que estas medidas não têm nada a ver com medidas economicistas, claro...
Bem lembrado, caro amigo Luís!
ResponderEliminarDe facto, chegam ao poder e ficam tão apanhados que mudam logo de opinião! Estúpida política!
E o pessoal aguenta e cara alegre!
O ministro (C)rato disse tudo, Carol, a nossa comunicação social é que na generalidade escondeu.
ResponderEliminarEstes jornais são tão servis que já me metem nojo!
E são só os jornais?!.... Cadê os outros?....
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