O meu muito querido cantor, autor, escritor-poeta de sempre Sérgio Godinho veio ontem a Leiria fazer a apresentação do seu último CD, o já muito conhecido Mútuo Consentimento. Fui - com a minha filha mais nova, uma fã incondicional dele desde a sua adolescência - assistir a mais um dos seus belíssimos espetáculos em que todos os momentos são de grande qualidade e de grande vivacidade.
Os Assessores, um grupo de sete jovens músicos inexcedíveis que o acompanham há já algum tempo, são uma presença de uma imensa vivacidade que tocam e cantam a uma só voz mostrando um conhecimento profundo e até um carinho muito especial pelo seu cantor. Este, com os seus vividos sessenta e seis anos, continua a ter o mesmo vigor e a mostrar a mesma alegria e entrega de sempre a que se junta uma empatia e uma boa disposição que nem sempre conseguiu transmitir.
Abriu o concerto com uma interpretação ótima de Mão na Música, uma canção mais dita do que cantada, apresentando de seguida Bomba Relógio e Acesso Bloqueado do disco novo alternando depois outras canções novas com os êxitos de sempre como A Vida é Feita de Pequenos Nadas, Arranja-me um Emprego (sempre atual e agora ainda mais atual que nunca), Liberdade, Etelvina, Quatro Quadras Soltas, Às Vezes o Amor, Balada da Rita (daquele filme louco dos anos 80, Kilas, o Mau da Fita, lembram-se?), Pode Alguém Ser Quem não é, etc. etc.
O público - nem é preciso dizer que o Teatro estava cheio - foi-se deixando contagiar pelo entusiasmo e pela alegria esfuziantes dos do palco - não esquecer que se tratava de público sobretudo leiriense, sempre algo contido e refreado - acabando por, de certo modo, se soltar com o Coro das Velhas, o Primeiro Dia e, por fim com O Homem dos Sete Instrumentos e o muito, muito conhecido e usado Com Um Brilhozinho nos Olhos.
Uma das que mais me tocou pela atualidade e que decidi aqui deixar foi Portugal, também conhecida por Só Neste País, de que deixo, de igual modo a letra, pela atualiade, repito.
Unamo-nos
Nós somos os famosos anónimos
Mesmo assim já cumprimos os mínimos
Somos todos únicos
Que mais vão querer de nós
Para provar quem vai à frente
Ou fica atrás
Nós somos os famosos anónimos
Mesmo assim já cumprimos os mínimos
Somos todos únicos
Que mais vão querer de nós
Para provar quem vai à frente
Ou fica atrás
Se é por
Ir estabelecer um novo record
Compremos o Guinness
Ao preço que for
E fica o assunto homologado
E sai espumantes
Às vezes dá p’ra um banquete
Ou dele as sandes
Ir estabelecer um novo record
Compremos o Guinness
Ao preço que for
E fica o assunto homologado
E sai espumantes
Às vezes dá p’ra um banquete
Ou dele as sandes
Sempre
Complicamos a coisa mais simples
E simplificamos a complicada
Sai em rajada
O tiro pela culatra
Às vezes mata
Às vezes ressurreição
Foi de raspão
Complicamos a coisa mais simples
E simplificamos a complicada
Sai em rajada
O tiro pela culatra
Às vezes mata
Às vezes ressurreição
Foi de raspão
(Só neste país…)
Só neste país
É que se diz:
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país
É que se diz:
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país
São muitos séculos em morna ebulição
A transitar entre o granizo e a combustão
E um qualquer hino
P’ra qualquer situação
A pessimista, a optimista…
E vai abaixo e vai acima
E vai abaixo, e vai acima
(e agora a rima):
A transitar entre o granizo e a combustão
E um qualquer hino
P’ra qualquer situação
A pessimista, a optimista…
E vai abaixo e vai acima
E vai abaixo, e vai acima
(e agora a rima):
Portugal é nosso p’ro bem e p’ro mal
E o mal que está bem
E o bem que está mal
E o bem que está bem
E o bem que está mal
E o bem que está bem
Juro
P’lo fado
P’lo baile e p’lo kuduro
Que este país ‘inda tem futuro
É verde e maduro
Como a fruta, às vezes brota
Às vezes, consternação
Secou no chão
P’lo fado
P’lo baile e p’lo kuduro
Que este país ‘inda tem futuro
É verde e maduro
Como a fruta, às vezes brota
Às vezes, consternação
Secou no chão
Por isso unamo-nos
Nós somos os famosos anónimos
Mesmo assim já cumprimos os mínimos
Somos todos únicos
Que mais vão querer de nós
Para provar
Quem vai à frente
Ou fica atrás…
Nós somos os famosos anónimos
Mesmo assim já cumprimos os mínimos
Somos todos únicos
Que mais vão querer de nós
Para provar
Quem vai à frente
Ou fica atrás…
(Só neste país…)
Só neste país
É que se diz:
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país
É que se diz:
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Só neste país
Portugal é nosso p’ro bem e p’ro mal
Estive(mos) lá mas contive-me (não tirei a máquina fotográfica do estojo)...
ResponderEliminar:(
Mas tanto aplaudi e cantei que ainda sinto as mãos e a garganta quentes. Foi fantástico!
:)
Fixe.
ResponderEliminartambém gosto muito do Sérgio.
Leiria está na moda?
ResponderEliminarEstá a tornar-se uma cidade mais viva, não está?
Querida Carol, já há uns tempos que não vou a um concerto do Sérgio. A última vez foi no Coliseu de Lisboa. Pelo vistos este concerto, foi dos bons. :)
ResponderEliminarCarolamiga
ResponderEliminarDiscordo da Turista: eles são sempre bons, óptimos, fabulásticos, este também tinha de ser. Leiria está muito na berra, e bué da fixe. Chego a pensar que Lisboa até já tem... vergonha.
Tal é a desgraça, que, ao menos, o Lis seja boa, ops, bom.
Qjs
Estou com uma lombalgia.- lado esquerdo, acima da anca.
ResponderEliminarEscrevo com uma mão enquanto, com a outra seguro o saco de água quente. Já tomei um adalgur n, mas não senti melhoras.
Perdoa vir assim, com uma mensagem pré-feita. É contra meus princípios faze-lo, apenas o faço por ser uma situação excecional
Ha´algum médico por aí’
Só venho desejar um bom domingo.
bshell
E eu aqui tão perto sem saber! :-((
ResponderEliminarO que vale é que a "jornalista" estava lá...com um brilhozinho nos olhos!
Abraço
Carol
ResponderEliminarNão sabia, se soubesse tinha estado presente, Sérgio Godinho é uma referência.
Beijinho
E eu, maluquinho dos livros sobre coisas de antanho, cá me fiquei, preocupado em ouvir falar do COUSEIRO...
ResponderEliminarParece que já há herdeiros da obra do Sérgio Godinho!
Ainda bem!
Bjs
Também gosto imenso de SÉrgio, desde sempre e já o vi várias vezes em espectáculos.
ResponderEliminarDas canções que apontas, só há uma ou duas que me agradam menos. Mas acho-o extraordinário!
Bom resto de domingo
Muito boa a música.
ResponderEliminarPor esta minha capital da Beira Alta nada surge, nada acontece!
ResponderEliminarQue inveja....
Boa semana.
Beijo
Desde sempre muito ligado a José Mário Branco e a Fausto, dos 3 o meu preferido pela sua forma de cantar muito sui-generis !
ResponderEliminarPor volta do 25 de Abril, "Com Um Brilhozinho Nos Olhos", "O Primeiro Dia", "É Terça-Feira", para citar apenas 3 das que ficaram na memória de todos.
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Ai que o Henriquamigo é um bocado exagerado... Agora Leiria a fazer inveja a Lisboa... nem a Viseu, acácia, que é uma cidade toda avançadex...
ResponderEliminarEntão os meninos aqui de perto não sabiam do concerto? Que pena! Da próxima vez faço publicidade. Fica combinado!
Mas foi mesmo bom, não foi, Rui?