Faz hoje cem anos que, em sessão de câmara, a Assembleia Constituinte confirmou a legalização da bandeira nacional, pelo decreto n.º 141. Não foi no entanto, nada pacífica a escolha da bandeira depois da implantação da República em 1910.
No dia 5 de Outubro, ao ser proclamada a República, na Câmara de Lisboa apareceu uma bandeira verde e vermelha como as que tinham já sido desfraldadas nos centros republicanos de muitas cidades e vilas do país. Assim acontecera durante a revolução de 31 de Janeiro de 1891 na Câmara do Porto. Tratava-se do modelo adoptado pela Carbonária que, além das cores verde e vermelho, incluía uma estrela de cinco pontas e a esfera armilar.
Segundo Isabel Lousada, professora e investigadora da universidade Nova de Lisboa, José de Castro – presidente da Comissão de Resistência e grão-mestre adjunto da Maçonaria em substituição do grão-mestre Magalhães de Lima, exilado em Paris – solicitara, com o maior sigilo, a Adelaide Cabete e Carolina Ângelo – ambas da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e da Maçonaria Feminina – a confecção de bandeiras verdes e vermelhas a serem hasteadas aquando da revolução que viria a extinguir a Monarquia em Portugal.
Em 15 de Outubro de 1910, o governo provisório nomeou uma comissão composta por Columbano Bordalo Pinheiro, João Chagas, Abel Botelho e mais dois oficiais do Exército e da Marinha para idealizarem a bandeira nacional. Em 29 do mesmo mês foi apresentada a primeira versão da bandeira concebida por Columbano. Como sempre acontece depois das revoluções que, passe o exagero, “não deixam pedra sobre pedra” ninguém se entende daí desencadear-se, em torno da escolha da bandeira, uma polémica que dividiu políticos, escritores, poetas e artistas.
A Assembleia Nacional Constituinte, eleita em 28 de Maio de 1911, estabeleceu no que toca à escolha da bandeira a seguinte resolução: “as bandeiras nacionais serão bipartidas verticalmente verde-escuro e vermelho ficando o verde do lado da tralha. Ao centro, e sobreposto à união das duas cores, o escudo das armas nacionais orlado de branco sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivado em negro. A divisória entre as duas cores será feita de modo que fiquem dois quintos do comprimento total ocupados pelo verde. O emblema central ocupará metade da altura da tralha.”
Cumpriram-se as cores do projecto de Columbano. No relatório da comissão nomeada pelo governo provisório, Abel Botelho interpretou o vermelho como “cor combativa e quente é a cor da conquista e do riso; uma cor cantante e alegre lembra o sangue e incita à vitória” enquanto o verde aparece como “a cor da esperança e do relâmpago significa uma mudança representativa na vida do País.”
(Texto escrito de acordo com um texto de António Valdemar jornalista e investigador)
Safa! Pensava que ia haver alguma alteração para laranja! :-))
ResponderEliminarAndas numa de efemérides?
Não te esqueças da tomada de posse do novo governo! :-))
Abraço
Depois de explicada a bandeira
ResponderEliminarHonremos o sentido das cores
Ponhamos um pouco de vermelho
pois a esperança é sempre verde
E eu "pendurada" no VERDE, com unhas e dentes... (lol)
ResponderEliminarDeveríamos ter ficado com a azul e branca (sem as armas reais). Era mais bonita e tinha mais lógica do que ter que arranjado uma interpretação posterior para as cores actuais.
ResponderEliminarAssim temos uma bandeira do tipo África:)
Uma bandeira de idade vetusta e que merece respeito...
ResponderEliminarNão, Rosinha, para laranja, AINDA não!
ResponderEliminarM! - és monárquica? Eu gosto muito de azul e branco mas a nossa bandeira é muito viva muito forte! Gosto da sua história. Merece respeito, como diz a Justine.
Temos de nos estribar no verde não é? É esperança - ou será por ser a cor do Sporting?!