Hoje é dia de S. Pedro e, a propósito lembro-me que ainda aqui não falei da palestra sobre Cultura em Noite de S. João que se realizou no Moinho de Papel cá em Leiria. Terá de ficar para outro dia. Até porque se celebra hoje, dia 29 de Junho, o 110º aniversário do nascimento do escritor aviador (1900-1944) Antoine de Saint-Exupéry (já viram como o Google está festivamente engalanado?) autor de “O Principezinho”, conhecido livro para crianças que, na minha modesta opinião, tal como a “Alice no País das Maravilhas” é mais para adultos que para crianças.
É de tal modo um livro carregadinho de mensagens importantes e de ensinamentos para filhos e pais que não resisto a deixar aqui um excerto recebido de uma amiga e colega.
«- Ando à procura de amigos. O que é que «estar preso» quer dizer?
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu – disse a raposa. – Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
- Sim, laços – disse a raposa. – Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo…
[...] se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de Sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve para nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo…
[…]
Foi assim que o principezinho prendeu a si a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! – exclamou a raposa – Ai que me vou pôr a chorar…
- A culpa é tua – disse o principezinho. – Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te prendesse a mim…
- Pois quis – disse a raposa.
- Mas agora vais-te pôr a chorar! – disse o principezinho.
- Pois vou – disse a raposa.
- Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! – disse a raposa. – Por causa da cor do trigo…»
(foto do autor aviador Saint-Exupéry pouco antes de desaparecer em 1944)
O Dr. Google ajuda-nos a lembrar datas importantes como esta... :-))
ResponderEliminarTambém o referi lá no meu espaço.
Um livro "cativante" para todos os tempos e idades!
Abraço
Ainda estou de férias, mas venho agradecer e retribuir a visita. Voltaei com mais tempo quando terminara s minhas férias.
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