quarta-feira, 23 de junho de 2010

Acabe-se com as DRE!



O Professor Ramiro Marques tem toda a razão quando diz que o Ministério da Educação pouparia uns milhares se dissolvesse as Direcções Regionais de Educação. O de professores (cheios daquela sabedoria com que nos enchem os ouvidos pelo telefone para as escolas) que voltariam a ocupar as suas vagas nas escolas! O de recursos materiais, dinheiro em ajudas de custo e eu sei lá o que mais que se pouparia!

É que, de facto, as DRE (pelo menos a do Centro, que é a que eu conheço bem) não servem para nada! Se não, vejamos. A lei orgânica destes organismos define as direcções regionais de educação como “serviços executivos que devem assegurar a orientação, a organização e o acompanhamento das escolas”. Nunca me vou esquecer das palavras da Dr.ª Fernanda Mota Pinto, primeira directora regional de educação do centro, em 1987, quando reuniu com os então Conselhos Directivos para lhes/nos dizer que a DRE não era um superior hierárquico, era “um serviço de apoio às escolas para deixar os CD libertos para tratar dos alunos”. Pois, pois! Ela havia de ver como a sua DRE está actualmente!

Abafa as escolas com constantes pedidos de preenchimento de questionários on line, relatórios e apanhados de duvidosa serventia. Quando se lhe faz um pedido de esclarecimento, ou não se obtém resposta ou vem uma resposta (curiosamente de um chefe de divisão que até se apresenta como jurista) tão dúbia, tão ambígua, que ainda nos atrapalha mais.

O mais frustrante ainda é quando se envia um pedido de ajuda para obviar a uma irregularidade perante a lei e o que obtemos como resposta é o mais abjecto silêncio. E quando se envia um premente pedido de esclarecimento ou de apoio à própria directora regional e obtemos a tal resposta ambígua do senhor jurista?

E quando vemos esta direcção regional a nomear como vice-presidente de um órgão de gestão de uma escola em Coimbra uma professora que esteve três anos de baixa e se apresentou ao serviço na passada semana! E quando vemos esta direcção regional e mandar dar posse a um director duas semanas antes do final do 2º período! E quando vemos que um director desnomeia elementos do Conselho Pedagógico para nomear outros mais a seu gosto na semana entre as reuniões de avaliação final e as reuniões de CP para decisão das retenções repetidas e outras tomadas de decisões iniciadas pelos elementos anteriores. E quando vemos professores do ensino básico, da escolaridade obrigatória, dar níveis 4-3-2 , ou 2-2-1, ou 3-3-2 na sequência dos três períodos lectivos? E quando assistimos a outros desmandos legais e tudo é aceite silenciosamente?

E qual é a posição da DREC perante tudo isto? Para que serve a DREC?


3 comentários:

  1. Sinto-me confusa quando vejo que alguns professores se incomodam com as avaliações que refere e nunca questionam as avaliações 2-2-3.

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  2. My Gog!
    A coisa está mesmo feia, bem pior do que no meu tempo...
    Mas também não me posso esquecer de uma directora regional que no tempo do cavaquismo "despediu" uma coordenadora e a sua vice de um Centro de Área Educativa por, segundo o seu douto parecer, não lerem pela cartilha do "regime"....

    Abraço

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  3. Pois é, JPR, não posso dar-lhe razão. Quando se dá 2 - 2 - 3, trata-se de uma vitória do aluno e nós damos-lhe o prémio de o passar; esforçou-se, trabalhou, nem que fosse mais na 3ª parte do ano; e na escolaridade obrigatória temos de reconhecer esses esforços dos alunos e nunca castigá-los pelos seus deslizes, ou desaires ou mesmo por uma preguiça final.
    Carol

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