Leitura de início de férias. Que, diga-se de passagem, nunca fiz distinção
nenhuma entre os livros de leitura de férias dos outros lidos em período de não
férias.
Segundo romance da jovem autora Ana Margarida de Carvalho, publicado em 2016,
depois de ter recebido o Grande Prémio de Romance e Novela da APE pelo seu
primeiro romance «Que Importa a Fúria do Mar» em 2013.
Eduardo Pitta deixa no ar a questão sobre será este seu segundo romance a
marcar o início da distropia na literatura portuguesa. Eu, simples leitora, não
vou saber dizer.
Só sei que tão embrenhada andei na leitura deste livro que passou quase uma
semana sobre a vinda para estes “mares do sul” e nem tenho ligado o computador…
Tem mesmo sido espreguiçalhar na cadeira da piscina, ir ao banho para esticar
bem as pernas e os braços e depois naufragar naquela imaginária praia intermitente
nas costas do Brasil juntamente com aquele grupo de sobreviventes do barco
tumbeiro clandestino: o capataz negreiro e o seu mísero criado, a fidalga
brasileira e a sua frágil filha, o padre que teve as suas origens nas fragas na
companhia das alcateias transmontanas, o jovem passageiro estudante, o escravo que
deu à costa montado num cavalo mutilado e o bebé pretinho salvo do porão do
barco negreiro.
Não vou contar mais nada. Se tiver conseguido despertar alguma curiosidade
em algum de vós, deixo abaixo alguns links
que poderão contar algo mais.
Só vou dizer que se trata de verdadeira
literatura. Desde Saramago, Lobo Antunes, Vergílio Ferreira não lia nada
tão surpreendente, tão profundamente inquietante, e tão filosoficamente vivido –
por esta ordem respetivamente.
E porque o título do romance
retoma um verso de O´Neill, aqui fica o respetivo poema.
Poema do Desamor
Desmama-te desanca-te desbunda-te
Não se pode morar nos olhos de um gato
Beija embainha grunhe geme
Não se pode morar nos olhos de um gato
Serve-te serve sorve lambe trinca
Não se pode morar nos olhos de um gato
Queixa-te coxa-te desnalga-te desalma-te
Não se pode morar nos olhos de um gato
Arfa arqueja moleja aleija
Não se pode morar nos olhos de um gato
Ferra marca dispara enodoa
Não se pode morar nos olhos de um gato
Faz festa protesta desembesta
Não se pode morar nos olhos de um gato
Arranha arrepanha apanha espanca
Não se pode morar nos olhos
de um gato
The cat looks evil!!!
ResponderEliminarContinuação de boas férias.
: )
Cats aren't evil... ever....
EliminarBeijinhos e miaus...
Espicaçaste-me a imaginação!!!
ResponderEliminarBjs e boas férias.
Que bom, papoila!
EliminarBeijinho.
Motivou-me a buscar a tal leitura!
ResponderEliminarAbraço.
Sei que iria gostar. A ver com a História do Brasil/Portugal, já depois da abolição da escravatura (no papel, claro...)
EliminarGosto de gatos.
ResponderEliminarFiquei curiosa.
Continuação de boas férias.
Beijinhos Graça
Obrigada, Malu! Boas fotos...
EliminarBeijinhos.
O poema de O´Neill já conhecia. Mas a obra de Ana Margarida de Carvalho, não. E é uma bela sugestão para comprar o seu livro. Continuação de boas férias por esses "Mares do Sul".
ResponderEliminarObrigada, amigo Manuel Tomáz. Boas leituras...
EliminarUm dos maiores romances que li ultimamente! AMC está a valorizar muito bem a herança paterna...
ResponderEliminarSem dúvida! Não está a ficar nada atrás de seu pai, o excelente mestre da escrita Mário de Carvalho.
EliminarBoas leituras e boas férias minha querida.
ResponderEliminarGrande beijinho
Obrigada, linda!
EliminarBeijinhos.
... e mais ainda se é preto...
ResponderEliminarBesitos
:))
EliminarJá alguém, aqui da blogo, havia mencionado este livro e esta autora. Apesar da curiosidade que me despertou, na altura, não o cheguei a ler. Talvez o compre, quando os meus olhos pousarem nele num qualquer escaparate de uma das livrarias que visito amiúde, Graça.
ResponderEliminarFoi o que aconteceu ontem. Não com este livro da jovem autora, mas com um outro, de um autor veterano que, por sinal, até é o 'Patrão' de uma das sólidas Barcas que navegam neste imenso mar cibernético.
Este não irá fazer crescer a pilha dos que estão em 'fila de espera' para ser lidos nem, tampouco, dos que estão a ser lidos 'au ralenti', paralelamente com as vindas aos blogs. Este será, até, para levar comigo quando vou descansar para o trabalho...
Beijocas, Graça. Continuação de excelentes férias e muitas banhocas, de mar ou piscina. :)
E não é que não entendi a referência ao livro? Enfim... não se pode entender tudo...
EliminarBeijinhos algarvios.
Então, Gracinha? Não conheces J. Rentes de Carvalho, o 'Patrão da Barca', que é como quem diz do blog "Tempo Contado"?
EliminarFicas aqui com o link: http://tempocontado.blogspot.pt/
Beijinhos nortenhos. :)
Não se pode, diz O'Neil.
ResponderEliminarAinda não topei o livro que a Graça recomenda. Pelas indicações, será daqueles que se lêem uma "folha atrás da outra".
Boas férias.
É um espanto! Que mestria de linguagem, de pensamento, de (des)construção diegética...
EliminarNão li mas, depois de ler o seu post, vou colocá-lo entre as prioridades. Continuação de boas férias, Graça.
ResponderEliminarObrigada, Carlos!
EliminarContinuação de bons textos lá pelo face e não só...
Despertou sim, Graça! Conselhos de leitura são sempre bem-vindas.
ResponderEliminarContinuação de boas férias.
Bjs
Obrigada, mz.
EliminarBeijinho.
Amo de paixão os felinos.
ResponderEliminarComo tu, também não distingo livros de férias e não de férias.
Que tenhas UM ÓPTIMO REPOUSO!
Beijinhos e feliz Agosto :)