Volveram, no passado dia um, 150 anos sobre a assinatura da Carta de Lei
que aboliu a pena da morte em Portugal. Foi no dia 1 de Julho de 1867.
Estava-se no reinado do ilustrado rei D. Luís, segundo filho da Rainha Educadora,
a Senhora Dona Maria II e de Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha, o rei artista.
Portugal foi dos primeiros países do mundo a abolir a pena de morte, o que
fez com que tenha sido muito felicitado por muitos governantes e, em especial,
pelo escritor Victor Hugo que enviou uma carta ao parlamento português em que
diz:
«(…)Felicito o vosso parlamento, os vossos pensadores, os vossos
escriptores e os vossos philosophos! Felicito a vossa nação. Portugal dá o
exemplo á Europa. Disfructae de antemão essa immensa gloria. A Europa imitará
Portugal. Morte á morte! Guerra á guerra! Ódio ao ódio! Viva a vida! A
liberdade é uma cidade immensa, da qual todos somos cidadãos. Aperto-vos a mão
como a meu compatriota na humanidade. (…) Victor Hugo.»
Que orgulho! Ainda hoje pode e deve ser para todos nós um motivo de orgulho
este passo dado, ainda em meados do século XIX, por um país tão pequeno, pobre
e periférico em direção à cidadania universal e nos princípios da liberdade e
da justeza. De facto, a última condenação à morte em Lisboa deu-se em 1842 e
ocorreu, dizem, «sob o manto de uma enorme comoção social.» Dizem ainda que «a
pena de morte estava já banida nas consciências.
Que temos uma alma (nacional) grande, íntegra e abrangente não é novidade para
ninguém.
Que somos bons de mais com as palavras no que às leis avançadas concerne também
parece não haver dúvidas.
Então como explicar que sejamos tão displicentes, tão relaxados, tão negligentes,
relapsos, tortuosos e até, e especialmente, parciais e facciosos na aplicação das
mesmas?!
Boa pergunta.
ResponderEliminarPois...
EliminarGostava de lhe saber responder.
ResponderEliminarUM abraço
E não é fácil, Elvira, arranjar resposta...
EliminarGraça, depois de ler o texto que muito me agradou quando chego à parte da pergunta dou comigo a reflectir sobre a mesma obviamente desconheço a resposta mas pensei: será que toda agente conhece o significado de todos os adjectivos??? Se calhar tudo começa por aí....falta de vocabulário :))))
ResponderEliminarbjs
Pode ser, mas não fica por aí, papoila...
EliminarHá-de haver uma razão que se esconde no subconsciente. Valeria a pena deitar a Nação no divã. Quem sabe se na psicanálise...
ResponderEliminarBom texto.
Bj.
Só se fosse mesmo o Freud...
EliminarTão excelente o teu artigo, como a tua interessantíssima ironia.
ResponderEliminarGostei muito, Graça...
~~~ Beijos ~~~
Obrigada, Majo.
EliminarBeijinho.
Só que não terá sido bem assim porque continuámos com a pena de morte no Código de Justiça Militar
ResponderEliminarQuanto à pergunta...não é bem a ideia que tenho da aplicação das leis
Ainda bem, redonda.
EliminarBeijinho.
Fiquei muito feliz ao ver ontem no Notícias de Coimbra um grande amigo, que agora dirige a Delegação de Coimbra da Ordem dos Advogados, acompanhado pelo Prof. Figueiredo Dias numa sessão evocativa da abolição da pena de morte em Portugal.
ResponderEliminarUm castigo bárbaro, desumano.
Beijinhos
Fruto de determinada época. Mas muito mau!
EliminarBeijinho.
Eu acho, sempre achei, que devemos ter orgulho em Portugal !
ResponderEliminarFomos os primeiros nisto, mas não só !
A nossa História está recheada de motivos de orgulho !
Devemos pensar nisso !!!
A explicação que pedes tem que depender em primeiríssimo lugar de cada um de nós, que atrás de cada um de nós, outros virão !
Cada um de nós terá que dar o seu exemplo :
Quantas vezes apanho um papel do chão e o coloco no cesto do lixo ?... Pode ser que alguém veja ! ... Prefiro, do que criticar quem o deitou ao chão !
Abraço, Graça :)