segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Cambada de desbragados!


Todos nos lembramos bem do criado de libré – o meu muito apreciado Ferreira Fernandes chamou-lhe mordomo, mas a figura do «mordomo» é séria e fina de mais para qualificar semelhantes badamecos. Mas afirmava eu que estamos todos bem lembrados do criado de libré que, aqui há uns anos, serviu uns cafés ao Bush e ao Blair nos Açores e que depois a mando destes seus patrões jurou a pés juntos que o Iraque estava minadinho com armas de destruição maciça. E a troco disso livraram-no de chefiar um governo fraquinho e também de coligação com o irrevogável Portas e mandaram-no para chefiar a Comissão Europeia (ao que a Europa chegou!) não sem antes ele gritar a plenos pulmões que «o país estava de tanga».

Pois foi este ilustrado senhor que no passado sábado veio a um qualquer fórum de empresários realizado em Vilamoura e, certamente encomendado pelos seus congéneres deste “nosso” “governo”, lançou mais umas tantas barbaridades pela boca fora do género: «Portugal tem de cumprir os passos previstos» pela troika e acrescentou que «o recado é válido para todos» incluindo o Tribunal Constitucional (imagine-se o atrevimento!). E no fim, em jeito de conclusão, deixou esta pérola: «Quando as pessoas começam a duvidar, começam a vender dívida pública portuguesa, os juros começam a aumentar e lá temos outra vez o caldo entornado.» Uma expressão de tom elevado que em tudo define a personagem que a proferiu.

Temos de admitir que os “nossos” políticos são de facto pessoas que, além de muito bem formados, bem dominam os níveis da nossa formosa língua portuguesa, espacialmente o nível popularucho que, garanto-vos, não consta da Gramática do Professor L. Cintra… Temos igualmente presentes expressões deste nível de língua preferidas pelo “nosso” primeiro, desde o famoso «que se lixem as eleições!» até ao «Está a sair-nos do lombo», ao «Não estamos a pôr porcaria na ventoinha» e a culminar o «Para trás mija a burra» com que respondeu a uma idosa na campanha eleitoral do mês passado.

Perante uns “governantes” assim desbragados que nos apodam de tudo o que é mau, que nos desrespeitam, nos ignoram, nos vilipendiam, que governam à nossa revelia e contra nós, estamos de facto muito mal entregues!


12 comentários:

  1. Estamos entregues ao diabo, não temos por onde fugir.

    beijinho e uma flor

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  2. Como diz o Rogério só a Ponte-a-pé!
    Se não for assim será avenida abaixo!

    Abraço

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  3. Gracinhamiga

    Insisto na teoria das "jovens (?) do Parque Mayer que nas barracas respectivas perguntavam: Vai um tirinho, freguês? E eu acrescento: Vão uns tirinhos, malta?

    Qjs

    Henrique

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  4. Infelizmente vamos indo sempre para pior. Cada dia que passa, cada discurso des/governativo, vindo destes lados, nunca é para melhorar, antes pelo contrário. Quanto ao português, coitado, tão maltratado anda.

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  5. Tão furiosa estava a escrever estas baboseiras todas que nem me lembrei de fazer o paralelo com a pimbalhada daquela canção "Está o caldo entornado" por um grupo feminino qque dá pelo nome de Bombokas: Mas ainda vou a tempo. Aqui fica o link para quem estiver interessado:

    http://youtu.be/jaeT4o5GG1k

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  6. Expressões ao mais alto nível da merda!

    Já tenho um teclado novo a que não falta o M e também já perdi pudor.

    Beijo

    Laura

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  7. Que bom, Laura!!! Por ambos os motivos!

    Beijinhos

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  8. Só tenho uma coisa a dizer: IMBECIL!
    Era este gajo que o Sampaio pensava que ia defender os interesses de Portugal!

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  9. Leia os posts que deixei hoje no blogue, Graça.
    Vale a pena.
    Beijinhos

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  10. Estimada Amiga Graca Sampaio,
    Sendo português ex-patriado, vivendo na Ásia já á meio século, fico desapontado com toda essa curja de politiqueiros que nos governam e nos vão roubando.
    Estou pensando maduramente em mudar de nacionalidade, já que de Portugal só vêm cortes e desperezo por todos nós que onge da pátria que amamos nos sentimos portugueses de 3ª.
    Abraco amigo

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  11. É preciso lembrarmo-nos do percurso do rapazito antes de se tornar no moço de recados. Não esqueçamos que começou naquele agrupamento conhecido como "Meninos Rabinos Pintam Paredes". Depois, com o sentido de oportunidade a que alguns maldosamente chamam oportunismo, lá chegou onde está agora.
    É tudo uma questão de coerência.

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