Fui, por força das circunstâncias, muitas vezes, desde que a avaliação do pessoal não docente foi legislada, em 1984, avaliadora do desempenho dos funcionários administrativos e auxiliares da “minha” escola. Pelo sistema antigo, imutável e com iguais parâmetros e resultados possivelmente iguais para todos e também pelo novo sistema de avaliação da administração pública, o chamado e bem conhecido SIADAP. Naturalmente nem sempre as pessoas ficavam satisfeitas com a avaliação feita, ou melhor, com a classificação atribuída e houve quem reclamasse e houve até quem tivesse interposto recursos hierárquicos. Tudo dentro da maior normalidade e legalidade.
Ainda hoje muitas, quando me vêm na rua me dão beijos e abraços, cumprimentam-me muito bem, conversam simpaticamente comigo – uma das senhoras que eu não via há uns três anos encontrou-me um dia desta semana e me disse “Ó professora Graça, tinha tantas saudades suas!”. Ainda ontem uma outra senhora esteve alguns dez minutos a falar alegremente comigo na rua. Imaginam como isto é agradável, não?
Há dois anos, tive, igualmente por força das circunstâncias, de avaliar todos os meus colegas professores, o que, como se imagina, não foi nada fácil! Naturalmente que nem tudo correu como deveria e como eu gostaria dadas as dúvidas, as incertezas, os atropelos que decorreram da forma como o processo de avaliação – sendo o primeiro – progrediu, se bem se lembram. Mas, garanto, que tudo foi feito dentro da maior lisura, usando os mesmos parâmetros, os mesmos pesos e as mesmas medidas para todos por igual, sendo todo o processo acompanhado e fiscalizado pelos colegas da Comissão de Coordenação a Avaliação. Houve, como seria de esperar, pedidos de recursos da avaliação. Uns foram atendidos, outros não. Tudo dentro da maior normalidade e legalidade.
Hoje cruzei-me de perto com um colega daqueles que se sentiram mal avaliados que passou por mim como se eu fosse transparente. Tanto como me deixa verdadeiramente feliz a simpatia das senhoras do pessoal não docente, assim me deixou absolutamente indiferente a indiferença – ou falta de educação – do meu (ex) colega.
A ninguém classifiquei qualquer parâmetro da ficha de avaliação abaixo do valor positivo mínimo. Hoje fiquei com a certeza que afinal, poderia, deveria tê-lo feito!
Infelizmente situações como essa são bem frequentes hoje em dia...que saudades do tempo em que a avaliação não era assim , que bom era o ambiente nas escolas...
ResponderEliminarBjs
Pois é, mas com a antiga avaliação tanto progredia o que se matava a trabalhar, como o que se baldava, não ligava nenhuma aos alunos e metia atestados médicos para ir viajar...
EliminarBeijinhos
Carolamiga
ResponderEliminarNos dias que vão correndo, avaliações só as das antigas casas do prego, hoje empresas de ajuda a clientes desnaturados e depenados pelo quadrilheiros de Belém, São Bento, Terreiro do Paço, 5 de Outubro e outros prostíbulos & lupanares.
Mas, não te amofines: um dia destes ainda vamos ser muito felizes, todos. A dar fé neles, ou seja, nos filhos da puta dos passos da crise...
Qjs
Muito bem dito, Henriquamigo!
EliminarBem lá no fundo todos somos avaliadores...do carácter das pessoas que nos rodeiam! :-))
ResponderEliminarAinda bem que nunca estive nesse papel, excepto como orientadora de estágio mas esse papel também tu desempenhaste!
Eu, se te encontrar na rua, já sabes, mudo logo de passeio! :-))
Aquele abraço
Isso se eu!....
EliminarBeijinho!
Nem me fale em avaliações...
ResponderEliminar:)
Pois...
EliminarPois é, Carol, multiplica por cem e tenta aperceber-te do ambiente das escolas agora... Vale tudo, desde que esta avaliação começou. Há colegas de grupo que, pura e simplesmente se deixaram, de falar...
ResponderEliminarAmbição e falta de carácter...
Beijo
Uma vergonha, acácia! Como podem ser ... educadores?
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