A minha gatinha preta tigrada, a
Boneca Pipoca, tem estado intermitentemente internada desde o início de
setembro. Sofreu o segundo atropelamento que lhe afetou a parte traseira: a
cauda ficou sem sensibilidade e por algum tempo deixou de conseguir controlar
os esfíncteres.
Foi sempre uma gatinha pouco
feliz: foi a mais débil de uma ninhada de cinco gatinhos de uma gata da vizinha
da frente que fugiam para o meu quintal. Foi sempre protegida pelo único irmão
que era bem robusto e sofreu o primeiro atropelamento uma vez que atravessou a
nossa rua. Foi depois disso que a adotei definitivamente.
Está bastante melhor, embora
ainda tenham de lhe amputar a cauda.
Hoje fui buscá-la para vir passar o fim de semana a casa …
Num dos compartimentos ao lado,
estava uma gatinha a miar pedindo festinhas que lhe prodigalizei… Tinha uma
ferida enorme no pescoço protegida por um daqueles colares horríveis que não os
deixam lamber-se como eles tanto gostam. Disse a veterinária que sofria de stress. A dona ficou doente e foi lá
para casa uma pessoa para tratar de tudo. Com a ausência da dona, a gatinha
começou a coçar-se incessantemente. A princípio fazia peladas que melhoravam
quando a dona voltava para casa. Da última vez que se viu “abandonada”
conseguiu esburacar o pescoço…
Verdadeira auto mutilação.
Por momentos passaram-me pelos
olhos imagens daqueles adolescentes (lá
da minha escola) que, com vidas tão difíceis, tão problemáticas, traziam os
braços ou as pernas cheias de cortes feitos por eles próprios como forma de
tentarem esquecer os seus problemas, as suas tristezas, as suas outras dores.
Auto mutilavam-se. Uma e outra e outra vez… Prometiam não repetir, mas lá
voltavam ao mesmo escondendo os golpes com as roupas. Penso que por
necessidade, ou para aliviarem a pressão, mostravam-nos ou falavam disso a
um(a) ou outro(a) colega ou a algum adulto em quem confiassem bastante.
Prometiam não voltar a fazê-lo,
continuavam a cortar-se…
Que coisas mais triste, Graça!
ResponderEliminarNem sei que mais dizer de tal forma me sinto abalada.
Um beijinho grande.
Espero que esteja tudo bem contigo e os teus.
Ui estou com as lágrimas a correr caramba!
ResponderEliminarOs animais são mais sensiveis do que muitas pessoas.
As melhoras para a tua menina.
Beijinho enorme Graça
Muito triste, Graça.
ResponderEliminarChegar a esses pontos, animais ou pessoas, é horrível só de imaginar.
Beijinhos, bfds
Algo incompreensível!
ResponderEliminarAs melhoras da sua gatinha!
Bj
Que maravilhoso publicação
ResponderEliminarHoje, com: " Mélicos tormentos "
Bjos
Votos de uma óptima Sexta- Feira
Tenho uma amiga que sofreu bastante com uma cadelinha que encontrou abandonada, e que se auto mutilou mordendo as patinhas da frente até ficar com o osso à mostra.
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana
beijo
ResponderEliminarApós muitas décadas sem ter um animal de estimação estou a pensar na adopção de um deles, mas cãozinho (e não gato) !
ResponderEliminarCreio que eles "nos pagam", "retribuem", todo o bem que lhes possamos fazer.
São uma belíssima companhia com um belo efeito terapêutico ! :)
Auto mutilação :((( !
ResponderEliminarObrigada, Amigos, pelas vossas palavras de alento.
ResponderEliminarBeijinhos para todos!
Os animais SENTEM.
ResponderEliminarE a frustração é um dos muitos sentimentos que podem estar a sentir.
Meus pais tinham um canário que arrancou as próprias penas. Parecia feliz, cantava e interagia comigo sempre. Contudo, arrancou todas as penas. Tentei tanta coisa... Até a companhia de outros canários/as. Que ele expulsava com agressividade. Podia ser solidão? Sensação de aprisionamento? A gaiola tinha a porta aberta e ele estava à vontade para sair e entrar... Talvez depois disso ele quisesse voar para mais longe? Ou talvez fosse doença de pele. Pesquisei, fui ao veterinário, temi pela chegada do inverno. Pois não ia sobreviver ao frio. O canário tinha uns 12 anos - muita idade. Terá desistido?
Muitos outros existiram depois dele e se foram antes dele. Era o pai de quase todos. Foi o primeiro e o último. Também na família existia uma gata e um cão. Viviam juntos, ela a arranhar ocasionalmente o canino. O cão faleceu e a gata chorou sem parar... Não durou mais de um mês após a perda do amigo. E quem poderia adivinhar tal coisa??