Lembrar-se-á a “rapaziada” da
minha idade que se passeava pela Baixa lisboeta nos idos de 60/70/80 da Loja
das Meias e da arrogância, da sobranceria, (da falta de educação, digo eu) das
empregadas – simples caixeiras como se dizia à época – que por lá se moviam. Olhavam
para nós, nos tempos da Faculdade, de cima para baixo e faziam os possíveis por
atender-nos mal porque achavam que estavam ali apenas para atender gente rica,
de família. Era um tique dos tempos da ditadura.
(daqui) |
Pior mesmo só o mau/péssimo
atendimento a que nós, portugueses, éramos sujeitos nos hotéis e restaurantes do
Algarve nos anos pós-Revolução. Tiveram de passar duas décadas ou mais para que
no «reino dos Algarves» nos tratassem (mais ou menos) ao mesmo nível dos
estrangeiros.
Bem ou mal, esses comportamentos
já não são (tão) habituais nas pessoas que atendem nas lojas, nos hotéis e, de
certo modo, até nas repartições públicas!
Daí o meu espanto, a minha estupefação,
a minha perplexidade, quando um dia destes fui ver as promoções na Zara Home
aqui em Leiria. Escolhi umas peças e dirigi-me à caixa para proceder ao
pagamento. A menina (para não dizer “a fedelha”…) que estava do lado de lá do
balcão estava algo crispada porque tinha de responder a umas perguntas que uma
colega que atendia outra cliente.
Eu esperei assertiva, até porque
tenho a maior consideração pelo trabalho dos outros. Entretanto “a minha menina”
repetia, ríspida, as perguntas da colega pelo intercomunicador sobre a
existência ou não existência de umas peças em armazém. Por fim lá olhou para
mim e eu pude enfim perguntar-lhe se não haveria toalhas pequenas da coleção das
grandes que eu levava. Aí, a “menina” fez uma pergunta retórica – sabe lá ela o
que isso é…. – «De bidé? Não temos!»
E, no seu ar crispado, de mau
humor e sempre de nariz arrebitado, lá me fez o favor de fazer a conta e de meter
as compras num saco.
Do alto da simplicidade de quem
até ainda usa toalhas de bidé nas casas-de-banho, apeteceu-me dizer-lhe: «Olhe,
querida, não é o facto de ter os olhos muito pintados e longas unhas de gel que
faz de si uma boa profissional.» Mas não disse…
Atender o público é tarefa árdua,
eu sei. Mas um pouco de educação e de formação pessoal deve ser requerida.
Ou então passem-lhes o filme «Dogville»
nas aulas de formação… é que o rimmel e as unhas de gel só por si não chegam.
Já não há tantos espécimes desses, mas de vez em quando ainda se encontram... Não tenho pachorra nenhuma para pelintras com a mania que têm o rei na barriga! :P
ResponderEliminarBeijocas e bom fim de semana!
Não há pachorra mesmo, Teté!!
EliminarBeijinho
Gracinhamiga
ResponderEliminarE a gaja não se chamava Etelvina, mais conhecida por Vina...
Olha lá se fosse... Eu perguntar-lhe-ia como se chamava e ela com os tais maus modos (se calhar a mascar Chicletes): Chamo-me Sandra Martins. E eu - que pena não se chamar Lacerda para a mandar à merda (com todas as letras)
Bjs da Kel e qjs do alfacinha
PS (oxalá que ganhe...) Fui muitíssimas vezes à Loja das Meias com a minha mãe. Eram realmente umas meninas de estrela e beta e e pé calçado (para não dizer pior...
Oxalá ganhe mesmo, Henriquamigo!!
EliminarEssa da Lacerda está bem lembrada... eheheheheh...
Beijinhos ao simpático casal!
Cada um insurge-se contra o que lhe mete mais raiva,
ResponderEliminarsorte a minha, não ser cliente da Zara
Só que "meninas" destas não se encontra, só na Zara....
EliminarAqui na minha zona há, cada vez menos atendimentos desse género mas ainda os há :((( eu penso que bons patrões dão bons empregados...
ResponderEliminarNa maioria das vezes tudo se resume a regras de educação básicas e há muita gente que as desconhece. Enfim, não há paciência para maus modos!!!!
bjs
Concordo com essa máxima «bons patrões dão bons empregados»
EliminarBeijinhos, papoila
Lembro perfeitamente desse atendimento nessa loja e noutras que éramos atendidas conforme íamos vestidas. Aqui, no algarve, o atendimento com maus modos ainda vai prevalecendo num ou noutro estabelecimento mas, creio, que a entidade patronal está com atenção a isso e faz por educar os seus funcionários ou funcionárias. Antigamente a oferta era pouca e agora é muita. Os clientes têm que ser cativados pelos empregados ou donos, por quem estiver a atender.
ResponderEliminarO Algarve de hoje nada tem a ver com o Algarve dos anos 70/80 em termos de atendimento. Melhorou substancialmente e ainda bem porque é uma zona tão bonita!
EliminarNão se se lembram que ainda há cerca de um ou dois anos (?) a famosa apresentadora de TV do mundo, Oprah Winfrey, também uma das mulheres mais ricas do mundo, entrou numa loja de carteiras famosíssimas e caríssimas e pediu à empregada se lhe mostrava algumas com determinadas particularidades !
ResponderEliminar... a empregada respondeu-lhe : olha que você deve estar enganada na loja ! Estas nossas carteiras não são para a sua "bolsa" ! Há aqui na rua outras casas que vendem carteiras muito mais baratas !!! :)))
... mas naqueles velhos tempos da ditadura, por cá, também acontecia o inverso ! Um primo meu (rico) pediu.me se ia com ele a uma papelaria boa para comprar um estojo de desenho (tipo compasso e tira linhas, etc,) . Eu prontifiquei-me e após ter escolhido um dos melhores estojos (talvez o melhor), ele ia a pagar, o empregado disse-lhe o preço e ele revoltadíssimo respondeu-lhe : "Olhe lá ! ... mas você acha que eu quero levar esta merda ? ... Dê-me o mais caro que tiver aqui na loja !!! " ... Claro que eu fiquei envergonhadíssimo !
Beijinho, Graça ... de borla e com qualidade ! :)))
Que vergonhaça passaste, amigo Rui!!!!
EliminarEssa dos beijinhos e borla e de qualidade está com muita piada.... Beijinhos do mesmo género... :)
O caso da Oprah foi mais uma demonstração de preconceito racial. Nem imagino as consequências que essa empregada sofreu quando a notícia foi divulgada!
ResponderEliminarRecordo-me da Loja das Meias, das empregadas muito bem vestidas e com uma atitude muito altiva. Não era a minha loja de todos os dias, mas cheguei a comprar algumas peças ou então ia com uma colega, hospedada na mesma casa que eu, que gostava de ir dar uma olhadela.
Já tenho dito, e torno a dizer : ) : noto uma grande diferença no atendimento tanto nas lojas, como nos restaurantes ou nas repartições públicas, principalmente nestas últimas, embora se se “tivermos conhecimentos” o atentimento é VIP. Um dia estava na repartição das finanças (há uns 3 a 4 anos). Estava a ser relativamente bem atendida. Entretanto, chega a minha prima enquanto ainda estou ao balcão. Os sorrisos do funcionário duplicaram ou triplicaram até, a voz suavizou-se ainda mais e num instantinho o problema se resolveu!! : )
Concordo contigo, Graça, os algarvios de “antigamente” davam preferência aos turistas. Houve uma grande evolução nas suas competetências de atendimento nas últimas décadas. Concordas? : ))
Uma enorme evolução para muito melhor, Catarina! :))
EliminarAs meninas da Loja das Meias sentiam-se "importantes", porque naqueles tempos só uma minoria era aceite como vendedoras daquela loja, o que não era suficiente para procederem assim. Hoje, qualquer menina dotada com alguma "beleza", é aceite para trabalhar nestas multinacionais. Não passa por nenhum teste, só precisa daquele visual. E esse é o resultado: a ignorância aliada à péssima educação.
ResponderEliminarÉ isso: «a ignorância aliada à péssima educação»!!
Eliminar~ ~ ~
ResponderEliminar~~ Todas nos revemos nas questões que apresentas no teu excelente texto. ~~
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~ Quando vim residir para o Algarve, cheguei a ser obrigada a admoestar uma dessas insolentes patetinhas, que acabou por depressa ser afastada do lugar.
~ Encontrava a «Loja das Meias» sempre vazia e perguntava-me como sustentavam aquele aparente luxo. Hoje estou convencida que se tratava de branqueamento.
~~~ Beijinhos, desejando-te dias muito agradáveis. ~~~
.
Como já referi acima, o Algarve de hoje nada tem a ver com o de há vinte ou trinta anos!
EliminarBeijinhos com cheirinho a maresia...
Amiga Graça.
ResponderEliminarA Loja das Meias era só para gente fina :)
Por estas e por outras e que detesto fazer compras, descobri as compras on-line é uma maravilha :)
Beijinho e bom fim de semana
Fê
Ainda não consegui aderir a essa «modernice». É que eu gosto mesmo de andar às compras...
EliminarBeijinhos
No meu tempo de faculdade e até depois , essa postura era notória. Na Loja das Meias , já está visto...Em 1969 , fui convidada de familiares e amigos a fazer a passagem de ano no Hotel Estoril Sol ...um luxo...fui comprar uma vestimenta apropriada e o empregado perguntou-me em francês se eu falava francês...costumo levantar a cabeça e respondi-lhe que não , mas ele entendeu tudo...
ResponderEliminarNo Algarve , num local lá para Tavira , onde só havia ingleses , elas de vestido até aos pés , fomos os últimos a ser atendidos....e por aí adiante...têm muita pose e ZERO de CULTURA.
M.A.A.
Boa, M.A.A.! Muita pose e zero de cultura e de educação....
EliminarBeijinhos
Oi Graça
ResponderEliminarJá te conhecia por ler comentários seus nos blog's de amigos e penso já ter ousado comentar também no seu ,em algum momento.
Fico contente que tenha me achado por aí... poesia e fotos tem sido minha especialidade _ as fotos são minhas mas as poesias vou colhendo de acordo com minha inspiração rsrs
_ e em sempre temos calma e tempo para aumentar o círculo de amigos habituais _ me alegra que tenha tido ,criando assim essa oportunidade de retribuir.
Quanto aos seu post é lamentável que tenhamos que tolerar essa meninada mal educada por todo lado que se vá.
um abraços e bom domingo
Olá, lis!! Obrigada pela visita e pelo comentário.
EliminarBeijinhos e bom domingo