É sabida a minha especial e
fundada antipatia por esta espécie de governo que nos calhou em rifa por
excesso de sofreguidão pelo poder por parte do partido (erradamente) chamado
social-democrata; por excesso de avidez por parte de um presidente da República
sofrível (ou direi mesmo medíocre? Quem foi formado na escola dos tempos da
ditadura sabe do que falo…) e por excesso de zelo (ou deverei dizer azedume?)
por parte de uma esquerda dita extrema que almejava pela queda do anterior
governo.
Dizia eu que não é novidade para
ninguém a minha especial aversão pelo governo (ainda) em funções e por cada um
dos seus eméritos elementos… Agora devo confessar que a figura que me inspira
maior aversão é mesmo o senhor ministro (C)rato. E, infelizmente, nos últimos
dias, tem-me brindado com a sua incómoda presença nas televisões. Ontem veio,
tentando usar de ironia – a ironia não é para todos, senhor (C)rato, e não
consta dos cinzentos programas da matemática! – dizer que é preciso «ensinar as pessoas a
usarem a inteligência» (e nisto levou a mão à testa…) e que «mais do que passar
certificados às pessoas, é necessário dar-lhes formação.»
(Por falar em ironia, lembro que
também ontem aquele ministro, o coiso, a propósito dos projetos para utilização
das verbas da 2ª fase do QREN, também quis fazer ironia (coitado!) e afirmou
que «o tempo dos pavilhões e dos ginásios já passou», que agora é «tempo de
apoiar as empresas e desenvolver a indústria.» E lançou esta tirada como quem
tem a carinha na água…)
Voltando ao senhor ministro da
Educação, hoje foi muito mais longe na sua luta armada contra a área que dá
nome ao seu ministério – a pobre da Educação – quando, com um suave sorriso
naquela cara de inqualificável sonso, reafirmou a máxima deste governo ultraneoliberal
«queremos fazer mais com menos» e para isso despedem-se 50 mil professores,
aumenta-se o horário de trabalho dos que restam para 40 horas semanais,
aumenta-se o tempo de cada aula e, last
but not least, aumentam-se os contratos de associação com os colégios. (E,
entretanto, enchem-se os bolsos a mais uns tantos amigos.)
Perante estas enormidades
apresentadas sorridentemente por um cínico sem vergonha e quadrado que apenas
sabe de expressões numéricas, que fazem os meus colegas professores –
principais alvos destas políticas infames – bem como os contestatários
sindicatos da classe que tanto se levantaram e eriçaram contra quem apenas quis
– à semelhança dos restantes trabalhadores – avaliar os professores?
Perante estas calamidades
anunciadas, por que esperam os sindicatos dos professores para convocar os seus
agremiados para a rua e com força como fizeram há três anos? E não me venham
com a promessa de convocação de greves que essa medida está por de mais desgastada
e não tem qualquer impacto porque as pessoas já não podem dar-se ao luxo de
perder o salário de um dia!
este nosso ministro é vergonhoso e não é digno de qualquer comentário...
ResponderEliminarbeijinhos Graça
Minha amiga, desculpa, mas o Governo não nos saiu em sorte: foi da responsabilidade do "melhor povo do mundo" , pelas razões que apontaste , mas também porque houve uma série de inteligências raras que votaram PSD e umas quantas criaturas que nem sequer se deram ao trabalho de votar.
ResponderEliminarE ainda há quem defenda o actual Governo e o nefável Passos, coitadinho.
Bons sonhos
Do actual e do que lá teve antes, sim porque as coisas já vinham mais que alinhavadas, fizeram muita porcaria e continuam a fazer a ficarem de rabo entre as pernas perante estes que lá estão, são todos uma cambada de parasitas e ladrões sem escrúpulos.
ResponderEliminarBeijinho e uma flor
http://blueshell.blogspot.pt/2013/01/estou-pronta.html
ResponderEliminarJá ninguém se lembra do GPS e afins!
ResponderEliminarE quem ficará com alunos e alunas com "necessidades educativas especiais" e outro tipo de problemas?
É que "eles" não querem nos colégios gente que lhes "estraga" os rankings!
Abraço
Ando doente, Gracinha, sempre que penso no que poderá acontecer...porque este malvado (C)Rato está a conseguir fazer pior do que os anteriores.:(
ResponderEliminarbji
Se antes já a admirava, agora ainda mais. São precisas mais Mulheres (pessoas) como a Graça.
ResponderEliminarResignação?
Não!!!
Tanto protestaram os professores por causa da avaliação e agora, com o emprego em risco, parecem estar acomodados. É , no mínimo, estranho...
ResponderEliminarSerá que quem vota não é responsável.
ResponderEliminarComo diz o Carlos, é estranha a acomodação da classe.
ResponderEliminarNão será ainda mais estranha a postura do sindicalista Mário Nogueira que ainda não disse 'uma' sobre o assunto?
Olá, Graça
ResponderEliminarConcordo cem por cento com o teu texto.
Tenho uma filha professora (além de vários familiares na profissão), que todos os dias vem almoçar comigo.
Ontem chegou aqui furibunda porque tinha estado, com um colega, a ler as notícias, salvo erro no Expresso, sobre o possível (?) despedimento de 50.000 professores, etc., etc.
Estas medidas merecem uma tomada de posição bastante dura, senão... onde vamos parar???
Obrigada pela tua presença no «LÍRIOS», e tuas palavras de simpatia...
Bom fim-de-semana.
Beijinhos
ResponderEliminarGraça, os professores acordaram ontem. Só ontem!!!!
Hoje houve desespero na Sala dos Professores...
Mais? Só quando receberem um mail a comunicar-lhes o despedimento!
Beijo
Laura
Está mais que na altura de tomar duras posições, é tempo de dizer basta...
ResponderEliminarBjs