Tanto estardalhaço porque em 2007/08 se pagaram onze milhões de euros em horas extraordinárias a professores! Não se percebe por que razão a Inspecção-Geral das Finanças vem agora com isto. É certamente para as pessoas ficarem a saber que “os malandros dos professores, que são uns preguiçosos e uns incompetentes, que trabalham só meio dia e têm três meses de férias em cada ano” ainda levam mais uma quantidade de dinheiro em horas extraordinárias!
Por que razão não publicam os montantes que pagaram aos juízes ou aos médicos? Porque esses são trabalhadores a sério! Muitos dos médicos, coitados, não trabalham mais porque têm de ir, ainda com alguma força, atender nos consultórios particulares. E os juízes, esses então, trabalham tanto que levam meses, anos até a decidirem sobre os casos que têm para julgar.
Porém, diga-se de passagem, que também fiquei surpreendida com o montante apontado: onze milhões de euros são muitos euros! Isto porque sei, de experiência própria, que as direcções das escolas não podem distribuir horas extraordinárias de ânimo leve e sem autorização das Direcções Regionais. De facto, só se podem atribuir horas extraordinárias aos professores em duas situações: a) para completamento de horário, por exemplo: o horário completo é de 22 horas, mas se uma disciplina tem três horas semanais, dando-se sete turmas a esse professor, o horário fica com 21 hora, ou seja, incompleto; dando-lhe mais uma turma, receberá 24 horas, duas das quais são extraordinárias; b) se sobrar uma turma numa determinada disciplina que não dá para encaixar em nenhum professor, não podemos contratar outro professor apenas para essa turma e, então, um dos professor dessa disciplina recebe essa turma em horas extraordinárias. Além disso, para se requisitar o dinheiro para pagar as horas extraordinárias, temos de referir o motivo e o despacho autorizador dessa decisão. Por outro lado, os inspectores da Inspecção-Geral de Educação fazem muitas acções de controlo às distribuições de serviço pelos horários dos professores.
Não é fácil haver conluios e compadrios neste campo. Então o que pretendem os jornais e a Inspecção das Finanças com esta notícia?
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ResponderEliminar... as tuas reticências falam muito alto....
ResponderEliminarAs poucas vezes que tive horas extraordinárias pagas foi nas circunstâncias que referes...
ResponderEliminarDas horas extraordinárias não pagas é que não se fala!
Eu também conto pelos dedos as horas extraordinárias que me pagaram ao longo dos anos. Por isso me senti à vontade para escrever tudo isto aqui. Se bem que em tempos... houvesse pessoas lá nas nossas escolas e em muitas outras que quase tiravam quase outro ordenado em horas extraordinárias... Mas isso foi em tempos que já lá vão e eu nunca tive essa sorte! Enfim...
ResponderEliminarO diagnóstico é: obesidade mental. Sabes o que é? Se não sabes, lê uma mensagem que encaminhei para ti e para outros amigos.
ResponderEliminarEnfim, já acabaram os fogos, o Pontal, etc e tal...