Quadras de São João
No altar de S. João
Nascem rosas amarelas
S. João subiu ao Céu
A pedir pelas donzelas.
S. João adormeceu
Debaixo da laranjeira;
Caiu-lhe a flor em cima,
S. João que tão bem cheira!
Ó meu S. João Baptista,
A vossa capela cheira,
Cheira a cravos, cheira a rosas
E a flor de laranjeira.
Agora no São João
É o tomar dos amores;
Estão os linhos nos campos,
E toda a terra tem flores.
(in “Tesouros da Literatura Popular Portuguesa”, Verbo, 1985)
Estas
foram escritas por mim em Junho de 1970
S. João desceu à terra
Tentado pelo demónio,
Mas triste vê que as mais belas
Antes querem Santo António.
Não te zangues, S. João,
E vem daí às fogueiras;
Olha que as mais belas são
Quase sempre traiçoeiras.
E o meu pai,
barcelense assumido (e muito maroto), cantava assim:
São João p’ra ver as moças,
Ai fez uma ponte de prata.
Ai as moças não passam lá
E o S. João todo se mata!
Rebimba o malho,
Rebimba o malho,
Rebimba o malho
E vamos todos para o … trabalho...
(desculpem qualquer coisinha... mas em noite de São João, não me levem a mal, não?...)
"A quadra é um vaso de flores
ResponderEliminarque o Povo põe à janela da sua alma..."
Fernando Pessoa
Gostei.
ResponderEliminarE não levei a mal.
Devia?
:)
Recebi nas festas do meu bairro um vaso de manjerico com a seguinte quadra:
ResponderEliminarS. João, S. João
Que moras ao pé de mim
Só neste dia do ano
A noite não tem fim.
Não está muito bem conseguida mas o manjerico cheira muito bem!
Estava cá um frio...nem o tempo está a ajudar! :-((
Abraço
Estimada Amiga Graça Sampaio,
ResponderEliminarAdorei as quadras, são lindas.
Por Macau nunca existiu esse costume das quadras nem saltar à fogueira.
Sempre se festejou este dia de S, João por ser o padroreiro da cidade, já que foi nesse dia em que os holndeses tentavam ocupar Macau quando um padre disparou um tiro de canhão que foi atingir o barco paiol indo tudo pelos ares, e as tropas holandeses fugiram.
Quiseram as tropas holandesas
Macau um dia conquistar
Mas foi um padre e as tropas portuguesas
Que os derrotaram e com o rabo entre as pernas tiveram que zarpar
Era dia de S. João
e essa data ficou para comemorar
pois esse tiro de canhão
parece ainda hoje no ar soar.
Abraço amigo
Levar a mal?
ResponderEliminar(já vi de onde a menina herdou a marotice:))
beijocas
(eram 2:00 quando cheguei a casa:))
A tua paixão por Lisboa, não ficará indiferente, tenho a certeza, à obra «Lisboa - Livro de Bordo - vozes, olhares, memorações», do José Cardoso Pires. É das melhores descrições que conheço sobre a nossa bela capital! Já leste? Comprei o livro na última feira de velharias desta cidade do Lis e «devorei-o» num ápice! Se quiseres, terei o enorme prazer em conceder-te a sua leitura.
ResponderEliminarPor acaso já o tenho há uns anos. É excelente! Sendo livro e sobre Lisboa, é difícil escapar-me... Sou uma doida a comprar livros. É uma doença! Mas agradeço a sugestão.
ResponderEliminarFrio em noite de São João não dá com nada, Rosinha! por isso é que eu nem saí de casa... Tenho uma vida muito divertida...
Pois foi, Nina! O meu pai era do piorio! Sempre o ouvimos contar as anedotas mais atrevidas e, no entanto, nunca nos atrevíamos a dizer uma palavra menos própria à sua frente. Outros tempos, enfim!
O amigo Cambeta tem sempre histórias e coisas giras para nos contar. E faz muito bem, que nós gostamos. Obrigada.
Aos santinhos populares
ResponderEliminarEm junho se monta o altar
Com engenho e marotice
Que o povo não leva a mal
Um beijo