sábado, 27 de abril de 2019

Há dias...



Há dias em que em ti talvez não pense
a morte mata um pouco a memória dos vivos
é todavia duro e fotográfico o teu rosto
caído não na terra mas no fogo
e se houver dia em que não pense em ti
estarei contigo dentro do vazio

Gastão Cruz, in «Fogo», assírio e alvim, 2013





quinta-feira, 25 de abril de 2019

O poeta é um vate

Tive um professor de Teoria da Literatura nos idos de 60, o poeta Tomaz Kim, que nos dizia e repetia: «o Poeta é um vate.»

E tinha razão. Senão, como se explica que o poeta Manuel Alegre tenha escrito em O Canto e as Armas (1967)

«Que o poema seja microfone e fale
uma noite destas de repente às três e tal
para que a lua estoire e o sono estale
e a gente acorde finalmente em Portugal.»

(do Poemarma)

Ou ainda, no poema Lisboa perto e longe, igualmente dos anos 60, tenha previsto:

«Lisboa tem um cravo em cada mão
tem camisas que Abril desabotoa
mas em Maio Lisboa é uma canção
onde há versos que são cravos vermelhos
Lisboa que ninguém verá de joelhos.»

Não posso deixar de citar o último parágrafo da nota de edição da antologia País de Abril:

«Não deixa de ser intrigante que, tantos anos antes, o autor tenha escrito sobre o País de Abril, Maio e os cravos vermelhos. Como se explica? Mistérios da poesia.» 



Viva o 25 de Abril!

terça-feira, 23 de abril de 2019

Dia do Livro

A imagem para hoje é esta.




Mas cuidado, rapaziada! Desconfiar sempre das mulheres que têm mais livros que sapatos... :))




segunda-feira, 22 de abril de 2019

Recado da Mãe Terra

No Dia da Terra mãe, ela deixa-nos um recado igualzinho aos das outras mães.

(Limpem o que sujaram, Mãe)

sábado, 20 de abril de 2019

Boa Páscoa, after all...



Boa Páscoa, pessoal! E...





domingo, 14 de abril de 2019

Domingo de Ramos

E uma vez mais, um trecho de um dos filmes da minha vida, hoje que a Igreja celebra o Domingo de Ramos.

(pena a má qualidade da imagem...) 





domingo, 7 de abril de 2019

Il faut savoir encore sourire...

E, entretanto, tantas datas que deveriam ter sido celebradas… e eu sem vontade.

No passado dia 2 cumpriram-se nove anos sobre o nascimento do «picosderoseirabrava» - e eu nem uma palavra…

No dia 3, a minha caçulinha entrou sorrateiramente nos quarenta – e eu nem uma palavra…

Ontem foi o meu aniversário, o primeiro em cinquenta e dois anos, que passei sem o Homem da minha vida – como poderia eu dizer alguma palavra?

É tão difícil!

E, no entanto, é como diz a canção:

«Il faut savoire encore sourire
Quand le meiller s’est retiré (…)»

«Et devant le bonheur perdu
Il faut savoir cacher ses larmes (…)»

« Il faut savoir cacher sa peine
Sous le masque de tous les jours (…)»

« Il faut savoir rester de glace
Et taire un cœur qui meurt déjà (…)»

«Il faut savoir garder la face (…)
Il faut savoir mais moi

Je ne sais pas!»