quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Tia, dá bolinho?

Amanhã é dia de ir pedir o bolinho. Começa a dar muito jeito com isto da crise ... Por isso, toca a pegar no saquinho...
(daqui)


... e sair de porta em porta - ao palácio de Belém, ao palácio de S. Bento, a casa do ministro da caridade, digo, da solidariedade, do ministro Gaspar, o mago (ou o bruxo?!) do ministro das feiras e dos lares de idosos, etc. etc.-
e gritar bem alto como se faz aqui em Leiria: Tia, dá bolinho? Ou leva 
no focinho...





Pois eu já comecei hoje a receber um "bolinho" muito especial. 
Uma caixinha bem ornamentada...



... recheada de broínhas. Hummmm!



Bom Dia do Bolinho!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Halloween

Já não é novidade que adotámos como nosso o Halloween, Dia das Bruxas, mas este ano a sua celebração cá em Portugal teve início mais cedo. Hoje começou a festa do Dia das Bruxas (e dos Bruxos) no Parlamento!



E diz quem lá esteve que até apareceu a Família Addams para aterrorizar ainda mais os presentes (sim porque os ausentes, todos nós, já andam aterrados de mais...)



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O embaraço tranquilo

O sociólogo Alberto Gonçalves escreve todos os domingos no meu jornal diário. Faz um comentário-resumo dos acontecimentos da semana mas não é dos comentadores que me agrade ler por arrevesado que é nas suas opiniões chegando a ser mais embirrante que o próprio Vasco Pulido Valente...

Ontem porém, deixou um destaque que não resisto a transcrever de tão certeiro e... sugestivo. Diria mesmo, em linguagem mais informal: curto e grosso. Senão vejam.

O embaraço tranquilo

«Primeiro descobriu-se que Miguel Relvas obteve equivalência a cadeiras que não frequentou. Agora soube-se que o "dr." Relvas obteve equivalência a cadeiras que nem sequer existiam. Perante tais revelações, a consciência desse imperturbável homem permanece, na definição dele, tranquila. Acredito. Intranquilo anda o país, e convinha-lhe que os governantes encarregados de o empobrecer exibissem um esboço de decência e não semelhante embaraço. Em larga medida, o dr. Passos Coelho não tem culpa da pobreza forçada, mas é completamente responsável pelo embaraço. Isto se o embaraço não for o responsável pelo dr. Passos Coelho.»




domingo, 28 de outubro de 2012

007 has returned!



Ontem lá fomos ver o último filme do 007. Não falhámos ainda no cinema um único filme do herói britânico ao serviço de Sua Majestade e com licença para matar (e muito!). A “doença” foi-me pegada pelo meu marido (à época ainda namorado) nos anos 60, fã incondicional dos filmes de aventura e de ação, especialmente dos de Bond, James Bond. Já os revimos todos na televisão e, se querem que vos diga, não me lembro do trama de nenhum deles, se bem que tivesse gostado bastante de os ver e rever.

De igual modo gostei deste último – Skyfall. O meu marido, porém, que tem parte dos filmes de 007 na retina e as suas linhas gerais na memória, além de que vê filmes e filmes de ação e séries e séries de conspiração e espionagem, saiu do cinema francamente dececionado. Que o lado do mal não tem a força e a abrangência que tinha nos anteriores filmes; que um filme do 007 nunca se restringe a uma simples vingança pessoal; que o mau da fita é uma figura insignificante em termos mundiais e do mundo do dinheiro; que o final que escolheram para a M não lembra ao diabo; que tem muitas pequenas falhas técnicas… Enfim, um sem número de coisinhas que lhe desagradaram no filme.

 Por mim achei o de sempre: um filme de imensa ação, cheio de cenas inverosímeis que sempre nos fazem rir; com mulheres muito bonitas – se bem que tenham explorado de mais o tamanho XXS que se usa agora nas raparigas; com aquelas cenas lindíssimas de intenso charme e de glamour; cheio de paisagens urbanas grandiosas (no atual filme, Xangai e Macau aparecem como se fossem cidades do outro mundo, majestosas e plenas de luz e de cor, já para não falar na sempre belíssima Londres); um protagonista britanicamente finíssimo e fleumático que, por muitos revezes que sofra e muita tareia que leve acaba sempre triunfante, bem-posto e bem apresentado (se bem que neste filme tivessem de igual modo explorado também nele uma extrema magreza que nunca lhe foi conhecida e que o torna algo cansado e mais velho). 

M
 O que de facto tem de diferente, no meu entender, é que se trata de um filme que pretendeu marcar os cinquenta anos de 007 e que, por isso, apresenta um toque romântico, uma aura de passado que o envolve como uma nuvem muito ténue. Foi a saída de cena da figura austera, dura e fria azul-gelo da M; foram as filmagens na misteriosa Escócia; foi o regresso do protagonista ao seu passado, à sua casa – Skyfall – e ao seu tutor de infância, traços que nunca antes tinham sido explorados.
Tudo no filme nos deixa prever que será o fim da série 007 quando, mesmo mesmo no final, quando Bond é chamado à presença do novo diretor do MI6 que pensamos o vai fazer “passar à reserva”, este lhe entrega um novo dossier para uma nova missão.

Se gostarem de Mr Bond, não deixem de ir ver. Sai-se de lá bem-disposto. Deixo aqui o tema Skyfall (muito bem) interpretado por Adele.




sábado, 27 de outubro de 2012

Aviso

Gif dança 

Esta madrugada, quando chegarem da discoteca, mesmo que venham um pouco mareados... não se esqueçam de atrasar o relógio uma horita.

Senão podem correr o risco de, amanhã de manhã, vos acontecer isto!....




sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Público e Privado




Aqui há semanas foi a falácia do ranking das escolas. Que as escolas privadas é que se colocam nos primeiros lugares do ranking; que as escolas públicas só aparecem no segundo dígito da escala; que não se ensina nada de jeito na escola pública; que os professores da escola pública não se esforçam porque não são escolhidos por uma direção forte; que na escola pública não se pratica um ensino de qualidade por causa do bendito eduquês que tanto jeito dá ao ministro (C)rato e aos pseudo-elitistas deste país com forma de província; etc. etc.

Hoje foi a falácia de que cada aluno no ensino privado fica 400 euros anuais mais barato que no público. E é que não houve jornal nem telejornal que não embandeirasse em arco e enchesse os títulos e os ecrãs  com a poupança que o estado faz com a educação no privado. E que fácil é convencer o público em geral que o privado é que é bom! Senão vejamos: os alunos aprendem mais e têm melhores resultados nos exames, são muito mais educadinhos, estão muito mais seguros dentro das suas escolinhas e até os levam a casa de autocarro e ainda por cima ficam mais baratos ao estado! 

Então porque não se privatiza toda a educação em Portugal? Com tantas vantagens parece ser  a escolha ideal. E, ainda por cima, está dentro daquilo que o senhor ministro (C)rato e o seu  governo no todo defendem. Claro que depois não sei quem daria resposta aos alunos que não têm sucesso, aos alunos portadores de deficiência, aos alunos que escolhem trajetos alternativos sejam artísticos, sejam pré-profissionais, sejam profissionais? Quem daria resposta aos alunos que são expulsos ou que nem sequer “apresentam perfil” para sequer serem admitidos nos colégios? Quem daria (ou deverei dizer: quem pagaria?) apoios a todos estes alunos que não se bastam nas turmas ditas normais de meninos filhos de algo de que se alimentam os colégios que ganham os primeiros lugares dos rankings?  É que estes (muitos, muitos) alunos é que encarecem em muito a educação. É a escola pública (despesista) que tem os recursos humanos necessários e bons para dar resposta a todos e não só a alguns alunos. É a escola pública (despesista) que não só “recolhe” aqueles que são sacudidos para fora da (poupada) escola privada como nunca os sacode de si. É a escola pública (despesista) que, apesar das recentes mudanças, tem regras estritas de respeito pelo trabalho de professores e de funcionários, o que não acontece – e eu sei do que falo – em muitas das (poupadas) escolas privadas.

Seriam estes esclarecimentos – e outros – que os jornais e os telejornais deveriam acrescentar às notícias sobre os rankings e sobre as comparações entre os gastos da escola pública e os da escola privada se quisessem prestar uma informação séria.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A culpa é dos socialistas!

O meu jornal diário disponibiliza um pequenino espaço no cantinho inferior direito de uma das primeiras páginas para publicar breves sms enviados pelos leitores. E eu, na minha forma anárquica e fragmentária de ler jornais, revistas e até textos em geral, acabo sempre por ler essas pequenas mensagens, esses pequenos pensamentos. Há os que me agradam e com os quais concordo, há outros que não vêm de encontro à minha forma de ver a realidade. Naturalmente!


Agora atente-se numa sms que veio a público hoje e que diz assim: «Os socialistas são únicos: primeiro arranjaram a crise que nos fustiga, depois pediram socorro à troika e agora apelam “à luta nas ruas”. E içam a nossa bandeira às avessas!»

O de comentários e observações me suscita este pequeno (porque curto e porque mesquinho) pensamento! Primeiro, que está na linha demagógica e manipuladora criada e posta a correr por uma certa área política sequiosa e ansiosa de “ir ao pote”, ainda utilizada hoje por algumas cabeças pensantes do governo para manterem a chama acesa (“Estamos a pagar a fatura da festa socialista.” disse, um dia destes, aquele ministro Álvaro) e tão apreciada por grande parte deste povo que, de uma maneira ou de outra, se tem deixado usar e enganar, por ignorância, por desinteresse, por indiferença, desde o tempo daquele rei que fugiu para o Brasil e o deixou abandonado à mercê dos poderosos invasores franceses.

Não se entende: a crise, diz-se, foi originada e desencadeada pelos socialistas; mas de há quinze meses para cá a crise passou a ser europeia e mundial até. Terão sido os socialistas os culpados desta hecatombe geral? Por outro lado, e se bem me lembro, não eram os socialistas quem queria “pedir socorro à troika”; lembro-me de ouvir a senhora Ferreira Leite dizer que “com as influências que o seu partido tinha na Europa”, rapidamente o país voltaria ao bom caminho. Por seu lado, o Parlamento também deu a sua grande ajuda ao não aceitar as medidas de poupança socialistas – para não falar na pressão e na ação desgastante do senhor presidente!

O senhor Mesquita que assinou o sms também se enganou quanto ao apelo “à luta nas ruas”. De facto não foram os socialistas que o senhor PM acusou no Parlamento de incitarem às manifestações de rua.
Quanto ao episódio da bandeira, já de mais foi dito sobre o assunto para se voltar à discussão, mas se o senhor presidente não estivesse tão imensamente tenso naquele momento, teria decerto dado conta do erro e logo se teria desfeito o embaraço. Imagine-se se isto tivesse acontecido com o presidente Soares…

Ou muito me engano ou daqui por vinte anos os socialistas ainda vão ser responsabilizados pelo terramoto de 1755!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Uma questão de atitude

 A minha querida e saudosa colega e amiga Amélia Pais que partiu tão repentina e inesperadamente no passado mês de maio, conforme escrevi aqui, foi muito merecidamente homenageada no passado sábado na escola a que dedicou a sua vida, a Secundária Rodrigues Lobo, ensinando, educando, emprestando todo o seu saber e estudo a quem deles queria e gostava de usufruir. 

E não se tratou de uma qualquer homenagem “caseira”. A direção empenhou-se em fazê-lo ao nível do tamanho científico, artístico e pedagógico daquela pequena grande Professora da língua e da literatura portuguesas. Foi uma homenagem-festa que dedicaram à vetusta colega convidando amigos e colegas de sempre e de vários quadrantes, oferecendo à sua memória os seus poetas, os seus textos, as suas músicas preferidas. Houve palavras de sentida amizade, de exaltação, de grande sentido de corpo. E, para que a sua presença se perpetue naquela casa de educação, deram o seu nome à Biblioteca à qual a digna professora deu tantos anos do seu saber e da sua vivacidade e criatividade. Deixa portanto de ser apenas a biblioteca da Rodrigues Lobo para passar a ser a Biblioteca Amélia Pais. Muito bem!

Cuido, a propósito e com alguma mágoa, que impensável seria uma iniciativa destas lá naquela escola onde trabalhei aturadamente mais de 36 anos, especialmente pelos seus atuais timoneiros. Pois se – e eram os mesmo os timoneiros à época – nem tiveram a sensibilidade de enviar representantes ou, ao menos, um ramo de flores ao funeral do diretor fundador da escola que lá trabalhou sempre de forma competente e entusiástica até aos anos 80! Pois se nem foram capazes de arranjar forma de dispensarem os colegas das aulas à hora do funeral da primeira de todos nós, professores de sempre na escola, que partiu! 

Só mesmo se se tratasse de alguém do seu círculo de apoiantes! É, de facto, uma questão de atitude!