Absorvida, ou melhor, submersa pela
vida familiar e profissional, durante muitos anos as minhas únicas leituras
eram as de Verão pelo que aproveitava o mês de férias na praia – quando se
podia ir um mês de férias para a praia! (Seria por isso que agora os “nossos”
governantes dizem que “vivemos acima das nossas possibilidades”?! Parvalhões!) -
para ler alguns dos bons livros que iam saindo ao longo do ano. E, para mim,
bons livros são obras dos nossos excelentes autores portugueses. Li quase todo
o Saramago na praia, li Vergílio Ferreira na praia, lembro-me de ler a bela
prosa de David Mourão-Ferreira na praia, Lídia Jorge, sem esquecer o meu
querido João Aguiar, Rosa Lobato Faria e até António Lobo Antunes li na praia –
a fase menos “psiquiátrica” dele, claro! que nos últimos romances ainda não
consegui entrar.
Mas leituras loucas de Verão
foram, sem dúvida, aquelas em que a família toda lia os mesmos livros e em que
esperávamos que um acabasse de ler um livro para o outro, ato contínuo, começar
a devorá-lo. E no fim, grandes discussões sobre as impressões de cada um sobre
o que se tinha lido! Foi a febre de “As Brumas de Avalon”, a febre das “Profecias
Celestinas” quando as miúdas eram adolescentes e a febre das febres: “ A Bela
do Senhor” de Albert Cohen que as miúdas e eu considerámos O Romance e que o meu marido não achou nada de especial… Grandes
discussões à mesa acerca da Bela do Senhor! Tão giro que era!
Sempre levámos sacos de livros
para lermos na praia até porque quando as miúdas cresceram havia mais tempo
para ler ao mesmo tempo que fazíamos as nossas “férias do lagarto”… Livros de
ficção científica, esotéricos e de política para o pai e romances especialmente
de autores portugueses para nós. E agora até os netos já se armam em leitores
inveterados de Verão, senão vejam se não é verdade.
Esta finge que lê atentamente os seus livrinhos de histórias... |
Agora este, de perna traçada, absolutamente embrenhado no livro de ficção "A rapariga de Marte"... só que há um pequeno senão: o livro está de pernas para o ar... |
As verdadeiras leituras de Verão...
Nada me dá mais prazer, do que estar a ler, bem sentada à sombra do chapéu de sol na praia :)
ResponderEliminarNão aprecio praia, só mesmo a leitura.
Adorei as fotos :)
beijinhos
Leituras são leituras e ponto final!
ResponderEliminarAgora já podemos ler em todas as estações...eu até leio nas do metro!
Ando sempre com um livro na mala!
E quem sai aos seus...não é de Genebra!
Paulo Coelho, jamais! :-))
Abraço
De pequeno é que se começa :)
ResponderEliminarEu é mesmo nas férias que aproveito para ler LIVROS !! :)
Kiss
Também eu aproveito as férias de verão para ler um pouco mais... Revistas cor-de-rosa... costumo ler no cabeleireiro :)
ResponderEliminarUma vez comecei a ler um livro do Paulo Coelho... mas foi só uma vez.
ResponderEliminar:(
"Os Contos de Cantuária" (Geoffrey Chaucer) é "o senhor" que se segue.
:)
Também eu, Rui! Também comecei a ler "O Alquimista" e... ia vomitando!
ResponderEliminarChaucer é bem difícil! Em inglês, claro...
Pois, revistas cor de rosa lêem-se no cabeleireiro...
Já comentei no post da Nina e não me quero repetir. Portanto, vou expressar-me de outra forma...
ResponderEliminarPensando melhor... há quem faça isso... comentam num blog, “copiam e colam” numa série de posts.
Vou fazer isso mesmo... apenas desta vez.
Venho já! : )
“Pela primeira vez na vida estou a ler menos nos últimos meses. Os afazeres aqui em casa estão a aumentar e depois tb passo muito tempo a “blogar”. Estou neste momento sem saber o que ler (depois de umas semanas debruçada sobre o tema Alzheimer – muito deprimente!). Esta é a fase em que não tenho um livro que esteja ansiosa por ler apesar de ter uma lista , com títulos sugeridos aqui na blogosfera. No verão, em férias fora de casa, leio apenas à noite. Já não leio na praia, como fazia há muitos anos e muito menos numa esplanada. Há uma explicação. Quando vivia em Portugal, a praia estava mesmo ali, tinha o verão todo para veranear, as leituras eram saborosas em qualquer hora do dia. Agora não. Tenho um mês de praia (os outros são passados em casa!) e quero “curtir” ao máximo aquilo que a praia vos oferece o ano inteiro. Ena... como me alonguei! : )”
ResponderEliminarAdorei, Graça!
ResponderEliminarEu infelizmente nunca tive ninguém que lesse comigo, ou que me incentivasse a isso, pois na família não existem amantes da leitura. Por isso adoro o que fazia com as suas filhas,e agora com os netinhos!
Mas eu própria me incentivei para a leitura sozinha, agora devoro livros, sou quase compulsiva, e veja só, namoro com um escritor :)
Beijinhos
Gostei particularmente das leituras do pimpolho.:))
ResponderEliminarGosto tanto de ler, deitadinha ao sol(com aragem e pouca temperatura:)), mas só posso fazê-lo indo sem o meu piolho (só quer água e enche-me os livros de areia e de creme:))
beijinhos, lagartinha
Pois é, Nina, isto com os piolhos à nossa guarda é difícil podermos fazer o que gostamos. Os anos mais difíceis para a mulher são, extamente os dos 30 para os 40 - e agora mais porque as mulheres, por força das circunstâncias, são mães mais tarde. Temos tudo sobre os nossos ombros e tempo para nós, népia! Depois dos 45/50 é que voltamos a ter tempo e aí há que aproveitar o máximo porque não sabemos quanto tempo nos resta...
ResponderEliminarCláudia, querida, vale mais tarde que nunca... E agora com um escritor em casa, ainda melhor!
Catarina, não me importo nada que repitas os teus belos comentários em mais que um blog! Gosto da mesma maneira. Estou a ver que as coisas estão difíceis com os ascendentes - um problema sério! Quando vir um livro que "mereça a pena", digo-te, tá?
Beijinhos
Os miúdos começam a sua caminhada através das letras desta maneira. Nesta fase, de pernas para o ar, também vale. O importante é ter curiosidade em abrir o livro, ser incentivado a fazê-lo...
ResponderEliminarSobre a dificuldade de tempo para a leitura, é, de facto, lamentável que até os professores, profissionais que precisam de estar sempre atualizados, sempre perto do livro e do saber, não possam ler fora do período de férias, devido a uma subrecarga dos horários que, em certas escolas, roça o irracional.
Depois queixam-se da qualidade do ensino e das (in)competências dos professores.
Um beijo
Toda a razão, Lídia! Há diretores e Conselhos Pedagógicos que inventam cada vez mais papeis com que submergem os professores em vez de lhes dar tempo para se prepararem, estudarem e lerem, lerem, lerem. Tudo para impressionar a IGE quando vão fazer as avaliações externas. Uma cretinice, enfim!
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