terça-feira, 31 de outubro de 2017

Al Khawarizmi




Al Khawarizmi  é considerado o fundador da Álgebra, mas talvez seja mais interessante conhecê-lo  pela forma como definiu o ser humano em poucas palavras.

Perguntaram-lhe sobre o ser humano e ele respondeu:

- Se tiver Ética, ele é  1

- Se também for Inteligente, acrescente 0 e será 10

- Se também for Rico, acrescente mais um 0 e será 100

- Se também for Belo, acrescente mais um 0 e será 1000

Mas... se perder o 1, que corresponde à Ética, então perderá todo o seu valor e restarão apenas os zeros.



segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Para quem não gosta do Hallowe'en

Tenho lido por aí que há educadoras de infância que se recusam a comemorar o Dia das Bruxas porque não é uma tradição portuguesa. É uma opinião.

Mas eu aproveitava para dizer a essas senhoras educadoras - e a outras pessoas que também assim pensam - que o Pai Natal e a árvore de Natal também não se enquadram nas tradições  portuguesas - seja isso o que for...

Também há quem defenda que toda a tradição é inventada - ler "The Invention of Tradition" do autor Eric Hobsbawm, 1992, se tiver interesse e ... paciência.

Mas a pensar nos que teimam em dizer que a "nossa" tradição é ir pedir «Pão por Deus» ou ir pedir o «Bolinho», como se diz aqui na zona de Leiria, a pastelaria/padaria onde diariamente compro o pão, expôs alguns sacos.














Ficam a faltar aqui os sacos para o pão que trouxe no meu enxoval - coisas do século passado... - algumas bordadas por mim... Nem dá para acreditar, pois não? Mas é verdade... Hei de mostrá-las :))

domingo, 29 de outubro de 2017

A Revolução Russa e os seus Escritores

«A Revolução Russa de outubro 1917, cujo centenário se comemora em novembro no nosso calendário, foi iniciada por um pequeno grupo de revolucionários profissionais que queriam transformar o mundo e criar a primeira sociedade comunista. A tomada do poder em Sampetersburgo, no entanto, desencadeou uma violenta guerra civil na Rússia e deu origem a um regime totalitário que para os artistas da época implicou um retrocesso criativo, levando ao triunfo de ideias conservadoras capazes de envergonhar a pior censura do tempo dos czares.

Quando estalou a revolução, a Rússia era ainda um país essencialmente rural, cujas riquezas estavam nas mãos de uma classe aristocrática separada do povo e habituada aos tempos da servidão dos camponeses. (…)

O descontentamento popular crescera na Rússia nos anos anteriores à revolução, pelo menos desde 1905, quando o regime czarista preferiu estupidamente reprimir uma manifestação contra o deficiente abastecimento alimentar. A queda do czar Nicolau II, em fevereiro de 1917, foi a consequência de uma contestação popular espontânea semelhante à de 1905, mas desta vez o protesto foi acompanhado do colapso do exército e, sobretudo, do desprestígio do monarca, uma personalidade fraca, incapaz de impedir a acumulação de rancores exacerbados pela guerra [de 1914], que já levava três anos.

O czar abdicou devido à pressão popular, ao elevado número de baixas militares, mas também por causa da fome, da incompetência e estupidez das elites, da repressão e da doença, da raiva acumulada pelo atraso crónico do país. Ao contrário do que acontecera no resto da Europa às revoluções liberais de meados do século XIX, a república burguesa foi uma mera transição que durou escassos meses, suplantada pela radicalização bolchevique de outubro (novembro no nosso calendário) cujo poder se baseou em assembleias populares, os sovietes, que rapidamente eliminaram o embrião de democracia parlamentar russa.

Sem massivo apoio popular, pelo menos do povo urbano, a revolução soviética jamais teria triunfado, sobretudo na guerra civil, que foi um extenso e cruel episódio de combates sem quartel e de intervenções militares externas. E esse apoio das massas foi acompanhado pelo idealismo de muitos artistas, nomeadamente escritores e poetas que aderiram depressa às promessas revolucionárias de uma literatura inovadora capaz de elevar os leitores e de transmitir ao mundo as novas ideias. Essa esperança de liberdade duraria pouco. Na realidade, os intelectuais e escritores da revolução foram rapidamente devorados pela violência e pelo instinto totalitário do novo regime. Pode até argumentar-se que uma das literaturas mais vibrantes do mundo foi assassinada, nos anos 30, pela obsessão estalinista de controlar todos os aspetos da vida dos cidadãos, usando os métodos do medo e da violência para silenciar qualquer atrevimento de individualismo.

Para sobreviver na literatura soviética, não era suficiente ser bom revolucionário, era preciso evitar erros políticos. Muitos escritores foram vítimas da sua inabilidade, por terem escolhido mal os protetores ou por terem escrito coisas comprometedoras em períodos em que se julgavam seguros. (…) após a abertura dos arquivos da polícia política (NKVD), os historiadores russos apuraram que dois mil intelectuais, académicos e artistas soviéticos foram presos durante as purgas do final dos anos 30 e que terão morrido nas prisões e nos campos de concentração mais de 1500, entre eles muitos escritores.»

(Parte do artigo “A Revolução que também devorou os seus escritores”, Luís Naves, in Ler, Verão 2017)

(Ilustração de Pedro Vieira)

sábado, 28 de outubro de 2017

Aviso importante

Amigos, hoje venho aqui mais cedo. Impõe-se que vos lembre de um facto importante:

Logo, quando chegarem da praia, não se esqueçam de atrasar os relógios para a hora de Inverno!!


Rir é preciso... Bom fim de semana!

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Nathalie - uma lembrança romântica da Revolução Russa

No centenário da Revolução Russa, de recordar esta bela canção, uma  homenagem romântica à dita Revolução de 1917, que, como todas as revoluções "de peso", mudou o mundo.





quinta-feira, 26 de outubro de 2017

O massacre diário das televisões

Para que fique bem claro e não restem quaisquer dúvidas, devo aqui afirmar perentoriamente que sinto a maior compaixão pelas tragédias florestais que se abateram sobre o país este terrível verão alongado.

O que não dá para suportar é o massacre diário e de hora a hora que tem vindo a ser feito pelas televisões e pela comunicação social em geral sobre nós. E não se pense que o seu objetivo seja o de mostrar a sua comiseração pelas perdas das pessoas, dos animais e do património, mas antes vincar, por um lado, as falhas que levaram aos acontecimentos trágicos – da responsabilidade do governo e, por outro, repisar as tiradas mais contundentes do omnipresente presidente da República e dar a máxima cobertura aos representantes principais dos partidos da oposição, nomeadamente à D. Assunção Cristas que, branqueada agora pelos votos que conseguiu sacar ao PSD em Lisboa, aparece sempre cheia de razão, passando uma esponja de esquecimento sobre a sua desastrosa conduta no anterior governo.

Confesso que fiquei de boca aberta quando, na véspera da apresentação da moção de censura ao governo pelo CDS, uma daquelas meninas jornalistas que agora brotam nas estações de televisão perguntou a Passos Coelho se iria votar a favor da moção e a sua resposta, naquele ar chasqueado que ele sabe colar na cara, respondeu: «Claro! Eu sinto-me envergonhado com o que aconteceu no país!» - Como se nada tivesse a ver com ele!

E depois leio que o PSD e CDS-PP, entre 2011 e 2015, cortaram mais de 20 milhões na defesa da floresta!

O orçamento de despesa do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) responsável pela gestão do património florestal do Estado e das áreas protegidas caiu mais de 25%, passando de mais de 82 milhões de euros para pouco mais de 61 milhões.

A fusão da Autoridade Florestal Nacional e do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade em 2012 resultou num corte de 10 milhões de euros no seu financiamento, logo no primeiro ano completo do governo do PSD e do CDS-PP.

Até à derrota eleitoral de 2015, o orçamento do ICNF foi sofrendo cortes sucessivos, perdendo outros 10 milhões de euros até ao final da legislatura. O orçamento para investimento foi o que mais sofreu a partir de 2013: nesse ano passa de 9 para 3 milhões de euros; em 2014 é praticamente obliterado, passando para 500 mil euros.

Para que melhor entendermos como a área da proteção da natureza era assaz importante para aqueles governantes, devemos recordar que, em 2011, o anterior governo retirou a isenção de taxas moderadoras aos bombeiros. Era ministro da Administração Interna Miguel Macedo (PSD) e secretário de Estado Filipe Lobo D’Ávila (CDS-PP).

Agora «sacodem a água» de cada um dos seus capotes e são os que mais vêm a terreiro apresentar razões, apontar os dedos e dar palpites acertados – com o doce beneplácito do presidente da República e o constante estrondo das televisões.

Mas a esses ninguém pede para apresentar desculpas pelo sucedido…




quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Alguém se lembra de Ricky Nelson?

Foi-me recordado por um amigo daqueles tempos. Foi um daqueles cantores que "apaixonou" as meninas dos anos 50, com aquela carinha inocente, aqueles olhos muito azuis e aquela voz tão docemente romântica, tão apreciada à época.




Deixo-vos com uma canção romanticamente bela.
E depois com outra mais «country» e talvez mais vossa conhecida - «Hello, Mary Lou»

Logo dirão qual preferem.








Para saberem mais sobre Ricky Nelson: 



segunda-feira, 23 de outubro de 2017

De quando os animais falavam...

Dizem que já noutra idade
falaram os animais,
e eu creio que por sinais
inda hoje falam verdade.

Ouvi contar como então
se fez valente e temido
um vil jumento, escondido
nos despojos de um leão.

Enquanto de longe o viam
os outros fugiam dele:
eram milagres da pele
do rei, a que eles temiam.

Quis falar, buscou seus danos,
que os outros, com raiva crua,
fazem pagar pela sua
da outra pele os enganos.

Quantos há, na nossa aldeia,
leões e lobos fingidos,
que houveram de andar despidos,
se não fora a pele alheia!


Francisco Rodrigues Lobo, Éclogas, I

Francisco Rodrigues Lobo (Leiria, 1580 – 4/11/1620)

Poeta e prosador, considerado discípulo de Camões e o iniciador do Barroco em Portugal, 


Sempre atual...

domingo, 22 de outubro de 2017

Quem nos protegerá dos moralistas?

Sei que este caso está já estafado de tanto andar pelas chamadas redes sociais, mas, perante a vileza e a sordidez das deliberações dos “juízes” deste nosso país, a minha revolta é tão grande que dificilmente me consigo calar!

A ocorrência remonta a Novembro de 2014, quando um homem solteiro de Marco de Canaveses se envolveu com numa relação extraconjugal com uma mulher de Felgueiras. Quando, ao fim de dois meses, a relação acabou o amante passou a perseguir a mulher, visitando-a no local de trabalho e com envio de mensagens.

A história ganha novos contornos quando, em 2015, o assédio do amante se tornou incontrolável, ao ponto de sequestrar a mulher, arrastá-la até ao local de trabalho do marido convidando-o para um almoço. A mulher acabou agredida pelo marido, com recurso a uma moca com pregos.

O caso foi julgado pelo Tribunal de Felgueiras, que aplicou multas monetárias e penas suspensas com a duração de um ano e três meses e de um ano, para o marido e o amante, respetivamente. O amante pagou também um valor superior a 3500 euros pelos crimes de perturbação da vida privada, injúrias, sequestro e ofensas à integridade física.

Depois de apelar para a Relação do Porto, a mulher viu reforçadas as “penas” aplicadas pelo Tribunal de Felgueiras, tendo-se ainda exposto à maior humilhação que se possa imaginar! (Nem Hawthorne foi tão duro com a mulher adúltera no seu clássico romance “The Scarlet Letter”!)

Então o Tribunal da Relação mimou-a com frases de um moralismo abjeto (e haverá moralismos que não sejam abjetos?) clerical, ruralista, saloio e salazarento – frases como estas:

"O adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem". "Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte". "Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte".

O Tribunal da Relação do Porto lembra também que "ainda não há muito tempo que a lei penal (Código Penal de 1886, artigo 372º) punia com uma pena pouco mais que simbólica o homem que, achando sua mulher em adultério, nesse ato a matasse".


Sim, senhores! São estes os juízes que temos para nos protegerem de quem perpetrar crimes contra nós: cheios de preconceitos, de moralismos de antanho, com uma educação apreendida no catecismo, lançando mão de provérbios e de adágio por falta de uma cultura elevada e séria e formatados pelo ideário «Deus, Pátria e Família».


Mau de mais!!




sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A meu favor tenho o teu olhar


... A meu favor tenho o teu olhar
testemunhando por mim
perante juízes terríveis:
a morte, os amigos, os inimigos.
.
E aqueles que me assaltam
à noite na solidão do quarto
refugiam-se em fundos sítios dentro de mim
quando de manhã o teu olhar ilumina o quarto.
.
Protege-me com ele, com o teu olhar,
dos demónios da noite e das aflições do dia,
fala em voz alta, não deixes que adormeça,
afasta de mim o pecado da infelicidade.


Manuel António Pina




quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Hoje não há publicação!

Hoje não há publicação! Estou com muito mau feitio!

Vá-se lá saber porquê... as televisões, as respetivas notícias e os respetivos comentários andam a dar-me cabo do juízo... E mais não digo.




quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Hoje digo uma pequena prece ...

Sabe quem me conhece bem que não sou pessoa de rezas ou de comportamentos próprios da religião, seja ela qual for. Mas não é por isso que me considero menos humana, menos sensível ou estou menos pronta para a ajuda, o apoio, a compaixão pelo meu próximo.

Neste luto emaranhado de ódio e más-vontades que se está a viver no país, mas de muito sofrimento para tantos,  e no meio de toda a angústia que me aperta o coração e a garganta, lembrei-me de uma «pequena prece» que a Aretha Franklin diz tão bem.

Por todos e para todos - e no dia de aniversário do nascimento do meu pai, que faria hoje 98 anos se a morte não o tivesse surpreendido aos seus breves 49 - uma pequena prece - A Little Prayer for you!




terça-feira, 17 de outubro de 2017

(Des)encontro de génios

Li há dias no DN que no Festival Internacional da Cultura de Cascais convidaram, para a sua sessão de encerramento que se realizou na Casa das Histórias de Paula Rego, duas figuras de enorme renome – o pensador Eduardo Lourenço e o escritor António Lobo Antunes.

Dizem que o auditório transbordou de espectadores para ouvir uma conversa de alto nível cultural como a que se adivinhava com dois vultos desta grandeza.

Porém, o que de facto aconteceu foi que os interessados não tiveram o prazer de os ouvir dialogar, mas tão-somente o dissertar de cada um deles sobre temas que nada tinham a ver uns com os outros. Isto devido, por um lado, ao “ciciar” de Eduardo Lourenço que, nos seus já cansados 94 anos, não consegue falar mais alto e, por outro, à surdez de Lobo Antunes.

Quando o professor Eduardo Lourenço sugeria um caminho, Lobo Antunes, que não o conseguia ouvir, seguia por outro completamente díspar…

O tema do encontro, proposto por Lourenço, seria «Requiem por um império que nunca nos existiu». Entendia o Professor orientar a sessão, para uma «Psicanálise Mítica do Destino Português» (subtítulo da sua obra «O Labirinto da Saudade») tendo como pano de fundo o sentimento secular do Império e do seu final com a Revolução de Abril. Depois daria a palavra a Lobo Antunes para falar da Guerra Colonial, já que foi ele «quem mais ajudou o país a fazer o luto através de uma das maiores obras literárias em que reinventou o que se abandonou em 1974

Só que Lobo Antunes, sem conseguir ouvir o que Eduardo Lourenço pretendia, começou a falar de improviso sobre o que muito bem entendeu. Diz o jornalista do DN que Lobo Antunes «referiu uma escritora que definia o intelectual como “muita chatice e pouca foda”; depois usou as metáforas de um doente que achava ser o rei D. Manuel e distribuía cheques com fortunas. (…) Voltou à classe dos intelectuais, sobre o qual o professor se manteve em quase silêncio, e referiu que “eram uns enconados”; que Fernando Namora ia para a cama às 21.00 para ter mais insónias; que o Vergílio Ferreira era um chato; que a maior parte dos intelectuais são chatos como a porra. Têm uma inteligência paralisada.» – 

Estas entre outras pérolas…


Dava dinheiro para ter assistido!  (É que eu gosto mesmo muito de ambos!)




domingo, 15 de outubro de 2017

O pior dia do ano!

Não me lembro de calor tão intenso, tão sufocante como o que se fez sentir aqui em Leiria ontem e hoje. Não se trata apenas dos 35 ou 36 graus. O problema é o vento quente e a ausência de humidade.

Hoje as televisões não pararam de anunciar que foi o pior dia do ano em termos de incêndios, com tantos fogos a brotarem por todo lado no norte e no centro. Têm mostrado as zonas mais sacrificadas de Monção bem como Penacova, Lousã, Cambra, Arganil, Sertã.

Ao fim da tarde foi a vez de a mata nacional aqui de Leiria pegar fogo. A zona de S. Pedro de Muel, Vieira, e Pedrogão praia estão em fogo. Vê-se aqui de Leiria. Não há comunicações por telemóvel, mas temos internet. As televisões nada dizem.

Deixo aqui o texto emocionado do meu amigo e colega Luís Lobo, que vinha de praia para Leiria, bem como algumas fotografias suas que editou no facebook.

«Destroçado.

O "meu" pinhal, aquele pinhal verdejante, exuberante em beleza e secretismo, uma jóia do nosso litoral, intocável há anos... Arde agora pela mão criminosa e psicopata do homem. Eu pude testemunhar a evolução. Saí de Leiria com um fogo no horizonte, quando cheguei à Marinha Grande já se distinguiam dois. Passei a estrada do pinhal pela Garcia e quando cheguei ao farol de S. Pedro, já eram 3 fogos. À medida que passavam os minutos e ia fotografando, ardiam novos pontos para norte. O vento soprava quente e veloz de sul. 33º no ar e um cheiro a fumo descia à terra. Bombeiros e polícia num corrupio. Trânsito imediatamente proibido. Pelas estradas do pinhal era impossível circular. Às 19h00 deixavam já circular por Pataias, única fuga possível. Quando regressava a casa, deixei um horizonte a arder nas minhas costas.

Deixo-vos as imagens implacáveis desta tragédia duma natureza que eu tanto amo e faz parte de mim...»













Outras imagens do fogo, visto de um subúrbio de Leiria:






Em Monte Real:



Mau de mais!! Não há bombeiros que cheguem. As televisões nada dizem. Incendiários? Sei lá...

Medo. Angústia. Revolta.

sábado, 14 de outubro de 2017

Que grande seca!

Nos inícios de 70, vi ao longe as ruínas da aldeia que foi submersa pela barragem de Vilarinho de Furnas, no Gerês, que muito me impressionaram. 

Não sei que efeito tem em mim o desaparecimento de construções humanas por alagamento ou para edificação de outras mais modernas que me deixa um pouco entristecida.

Desta vez, aconteceu o contrário: a seca e as temperaturas elevadas que se têm feito sentir por todo o país, mas mais fortemente no interior e no Alentejo, têm reduzido drasticamente a capacidade das barragens. 

É o que está a acontecer na barragem do Pêgo do Altar, perto de Alcácer do Sal, inaugurada em 1949. De tal forma tem baixado o nível das águas que ficou a descoberto uma antiga ponte construída há 200 anos sobre o rio Mourinho e que ligava as povoações de Santa Susana e São Cristóvão.

Não é a primeira vez que a ponte se deixa ver. Já em 1995 a ponte ficou à mostra devido a uma seca semelhante à que se está a viver. 




E eu que não gosto nada do tempo chuvoso, dou comigo a ansiar por chuva...

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

... na vida tudo passa...

Ontem, depois de um jantar de amigos, de onde saí algo acabrunhada - culpa minha por certo - lembrei uma canção dos inícios de 60, uma das minhas canções, cuja letra (e toada) nunca pude esquecer por tão verdadeira. De facto, "na vida tudo passa"....


quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Histórias da minha rua (11)

A jovem senhora está na faixa dos quarenta mais próxima dos cinquenta, embora apresente um aspeto juvenil de quem veste 36 e de uma bonita loira com cabelos aos caracóis.

Não obstante, tem já em cima uma boa carga de problemas de saúde, o que ninguém dirá dado o olhar alegre e o sorriso fácil.

A sua médica de família, que é muito cuidadosa e por isso muito gabada pela jovem senhora, preocupada com uma ciática e com as queixas das lombares, depois de lhe encomendar uma série de exames, marcou-lhe uma consulta de neurocirurgia em Coimbra – que em Leiria o SNS não tem – para confirmar um tratamento mais completo e adequado.
Ontem contou-me como foi: entrou no gabinete do médico neurocirurgião que, sem sequer a mandar sentar, lhe perguntou de chofre a que queria ela ser operada.

Cara de espanto da jovem senhora, perplexidade, encabulação. Depois de recomposta e de perguntar se podia sentar-se, a jovem senhora respondeu que não vinha para nenhuma operação e apresentou os relatórios dos exames realizados que o senhor doutor se viu quase obrigado a ler.

E, em cinco minutos, lá lhe prescreveu, secamente, uma operação à coluna por causa da lombar 4 ou 5 ou fosse ela qual fosse.

Que a jovem senhora diz que não fará, pelo menos para já e depois de uma consulta assim…

(Que fique claro que não estou aqui a maldizer o SNS. Vivi até perto dos meus 30 anos sem a existência de tal comodidade social e nem quero lembrar-me desse tempo! Profissionais dignos e interessados há-os dentro e fora do SNS e dos outros também…)




quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Boca de romã perfeita


Boca de romã perfeita
Quando a abres p’ra comer,
Que feitiço é que me espreita
Quando ris só de me ver?


F. Pessoa





terça-feira, 10 de outubro de 2017

Palacio de la Madraza

A visita à Casa do Alentejo, no Palácio Alverca, fez-me lembrar, pelas influências árabes, o Palacio de la Madraza, em Granada, que visitei este Verão e que é lindíssimo.

O palácio, ou Casa da Ciência, foi a primeira universidade de Granada. Inaugurada em 1349 pelo rei Yusuf I de Granada, tendo funcionado, diz-se,  até cerca de 1500 já depois da conquista castelhana. 

Atualmente, o palácio pertence à Universidade de Granada e é usado para atividades culturais.






















No andar superior está o Salón de Caballeros XXIV, atualmente usado para conferências, cujo teto, uma verdadeira maravilha, (que não dá para ver na fotografia) levou catorze anos a (re)construir.



Resta ainda um oratório da época nazari, a última dinastia árabe que dominou o reino de Granada. De notar as representações das romãs - o símbolo de Granada.



Não é uma pérola esta Madraza (escola)?

domingo, 8 de outubro de 2017

Parabéns ao nosso anfitrião!

Desta vez foi o Ricardo do Pacto que nos recebeu e bem na Casa do Alentejo para o nosso 6º Encontro de Bloggers.

Muitos já conhecidos e alguns "novos", mas todos bem divertidos. Comeu-se bem, bebeu-se também - sem faltar a habitual ginjinha de Óbidos que a Manu mandou - falou-se muito e rimo-nos ainda mais... Fomos muito "indisciplinados"...

Deixo aqui umas (poucas) imagens (in)discretas...





E, no fim, ainda recebemos presentinhos...



... e beijinhos...


Foi muito divertido (acho que já tinha dito...) e gostei muito de visitar o Palácio Alverca, onde está instalada a Casa do Alentejo. 

Quem vê a fachada não consegue imaginar a beleza que se encerra no interior. Ora vejam. (peço desculpa pela pouca qualidade das fotografias...)








(A Biblioteca, onde se realizou o almoço)

(O salão com palco, onde se dançava)

(Outro salão)

(A sala de refeições)

(A Taberna) 

(Mobiliário antigo)

(Outro belo recanto)










Não vos parece que o nosso anfitrião está de parabéns?