Deus m’a mim livre ter alguma vez
de usar sapatos destes por mais belos e elegantes que sejam!
(Kate Moss, aqui) |
O meu ideal de calçado é sapatinhos
rasos e bem decotados até se ver o reguinho dos dedos dos pés e, assim que o
sol começa a dardejar-nos com raios mais quentes, aí por Maio, aí está ela a
ver de sandálias, às tirinhas e rasas, claro! Assim:
Loja Intimidades, Leiria |
Quando era garota, a minha mãe
comprava-me sandálias – tive umas amarelas, lindas! – que eu odiava usar porque
tinha vergonha de mostrar os dedos dos pés… Nessa altura eu era alo esquisita com os
sapatos (e com tudo, diga-se!). A minha mãe que era uma “lisboeta” assumida,
fazia as compras todas na Baixa e lembro-me de uma vez que corremos as sapatarias
quase todas da Baixa – e não eram poucas, embora ainda não houvesse a minha
querida Hélio – e em nenhuma encontrei sapatos de que gostasse. Fomos até à
sapataria Rico que era das mais caras nesse tempo e eu: “Não gosto…” A minha
mãe estava furiosa, nem sei como não me deu uma bofetada (que não se ensaiava
nada para o fazer) mas como estávamos em plena via pública, limitou-se a
berrar-me: “Só se formos a Paris!” Sei que nos metemos no comboio para Sintra
sem comprarmos os benditos sapatos…
Aí pelos meus doze, treze anos,
apareceram as sandálias de “enfiar o dedo” (do tipo havaianas que agora se usam
na praia) e aí fomos nós para Lisboa ver. Dessa vez, não obstante continuar a
não gostar de mostrar os dedos dos pés, apaixonei-me literalmente por umas
chinelas lindas, com as duas tirinhas em cabedal branco com um fiozinho prateado
no meio de cada tira. Super modernas e lindas de morrer! O problema é que não
conseguia abrir os dedos para as enfiar. Ia connosco uma queridíssima amiga
nossa, mais velha que a minha mãe, que à época vivia connosco e que eu amava
como se fosse minha avó pela doçura de pessoa que era. E aí põe-se ela para os
meus dedos: “Abre-te Sésamo! Abre-te centeio, abre-te cevada, abre-te porta
danada!” foi um misto de vergonha e de risota que ali se armou – inícios de 60,
na “finesse” das sapatarias da Baixa, estão a ver … Bem, sei que trouxe as
sandálias e as usei até poder.
Agora os meus sapatos sensação
foram umas sabrinas cor-de-rosa que o meu pai me trouxe de Madrid, andava eu no
Liceu, de comboio Sintra-Lisboa, Lisboa-Sintra todos os dias, 64/65, por aí,
numa altura em que ainda não se viam sabrinas por cá e muito menos cor-de-rosa!
Uma verdadeira sensação! Nem queiram saber! Eram simplesmente assim:
(retirado da net) |
E por isso tudo e mais por causa
das minhas velhas manias do ballet, os sapatos que eu gosto de usar no Verão
são assim:
(Paixão por flores) |
(Paixão por gatos) |
Alinho nos teus gostos! :-))
ResponderEliminarSempre que ando de saltos, o que faço raramente, tenho medo de "despencar"! :-))
Estou de sabrinas verdes...de esperança!
Abraço
Muito eu gostava e sabia usar uns saltos bem altos , quando era nova...Quando vivi em Lisboa , tempos de estudante , comprava na Hélio, que até pertencia a amigos de meus pais.Hoje , raramentre vou a Lisboa, uso sapatos rasos ou quase e quando tenho de usar um pequeno salto é uma grande dor de coluna...M.A.A.
ResponderEliminarE eu, que mal vi a imagem, vinha toda lampeira!
ResponderEliminarOh!:(
:))
Já sabendo dos meus gostos, não duvidarás que daqui a uns anitos mudo de ideias...por obrigação.:)
beijinhos (de chinelos)
Adoro as escolhas. O ~Verão deve ser sempre confortável.
ResponderEliminarQuando eu era adolescente houve uma moda dumas sandálias todas em plástico, as calibri! Que pena não me ter lembrado delas a tempo do post!
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