quarta-feira, 6 de junho de 2012

6. O meu calçado de Verão


Deus m’a mim livre ter alguma vez de usar sapatos destes por mais belos e elegantes que sejam!

(Kate Moss, aqui)

O meu ideal de calçado é sapatinhos rasos e bem decotados até se ver o reguinho dos dedos dos pés e, assim que o sol começa a dardejar-nos com raios mais quentes, aí por Maio, aí está ela a ver de sandálias, às tirinhas e rasas, claro! Assim:


Loja Intimidades, Leiria



Quando era garota, a minha mãe comprava-me sandálias – tive umas amarelas, lindas! – que eu odiava usar porque tinha vergonha de mostrar os dedos dos pés…  Nessa altura eu era alo esquisita com os sapatos (e com tudo, diga-se!). A minha mãe que era uma “lisboeta” assumida, fazia as compras todas na Baixa e lembro-me de uma vez que corremos as sapatarias quase todas da Baixa – e não eram poucas, embora ainda não houvesse a minha querida Hélio – e em nenhuma encontrei sapatos de que gostasse. Fomos até à sapataria Rico que era das mais caras nesse tempo e eu: “Não gosto…” A minha mãe estava furiosa, nem sei como não me deu uma bofetada (que não se ensaiava nada para o fazer) mas como estávamos em plena via pública, limitou-se a berrar-me: “Só se formos a Paris!” Sei que nos metemos no comboio para Sintra sem comprarmos os benditos sapatos…

Aí pelos meus doze, treze anos, apareceram as sandálias de “enfiar o dedo” (do tipo havaianas que agora se usam na praia) e aí fomos nós para Lisboa ver. Dessa vez, não obstante continuar a não gostar de mostrar os dedos dos pés, apaixonei-me literalmente por umas chinelas lindas, com as duas tirinhas em cabedal branco com um fiozinho prateado no meio de cada tira. Super modernas e lindas de morrer! O problema é que não conseguia abrir os dedos para as enfiar. Ia connosco uma queridíssima amiga nossa, mais velha que a minha mãe, que à época vivia connosco e que eu amava como se fosse minha avó pela doçura de pessoa que era. E aí põe-se ela para os meus dedos: “Abre-te Sésamo! Abre-te centeio, abre-te cevada, abre-te porta danada!” foi um misto de vergonha e de risota que ali se armou – inícios de 60, na “finesse” das sapatarias da Baixa, estão a ver … Bem, sei que trouxe as sandálias e as usei até poder.

Agora os meus sapatos sensação foram umas sabrinas cor-de-rosa que o meu pai me trouxe de Madrid, andava eu no Liceu, de comboio Sintra-Lisboa, Lisboa-Sintra todos os dias, 64/65, por aí, numa altura em que ainda não se viam sabrinas por cá e muito menos cor-de-rosa! Uma verdadeira sensação! Nem queiram saber! Eram simplesmente assim:
(retirado da net)


E por isso tudo e mais por causa das minhas velhas manias do ballet, os sapatos que eu gosto de usar no Verão são assim:

(Paixão por flores)

(Paixão por gatos)

(Quando muito uma cunha(zinha) para não ser tudo raso...)


5 comentários:

  1. Alinho nos teus gostos! :-))
    Sempre que ando de saltos, o que faço raramente, tenho medo de "despencar"! :-))
    Estou de sabrinas verdes...de esperança!

    Abraço

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  2. Muito eu gostava e sabia usar uns saltos bem altos , quando era nova...Quando vivi em Lisboa , tempos de estudante , comprava na Hélio, que até pertencia a amigos de meus pais.Hoje , raramentre vou a Lisboa, uso sapatos rasos ou quase e quando tenho de usar um pequeno salto é uma grande dor de coluna...M.A.A.

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  3. E eu, que mal vi a imagem, vinha toda lampeira!
    Oh!:(

    :))

    Já sabendo dos meus gostos, não duvidarás que daqui a uns anitos mudo de ideias...por obrigação.:)


    beijinhos (de chinelos)

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  4. Adoro as escolhas. O ~Verão deve ser sempre confortável.

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  5. Quando eu era adolescente houve uma moda dumas sandálias todas em plástico, as calibri! Que pena não me ter lembrado delas a tempo do post!

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