quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Para rir

Passou há já muitos anos o tempo de nos divertirmos em pequenos grupos de amigos a rir às gargalhadas contando anedotas à desgarrada. Quando apareceu a moda dos mails, todas as brincadeiras, histórias e anedotas começaram a correr de casa em casa, de mail em mail, “matando” completamente as “tertúlias” de anedotas de onde se saía bem-disposto e renovado. Lembro-me com alguma nostalgia dos jantares de amigas/colegas em que ríamos até às lágrimas durante horas até quase nos porem fora do restaurante e depois, quando chegávamos a casa, ainda ríamos mais a contar as anedotas “novas” aos maridos e aos filhos.


As anedotas e as brincadeiras atualmente limitam-se a provocar uns breves sorrisos solitários que em nada nos fazem «desopilar o fígado» …

Hoje trago aqui algumas histórias da atualidade bem recente (entre ontem e hoje) que pretendem fazer desenhar alguns (sor)risos no vosso fácies. Ora façam o favor de ler!

  • Para rir são muitas das intervenções de alguns pacatos cidadãos naqueles fóruns da rádio subordinados a determinados temas da atualidade. Mas o que eu ri ontem de manhã quando os participantes foram convidados a manifestarem-se acerca da recente atuação do Partido Comunista. Ora tive oportunidade de ouvir mais de um deles da área político-partidária do “governo” a tecer loas muito bem engendradas àquele partido, aos seus dirigentes, à sua coerência e verticalidade e, claro está, às muito bem vistas alianças que tem feito, em termos autárquicos, com os da área do “governo”. Não me digam que isto não é de rir a bandeiras despregadas…
  • Hilariante por de mais foi a apresentação dramatizada, teatralizada pelo irrevogável-Vice-amigo-dos-velhinhos-e-dos-pobrezinhos-que-não-se-manifestam do pluri-anunciado guião da reforma de Estado que mais não é do que uma inócua carta de intenções cheia de palavreado oco e sem sentido nem ligação que mais não serve senão para propagandear a sua ideologia fascizante.     
  • De ir às lágrimas a força (não, não quero chamar-lhe desfaçatez) com que o Montenegro (grandioso nome, não?) o grande panegirista de todas produções que o “governo” apresenta na Assembleia, elogiou mais esta proposta de orçamento como sendo o orçamento da esperança, da melhoria, do reerguimento do país que prevê grandes progressos em áreas como a Educação e a Saúde.
  • Por último, mas não em último, ouvi a apresentadora de um telejornal da hora do almoço dizer sem desatar a rir às gargalhadas que, em Dia Mundial da Poupança, o ilustrado governador do Banco de Portugal «recomenda que cada família tenha no banco pelo menos o equivalente a seis meses de rendimento para fazer face a qualquer imprevisto».

Não digam que estas “narrativas” não são de morrer a rir!




terça-feira, 29 de outubro de 2013

Vai um chá?

A temperatura começa a baixar. Já se prevê um acentuado arrefecimento noturno e formação de geada para o início da manhã...

Para prevenir o friozinho da noite, vai uma chávena de cha(t)?...



Também há quem prefira dormir quentinho desta maneira...



Por mim...



Passem uma noite quentinha...


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Viagem a Marte...

Podem não gostar de por lá andar, mas o facebook é enorme manancial de ideias para além de fazer imensa companhia a quem está só. Faz-me lembrar quando, há muitos, muitos anos atrás, antes de haver televisão em Portugal, as pessoas se punham à janela a ver quem passava e a falar com as vizinhas... 

Assim.



Mas voltando ao facebook, encontrei por lá uma foto que me encheu as medidas e quero aqui deixá-la porque podem também gostar de ver (e de conjeturar...)




Por mim, nessa viagem sem regresso, só lhes juntava o marçano do pingo doce! Também podia ir nessa viagem sem regresso!



domingo, 27 de outubro de 2013

Não Venhas Tarde

Oiço muito pouca rádio; oiço apenas quando vou no carro e ando muito pouco de carro. É uma falha minha talvez não ouvir rádio mas aborreci-me dela (como estou a aborrecer-me da televisão) há muitos anos, quando a rádio deixou de ser um meio de ouvirmos música para ser um meio de ouvirmos anúncios e diálogos tontos que pretendiam ser frescos entre locutores também eles tontos dizendo baboseiras para o pessoal rir. Um dos primeiros programas que “chumbei” foi o famoso «Pão com Manteiga» do não menos famoso (e tonto também, que nunca gostei nada dele…) Carlos Cruz. Depois apareceu o pretensioso do Sala e outros de que nem conheço os nomes e PIM! Matei a rádio!

Ao domingo de manhã, no carro – como já disse – oiço um bocado do «Amor é…» do Professor Júlio Machado Vaz e em tempos gostava de ouvir os programas sobre a história da música ligeira nacional e não só do meu querido colega Zé Nuno Martins. 

Ora esta manhã, por causa do “jet lag” da mudança da hora… apanhei o Professor já no final e depois começaram a passar um “faduncho” do fadista (esquecido, dizia a locutora) Carlos Ramos. Assim que ouvi os primeiros acordes – e porque, como muito bem sabem, não gosto de fado – saiu-me um daqueles “Oh não!...” embirrantes como se adolescente ainda fosse… E o meu marido, habituado (e que me habituou…) a fazer-me as vontades em termos de música (e não só…) mudou de posto.

«Não! deixa ouvir!» E aí nos demos à paciência e ao encantamento de ouvir a voz doce e modelada do velho fadista a desenvolver um poema que apesar de ter sido escrito nos anos 50, acabava por sugerir à mulher uma liberdade em termos de amor que não era possível defender nesses tempos obscuros.

E recordei: finais de 50, inícios de 60, nos primórdios da nossa televisão, havia programas que se repetiam semanalmente e que víamos com a obrigação de quem tem um bem precioso e raro. Era o caso das «Charlas Linguísticas» do Prof. Raul Machado; da «TV Rural» do Eng.º Sousa Veloso; do «Museu de Cinema» do António Lopes Ribeiro; do programa de declamação de poemas por João Villaret (que eu também abominava!); da «Noite de Fados» pelo Carlos Ramos cujo genérico era, nem mais nem menos, o fado «Não Venhas Tarde» - o tal que passou hoje de manhã na rádio…

(O meu Babá)

Eu passava longas temporadas em casa dos meus avós maternos e, já eles viviam em Minde, o meu avô não dispensava ouvir o programa semanal de Carlos Ramos – que eram uma descomunal seca para mim já muito mais interessada no Paul Anka ou no Elvis. Assim que ouvia os trinados da guitarra que anunciavam o «Não Venhas Tarde», lá me saía o habitual “Oh, não!”. Mas por muito habituada a que o meu avô (o meu Babá) me fizesse as vontades, esta ele definitivamente não fazia. Nunca! É que ele gostava mesmo de fados – eu até lhe chamava o Zé da Samarra (com a amante a seu lado…) que o meu Babá era bem atiradiço e, se calhar por isso, ou por ser um lisboeta do coração, ele gostava tanto do Carlos Ramos e do seu fado de marca «Não Venhas Tarde».  

(Vale a pena dar atenção à letra)







sábado, 26 de outubro de 2013

Compras na Cidade


Com a shopping-mania que se abateu sobre as cidades de há uns anos para cá – e até sobre Leiria, imagine-se! – e também com os sucessivos cortes com que os “nossos” governantes têm mimoseado os reformados, diga-se, fui perdendo o (bom) hábito de dar umas voltas pela cidade a ver as lojas e a fazer uma comprita aqui, outra acolá.

Ontem à tarde, para me recompor de tanta chuva e tanto tempo cinzento e de uma semana de algum mal-estar, resolvi ir passear pelas ruas e ver as lojas.

Nos anos em que, de acordo com as contas e as certezas deste “governo”, todos nós vivíamos “muito acima das nossas possibilidades”, por esta altura do ano já tinha feito quase todas as comprinhas de Natal para sobrinhos, amigas, filhos de amigas e parte da família chegada, “extravagância” para a qual muitas vezes me chegava menos de metade do subsídio de Natal. Como agora o que atualmente recebo de “prestação mensal” do dito subsídio não chega, nem pouco mais ou menos, para pagar a também mensal taxa de solidariedade social, ainda não tenho nada comprado e pouco vou comprar, claro.

Na minha voltinha de ontem, porém, pensei que talvez encontrasse algumas coisas que me surpreendessem pela novidade e/ou pelo preço, sei lá!




Entrei, saí, entrei, saí, entrei e voltei a sair e, das lojas que ainda não fecharam, saí sempre com a mesma sensação: espaços enormes vazios, ou enormes porque vazios, com as funcionárias, muitas delas “velhas conhecidas”, fingindo-se entretidas, ocupadas a arrumar cabides ou a ajeitar roupas ou a verificar códigos no computador… Que desânimo! Ver uma loja enorme de uma cadeia espanhola que costumava fervilhar de jovens em fila para experimentarem um fato, umas calças, um vestido, completamente vazia. Outra de roupa para crianças em tempos de preços acessíveis, completamente vazia. Outra que outrora tinha dois andares repletos de modelos masculinos e femininos mas que agora usa um só andar metade do qual ainda com saldos de verão, completamente vazia. Tudo vazio. Tudo como que para fechar. Como as pessoas: também parece que estão para fechar. Um desânimo!

Vim para casa. Como quem também está para fechar. Desanimada.



sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O guionista



Passos Coelho arranjou uma tarefa adequada para o seu Vice-Primeiro: fazer guiões! O dr. Portas está para apresentar o guião da reforma do Estado, que anda a escrever desde Novembro de 2012. Que esteve para ser apresentado em Fevereiro, que esteve para ser apresentado antes das férias de verão, depois do regresso da birra e agora é que é. Era para ser amanhã mas fica para a próxima quinta-feira. Quem já esperou um ano pode esperar mais uma semana. Estamos todos em pulgas para ler o guião de Paulo Portas…. Isto é, para ver como ele safa o rabo que Passos Coelho lhe espetou, ao associar o seu guião da reforma do Estado, com a realidade da austeridade.

(ideia aproveitada do facebook)




quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dia de chuva

Choveu!
Choveu!
Choveu!

E eu... dormi...


Dormi...


Dormi...



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

"Quem tem alma não tem calma"

“Felizmente” atacou-me o febrão e mais não sei o quê que me alquebrou (mas não quebrou…) e desde domingo que não via nem ouvia notícias.

Mas hoje, ao fim da tarde, pus-me a passar uma roupita a ferro, que, tal como lavar loiça, é uma das minhas tarefas de relaxe intelectual durante a qual me permito agendar tarefas a realizar e alinhavar textos a escrever. Nem queiram saber o de ofícios de resposta a encarregados de educação, à (inutílima) DREC e ao (ainda à época não implodido ME) e o de guiões para reuniões que pus em tópicos no tempo da escola enquanto realizava estas tarefas “inferiores”…

Ora como já nada mais me resta de “criativo” para escrever senão estes miseráveis textos aqui para o blog, liguei um daqueles canais de informação e nem queiram saber o montão de novidades que recebi e que me vou permitir (não digo «partilhar» porque não gosto da palavra por estar por de mãos gasta e por ser por de mais moralista e, direi mesmo, hipócrita) dividir convosco.

Juro que nunca ouvi dizer tantas mentiras e tantas falácias em tão pouco tempo e com tanta convicção desde a última conferência de imprensa que o “nosso” “presidente” deu na Suécia.

Mas fiquei a saber que:

  •  O “governo” está a preparar com a Europa um “programa cautelar” que não é um segundo resgate conforme adiantou toda a oposição. O “nosso” primeiro logo explicou que quem não sabe a diferença entre um segundo resgate e um programa cautelar não está minimamente preparado para governar; e, por outro lado, um segundo resgate seria o que aconteceria se fosse o PS que estivesse no governo. (O “nosso” primeiro lá sabe já que quando se teve de pedir o resgate em 2011 foi ele e a trupe dos seus incluído o senhor de Belém que a tal forçou). 

  • Perguntado pela tão apregoada “reforma do Estado”, o “nosso” primeiro afirmou perentoriamente que está a ser feita há dois anos. Mas lembrando-se daquela que era para ser apresentada em Julho pelo “nosso” vice, logo emendou e informou que poderá ser discutida aquando da discussão do OE. (Sei pouco da arte da politica mas parece-me que uma reforma seja do que for tem de apresentar uma série de linhas orientadoras que têm de ser apresentadas e conhecidas antes de um orçamento o qual deverá decorrer daquela(s). Penso eu, claro!)

  • A secretária loira do “nosso” vice prometeu que em 2015 as medidas de aperto exigidas aos portugueses – leia-se a chamada “peste grisalha” e os proscritos dos funcionários públicos – serão aliviadas (que é para votarem “neles” outra vez, pois então!)O “nosso” primeiro afiança que «não sabe o que se vai passar em Portugal»; de facto, um PM não tem obrigação nenhuma de saber o que se espera para o país que governa…

  • Por último mas não em último, fiquei a saber que Vale e Azevedo foi expulso da Ordem dos Advogados por falta de idoneidade moral. É justo. Mas depois pus-me aqui a maquinar: então e o que é que aconteceu em termos profissionais a Miguel Relvas, Dias Loureiro, Duarte Lima, Arlindo de Carvalho, Rui Machete, entre “muitos, muitos, muitos, muitos” (Cavaco dixit in Panamá) outros…





segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Outono

Imagens de outono

No parque do Solar dos Viscondes da Barreira, Leiria





E a casa. Uma casa à antiga portuguesa, linda, circundada pelo parque.


A entrada com o brasão.


E a capela.


Com inscrição e tudo...



Tudo muito tradicional, muito outonal, E só ontem o descobri....

domingo, 20 de outubro de 2013

Oh coitadinho do meu Belenenses!



Hoje Os Belenenses foram afastados da Taça de Portugal pela Académica de Coimbra. Ora de há muitos anos para cá, de cada vez que Os Belenenses perdem um jogo, eu digo, algo sentida, «Oh coitadinho do meu Belenenses!»

Não! Eu nem sequer sou do Belenenses! Sou sportinguista de longa data e nem sei dizer desde quando, nem porquê. (Ah! E aproveito para avisar já os meus queridos seguidores e/ou comentadores que nem pensem em começar já a mandar piadas! Olhem que eu tenho muito a dizer sobre o Xoxe Xexus se for caso disso…)

Mas voltemos ao meu Belenenses. Como muitos de vós sabem, eu nasci em Algés e lá vivi até aos dez anos. Isso no tempo do grande Matateu, um dos melhores jogadores de Os Belenenses, que por acaso morava com a sua loira esposa em Algés. Mas determinante mesmo era o facto de o meu primo-irmão que morava em Belém era (e é) tal como o pai, o meu tio Mário, incondicional fã de Os Belenenses. E nós, que nessa altura nos dávamos como o gato e o rato, tínhamos de estar sempre em campos opostos e em agressão constante. Daí que eu o zurzisse contra Os Belenenses a quem amiúde eu chamava de Pastelenses (por causa dos pastéis de Belém, claro!) e sei lá o que mais…





Os anos passaram, nós acabámos por nos afastar um pouco indo cada um à sua vida e já casada e mãe de filas e  sem aquela “vontadinha” de infernizar a vida do meu querido primo-irmão, passei a manifestar aquele carinho que sempre tive por ele adotando o seu Belenenses como se fosse também o meu Belenenses.

Por isso hoje lá voltei a sentir aquela pequenina tristeza porque «o meu Belenenses» perdeu no jogo para a Taça e lá veio o habitual «Oh coitadinho do meu Belenenses!»...


sábado, 19 de outubro de 2013

Selo de Amizade


O simpático blog  Jardins de Afrodite cumpriu ontem o 1º aniversário. E não é que a sua criativa autora elaborou um selo e uma entrada personalizada para cada um dos seus seguidores?

O meu selo é assim:



E não contente com esta prenda, ainda me ofereceu estas belas hortenses:






E esta excelente canção dos "meus" Beatles:






Em jeito de agradecimento deixo aqui um acróstico muito à maneira da querida Afrodite.


AMOR

Acordo os teus sentidos no
Meio dos teus sonhos confrangidos e
Oiço cada espasmo do teu corpo que
Reage pressuroso aos meus afagos.


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Chuva



Caem líquidos os cristais
Humedecem e emudecem as folhas que caem
Urgentes e revoltas no chão.
Vem célere a agonia da vida
Até que volte a sacudir-se de inquietação.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Histórias da minha rua (5)



A Senhora Dona Mimi

A Senhora Dona Mimi sempre foi muito pespeneta. Umas vezes risonha, mas a maior parte das vezes trombuda, umas vezes simpática mas a maior parte das vezes distante, umas vezes muito faladora, mas a maior parte das vezes nem os bons-dias dava às pessoas. Nada sei de doenças do foro psiquiátrico e não quero cometer o erro que comummente é cometido de dizer alguém é autista ou bipolar, mas, a olho nu, quase apetece dizer que a Senhora Dona Mimi sempre apresentou traços e comportamentos de alguma bipolaridade.

A Senhora Dona Mimi teve sempre uma necessidade imensa de andar na vanguarda da moda, carregadinha de roupas e de acessórios de marca e chegou a afirmar que «se pudesse, todos os dias vestiria uma roupa nova». Isto embora não leia um jornal e muito menos um livro. Mas sempre deu tudo por um bom conflito, um bom bate-boca, uma boa discussão acalorada acabando por afastar todos os amigos mesmo aqueles a quem se apegava para além do razoável e até do entendível.

As vaidoseiras da Senhora Dona Mimi estenderam-se à casa que foi entulhando de toda a espécie de arrebiques, bibelôs a condizer com os arrebiques que, por sua vez, condizem com o arranjo de flores artificiais e com a moldura dos quadros e quadrinhos com que foi forrando todas as paredes e todos os recantos. Não contente com isso, pretendeu sempre dar palpites senão mesmo ordens na decoração das casas de pessoas que ingénua e naturalmente lhe abriam as portas.

A porta da casa da Senhora Dona Mimi porém nunca ou quase nunca se abriu para os outros por muito que esses outros precisassem nem que fosse de uma palavra. Aliás podemos dizer que a generosidade da Senhora Dona Mimi foi sempre inversamente proporcional em tamanho ao seu guarda-roupa …

Hoje foi dia da empregada da Senhora Dona Mimi ir fazer a limpeza a casa da Senhora Dona Mimi e eu reparei. Reparei que a empregada da Senhora Dona Mimi limpou a soleira da porta e o pátio com a porta meia aberta – ou estaria mesmo meia fechada? – e logo, logo a fechou. E as janelas – até as janelas! – lá em cima estavam nem chegava a semiabertas; tinham os estores para baixo até uma pequena meia dúzia de centímetros dos parapeitos.

E aí dei comigo a pensar: tal patroa, tal empregada…


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Carta Aberta

(imagem da net)

Hoje (mas não é de agora) eu queria, do alto da minha idade, da minha experiência e das minhas vivências, boas e más, dizer ao senhor Pedro e ao senhor Paulo e ao senhor Nuno e às donas Assunções e à menina Luís e ao mestre Aníbal de Boliqueime que não queria voltar a ver como vi a mulher da casa a rebuscar os tostões pela casa para poder ir à praça comprar o almoço.

Que não queria voltar a ver a senhora que lavava a roupa ao tanque e passava o chão a pano de joelhos a ser paga em pouco mais que tostões e a levar os restos do almoço dos patrões para dar de comer à família.

Que não queria voltar a ver o homem da casa a ficar sem emprego e ato contínuo sem qualquer provento para continuar a manter a família.

Que não queria voltar a ver as crianças a abandonarem a escola porque os pais não conseguem mantê-los lá nem a isso são obrigados.

Que não queria voltar a ver as crianças e as pessoas portadoras de deficiência a serem escondidas em casa – quem não aparece, não existe.

Que não queria voltar a ver os doentes – os que puderem, claro! – serem tratados em casa ou em instituições privadas porque os hospitais não têm condições para os receber. E que não puderem morrer se deixam.

Que não queria voltar a ver o afastamento e a subserviência dos pobres, que serão cada vez mais, relativamente aos abastados, que serão também cada vez mais.

Que não queria voltar a ver chegar um qualquer «salvador da pátria» e tomar conta disto tudo e de todos nós em nome do equilíbrio das finanças.

Mas a avaliar pelo caminho que as coisas estão a levar, já não sei não!



terça-feira, 15 de outubro de 2013

Música no picos...

Ui o que eu gosto desta canção! E hoje precisamos de música «para animar a malta»...

Nesta versão "jazz"




Ou nesta mais "brasileira" (e que eu prefiro...)




Qual delas preferem?

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Chá?

"As mulheres são como os saquinhos de chá; 
Só se sabe a força que têm quando estão em água a ferver."
(Eleanor Roosevelt)




Poderão tomar uma chávena de chá com esta senhora (e até talvez com quem a pintou...) até 18 deste mês ali no Terreiro, no centro histórico de Leiria.

Vá! Atreva-se! Que o chá é uma chávena de vida!

domingo, 13 de outubro de 2013

O peniquinho do céu

E deixámos a manhã de hoje para (re)visitar e tirar fotografias às belezas de Braga, 






... do Bom Jesus do Monte 





... e do Santuário do Sameiro.




E não fomos apenas nós que destinámos a manhã de domingo para estes passeios. Mas não tivemos muita sorte, não! Chovia desalmadamente mas nem por isso se deixaram de realizar os piqueniques...






Lembro-me desde sempre de ouvir o meu pai, que era natural de Barcelos, dizer com muita graça que Braga é o peniquinho do céu... e de facto (quase) sempre que lá vamos acaba sempre por chover.

sábado, 12 de outubro de 2013

Rio Minho

Como me lembrei do romance La Coca de Rentes de Carvalho ao passar pelas margens do Rio Minho.






E as casas senhoriais que lhe nasceram nas margens, algumas tão tristemente abandonadas...





Outras porém com melhor sorte.








A força da Igreja sempre presente.







A presença da Art Nouveau do início do século XX na belíssima Villa Idalina. (Podem ler a sua história aqui.)



Um belo passeio a acompanhar a margem portuguesa do Rio Minho até entrar no mar.