quinta-feira, 31 de março de 2016

Perguntas inocentes

Tenho esta dúvida há muito tempo: por que razão é que passaram a chamar trench coat a uma simples gabardina?!



E depois assalta-me outra pergunta: quantas destas pessoas que usam o anglicismo «supé-na-moda» dizem cobras e lagartos do novo acordo ortográfico porque defendem a boa utilização da língua de Camões?! 





quarta-feira, 30 de março de 2016

Aurea

Gosto mesmo desta «pequena»... Das suas canções. Da sua forma de cantar.

Que me dizem?

terça-feira, 29 de março de 2016

Vendas pelo telefone



Aborrece-me que tentem vender-me produtos e/ou serviços pelo telefone. E, infelizmente, está sempre a acontecer. Aborrece-me por três ordens de razões (como dizia o Ângelo Correia…): Primeiro porque se eu quiser comprar, informo-me, pergunto, vou à procura. Segundo, porque os putativos vendedores têm de ler aquele arrazoado todo que lhes encomendam e depois tornam-se supinamente maçadores chegando a mostrar-se agressivos. E terceiro porque sei que se trata de assalariados de call centres que têm de alcançar objetivos definidos de forma desmedida pelos empregadores e eu encho-me de “pena” e não sou capaz de ser rude com eles ao ponto de responder mal ou de desligar o telefone.

Hoje, porém, consegui irritar a “senhora” do Círculo de Leitores. Cá em casa associámo-nos ao CL quando nos casámos, ainda antes do 25 de Abril, tendo retomado a figura de associados nos anos 80 depois da desorganização do Círculo que aconteceu à época da Revolução. É por isso, pelos laços criados pelo tempo, que ainda nos mantemos ligados àquela editora mesmo que já não nos apeteça muito comprar-lhes livros. Temos uma óptima relação com o assistente que conhecemos há anos e ele já conhece bem os nossos gostos e não gostos.

De vez em quando, liga-nos uma senhora da editora como que a avaliar o trabalho do assistente e aproveita sempre para tentar vender mais uma coleção.

Foi o que aconteceu hoje. A dita senhora ligou, perguntou como ia o nosso contacto com o assistente afirmando à partida que já sabia que ia bem como de costume e depois perguntou-me que género de leituras eu preferia: «romance, cultura geral…» Como não se trata de uma call centre girl, tratei de ironizar: «cultura geral não existe… gosto de romance, de poesia de autores portugueses…» 

Então a senhora muda de estratégia e diz-me que o CL está a comemorar mais um aniversário pelo que resolveu oferecer um grande desconto na coleção Rainhas de Portugal, mas apenas para as pessoas sorteadas e eu tinha sido uma delas!! [Admirável memória a minha!! Ato contínuo lembrei-me que esta senhora já tentara vender-me as “Rainhas” noutro telefonema!...] Que a coleção era de excelente qualidade e até tinha sido apresentada pelo Professor Marcelo Rebelo de Sousa, não sei se sabe – dizia a senhora. «Pois, de facto, não gosto muito desse senhor, não costumava ouvi-lo.» - respondi sobriamente. Aí, a senhora ficou furibunda e disse: «Não estamos aqui para saber se a senhora gosta ou não gosta do Professor Marcelo!» «Claro! Mas eu não costumava ouvi-lo e, como já conversei com o meu assistente, não tenho vontade de fazer mais coleções» - respondi cortesmente… «Então não está interessada nesta oferta, pois não?!» - quase vociferou a senhora… «Não, muito obrigada.» - respondi jovialmente…

Deus do céu! Mas esta gente pensa que somos todos uma cambada de burros


segunda-feira, 28 de março de 2016

Adam and Eve

Há pouco renovei a imagem do meu mural do facebook colocando este amoroso desenho  naïf .



E logo uma amiga comentou dizendo que se não se tratasse de gatinhos, até parecia uma cena de Adão e Eva no paraíso, com maçãs e tudo...

Aí lembrei-me de um desenho louco que tinha guardado para dedicar ao Pedro Coimbra ... e que deixo aqui hoje.



(Se o Adão e a Eva fossem chineses, ainda estaríamos no Paraíso porque ele teriam comido a cobra em vez da maçã...)


E como já conhecem bem as minhas «associações musicais», logo me veio à cabeça uma daquelas "minhas" canções de 60: «Adam and Eve» pelo meu querido Paul Anka!

Lembram-se?




domingo, 27 de março de 2016

Vila Sassetti

A fingir que hoje fui dar este belo e reconfortante passeio...

Podem contar-se pelas centenas as vezes que, em tempos, passei junto a este portão, agora aberto e feliz, mas nesse tempo sempre fechado e com um ar macambúzio, a caminho do Parque das Merendas, para me encontrar com a minha amiga «Lena do Parque», ou simplesmente para a brincadeira com o meu grupo de amigos, sem que me tenha dado conta desta entrada, desta quinta. Adolescentes... que se há de fazer? 

Atualmente, pertencendo ao Grupo Monte da Lua, a quinta está aberta ao público e dá acesso aos caminhantes até ao Castelo dos Mouros.























(A Regaleira, lá em baixo)

(A casa do Caseiro)

(Outra vista da casa do Caseiro)

(E depois, entre o arvoredo, esta vista...)
A Vila Sassetti, um palácio da Lombardia em Sintra, como lhe chamavam, foi construída por Luigi Manini (arquiteto do Hotel Palace do Buçaco e do palácio da Regaleira) para o seu amigo Victor Carlos Sassetti que, apesar da sua ascendência italiana, nasceu em Sintra, terra que amava sobremaneira. 

Sassetti foi dono do Hotel Victor no antigamente chamado Largo do Victor (por causa do hotel) e do Hotel Braganza em Lisboa, um dos melhores da Lisboa do século XIX, onde se hospedavam embaixadores, reis, sultões e enviados do Papa, poiso predilecto dos Vencidos da Vida – grupo de intelectuais e políticos de que faziam parte Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro ou Eça de Queirós – hospedaria de luxo por onde chegou a passar a popular actriz francesa Sarah Bernhardt.

(para saber mais sobre a Vila Sassetti e a Quinta da Amizade, consultar este site)


sábado, 26 de março de 2016

Logo, quando for para a cama...

Logo à noite, os meus amigos podem escolher ir para a cama assim:



Assim:



Ou mesmo assim:



Mas, não se esqueçam de adiantar a hora...


sexta-feira, 25 de março de 2016

Gethsemane ou no Monte das Oliveiras

Desde os idos de 70 que para mim não há Semana Santa sem o Jesus Christ Superstar. Por isso aqui fica mais um dos poderosos quadros daquele fabuloso musical, no qual o Cristo questiona o seu Deus, o seu Pai (?) sobre o benefício da sua morte. 

«Why should I die (porque tenho eu de morrer?) - pergunta ele. E termina num desespero, quase numa ameaça ao seu Deus, o seu Pai (?), dizendo:

Nail me to your cross and break me
Bleed me, beat me
Kill me, take me now

Before I change my mind

(Prega-me na tua cruz e quebra-me
Fere-me, bate-me
Mata-me, leva-me já
Antes que eu mude de ideias)


Muito bom! Vale a pena recordar.




quinta-feira, 24 de março de 2016

Tempo de comer fruta

Segundo a religião católica, amanhã não se deve comer carne. 
Ora o que que comemos do peixe é a sua carne, pelo que não se deveria comer peixe.

Resta-nos os vegetais e a fruta.

Mas cuidado quando comprarem a fruta...



Ficarão nesta figura...



Boa Páscoa!!

quarta-feira, 23 de março de 2016

Porque escrevemos?

Estive a ler um extraordinário texto da escritora, professora e crítica de literatura Joyce Carol Oats (JCO), americana, na Revista Ler, Inverno 2015-2016, também extraordinariamente escrito em português (porque uma boa tradução, uma boa transposição de uma língua para outra também deve ser dignamente elogiada) por Sofia Gomes, intitulado «Inspiração e Obsessão na Vida e na Literatura».

O tema – que me encanta e sempre encantou – é construído em torno de perguntas: porque escrevemos? Qual o motivo da metáfora? «Onde vai buscar as suas ideias?» Escolhemos os nossos temas ou são os nossos temas que nos escolhem? Escolhemos as nossas «vozes»?”

A autora mergulhou até à primeira metade do século XVIII para fazer emergir Alexander Pope, poeta inglês, que desde criança «ciciava em verso, pois os versos surgiam-me», visitando também os românticos Wordsworth e Coleridge e passando depois aos poetas americanos e à forma como escrevem e porque escrevem. Grande destaque dado ao escritor Herman Melville, autor de Moby Dick e da influência que nele teve Nathaniel Hawthorne. Referências importantes a Virginia Woolf e a Emily Dickinson.
Muito bom! Aconselho a sua leitura a quem se importa com estas coisas da literatura. Garanto que quase aprendi mais sobre a literatura norte-americana com este belíssimo artigo do que num ano letivo na Faculdade…

Das muitas ideias lá plasmadas e imensamente bem explicadas, deixo aqui uma das que mais me agradaram: «Há tanta literatura que tem origem num desejo de aplacar a saudade, num desejo de assinalar lugares, pessoas, infâncias, família e rituais tribais, modos de vida – decerto a principal inspiração para todos: o desejo, em alguns escritores a necessidade de captar o que na vida é perecível. Embora os grandes modernistas – Joyce, Proust, Yeats, Lawrence, Woolf, Faulkner – fossem revolucionários quanto à técnica, os seus temas estavam ligados às suas próprias vidas e às suas próprias regiões; o modernista é aquele que tende a usar a sua vida íntima na sua arte, partindo do ordinário para formar o extraordinário.»

Entretanto, vou transcrever um poema de Dickinson, um dos vários referidos por JCO no seu artigo e que, parece-me, tem muito a ver com os trágicos acontecimentos que têm assolado a Europa nos últimos anos e ainda ontem.

«Uma ratazana abandonou aqui
Uma breve carreira de aplauso
E fraude e medo.

De merecida vergonha
Que todos nós dependentes
Nos acautelemos.

A ratoeira mais obediente
À tendência para romper
Não resiste –

A tentação é o amigo
Repugnantemente abandonado
Por fim.»

terça-feira, 22 de março de 2016

segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia de todas as coisas belas

No Dia da Poesia, um poema inédito de Herberto Hélder.


«a morte é mesmo estranha:
morre-se todos os dias
e enquanto se morre pede-se uma esmola para matar a fome de outra vida,
e dão-nos pelo amor de Deus uma pequena moeda de nenhum país,
e não há ranhura onde a moeda entre, nem a ranhura de uma velha caixa de música, e no entanto estremeço
e falta-me o ar, sim sim
arrebatavam-me as músicas de J.S. Bach
no silêncio das naves através da catedral inteira,
vozes e vozes dos rapazes castrados
e de repente um baixo monstruoso,
e isto se Deus existisse mesmo, punhal fundo no músculo coração,
e depois quente chôro pela cara abaixo
- oh porque me abandonaste?
mas na verdade ninguém me abandonara»

Herberto Hélder


E a minha homenagem também à Árvore e à Floresta.






Tanta poesia que há na natureza!

domingo, 20 de março de 2016

Primavera

Este ano a Primavera chegou cheia de pressa: às 4 da manhã do dia 20, quando na escola aprendi que era no dia 21 que ela chegava. Enfim, modernices...

Mas não entrou lá muito bem: choveu que se fartou e esteve cá um frio!! Mas como a Primavera é a estação das coisas belas, deixo aqui imagens dos belos arcos-íris que se formaram aqui por Leiria.



  


Simplesmente adoro arcos-íris!!




(fotografias de Fernando Rodrigues e Fernanda Sal retiradas do facebook)

sábado, 19 de março de 2016

Poema para os pais

Em jeito de homenagem aos Pais que por aqui passarem, fica o poema Para Ser Lido Mais Tarde do grande poeta Mário Dionísio. 


Um dia
quando já não vieres dizer-me Vem
jantar

quando já não tiveres dificuldade
em chegar ao puxador
da porta quando

já não vieres dizer-me Pai
vem ver os meus deveres

quando esta luz que trazes nos cabelos
já não escorrer nos papéis em que trabalho

para ti será o começo de tudo

Uma outra vida haverá talvez para os teus sonhos
um outro mundo acolherá talvez enfim a tua oferenda

Hás-de ter alguma impaciência enquanto falo
Ouvirás com encanto alguém que não conheço
nem talvez ainda exista neste instante

Mas para mim será já tão frio e já tão tarde

E nem mesmo uma lembrança amarga
ou doce ficará
desta hora redonda
em que ninguém repara


Mário Dionísio, in 'O Silêncio Voluntário'


(daqui)

sexta-feira, 18 de março de 2016

Para os mais gordinhos...


Pregas e refegos também são abençoados...



Bom fim de semana!

quinta-feira, 17 de março de 2016

I remember you

Recordo muitas vezes esta canção. E hoje lá me veio de novo à cabeça. Lá fui "investigar" para o You Tube  (admirável mundo novo! - Nunca me canso de o dizer!) e encontrei um ror de versões lindas, diga-se, mas sem conseguir encontrar a versão que tenho na cabeça. 

De facto nunca consegui ter o disco. Numa das casas em que morei em Sintra, na Rua das Murtas, nos idos de 60, tivemos um vizinho, um velho cantor americano daqueles estrangeiros que se apaixonam por Sintra e por lá ficam uns tempos, que tinha este disco, um single, assinado pelo próprio Frankie Ifield de quem era amigo. "Adorei-o" para me dar o disco, mas não tive sorte nenhuma...

Acabei por encontrar a "minha" versão que deixo aqui a ver se alguém se lembra. 

Antes disso a canção fora cantada por Ella Fitzgerald, Tony Bennet, Nat King Cole e, mais recentemente por George Michael e Diana Krall. Mas, para mim, esta é que é A versão...





Deixo aqui a versão do nosso muito querido Nat King Cole.




E ainda a de Diana Krall, moçoila muito apreciada atualmente, mas que a mim não me alegra nada...





Vamos ver qual preferem.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Histórias da minha rua (10)

O filho mais novo do vizinho chama-se Moisés – fiquei a saber.

«Ah! Que nome invulgar! Parece-me que nunca me passou um Moisés pelas mãos.» (de professora, entenda-se) – disse.

«E com o nome do meu mais velho?» - pergunta o vizinho, impante.

Arquei as sobrancelhas num sorriso que deixava prever o meu desconhecimento.

«Teodósio!» - exclamou.

De facto, não me passou nenhum Teodósio “pelas mãos”. Tive um Pompeu, um Arlindo, uma Onélia… mas Teodósio, nenhum.

E então lembrei-me daquele nosso colega de outra escola que chamou Óscar ao filho para não o tratarem por nenhum diminutivo. Mas o pessoal lá da escola, tão mauzinho, tratou logo de lhe chamar «Oscaralhito»…




terça-feira, 15 de março de 2016

Camélias de Sintra

Um amigo de sempre enviou-me fotografias de uma exposição de orquídeas e camélias realizada no Largo da Vila, de Sintra, no passado fim-de-semana.

Escolhi mostrar as camélias de tão belas e requintadas.
























A propósito, lembrei-me desta canção muito, muito antiga que passava na velhinha rubrica «Melodias de Sempre»  nos primórdios da RTP, lá para inícios de 60 e que se chama exatamente Camélias, um êxito de 1928 da soprano Corina Freire

Poucos de vós se lembrarão ...