segunda-feira, 28 de junho de 2010

O amor é o amor


(Cupido by E. Munch)

(A propósito de um texto de um amigo bloguista que dizia que não entendia por que razão gosta da mesma praia há quarenta anos com o mesmo gostar de sempre, (re)lembrei-me deste lindíssimo poema do poeta surrealista Alexandre O'Neill que viveu algo sufocado nos tempos salazaristas.)

O amor é o amor - e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?...


O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!


Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor,
e trocamos – somos um? somos dois? –
espírito e calor!


O amor é o amor - e depois?!

(Alexandre O'Neill, in
"No Reino da Dinamarca")

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