(Foto de Francisco Mendes)
Os órgãos de comunicação social rejubilam: pela primeira vez, desde 2002, o PSD ultrapassa a percentagem de intenção de voto no PS – diz a primeira sondagem realizada pela Universidade Católica desde que o PSD tem um novo líder. E mais! A direita unida – PSD mais CDS – está no limiar da maioria absoluta!
Até que enfim! Os media (por favor, não digam “midia” porque essa é a pronúncia inglesa da palavra latina “media” que deve ser lida e dita com –é) têm estado à espera disto como pão para a boca para poderem começar (ou direi continuar?) a manipular a tendência. De facto, têm feito de tudo para porem o governo e, em especial, o Primeiro Ministro de rastos. A crise económica e social e política e de toda a ordem não é uma crise europeia nem mundial. A crise quem a provocou e a promoveu foi este PM. Aliás tudo de mal que acontece se deve a este PM. Se o desastre ambiental que se está a dar nos mares dos Estados Unidos tivesse deflagrado nos nossos mares também seria culpa do PM!...
E agora aí vamos nós! Com esta pequena vantagem do PSD vamos fazer os possíveis para a aumentar, vamos afundar mais o governo e, quando tudo estiver mais ou menos alinhavado, vamos tratar de deitá-lo abaixo e experimentar outro! O que é preciso é castigar esta administração por tudo o que fez ou não fez e deveria ter feito. Mesmo que a próximo venha a fazer pior. Não interessa. Atiram-se as culpas para o anterior. Tem vindo a ser assim desde há anos e com vários governos. Isto nem pode dizer-se que é a alternância democrática. É uma “ingovernância” democrática (passe o neologismo...)! Há um governo a trabalhar com uma minoria parlamentar? Então há que deitá-lo abaixo porque pode ser que os outros façam melhor, ou mais a nosso jeito! (“Naturalmente, os mais avisados dentro do PSD sabem que ainda não é chegado o momento. Lá para Outubro ou Novembro de 2011, talvez. Antes é preciso obrigar o PS a acabar o trabalho sujo.” – li num blog das direitas)
Agora já temos uma nova figura (que até tem boa figura, diga-se...) que tem dito aquelas coisas que as pessoas querem ouvir e pronto! Aí vamos nós, à espera de outro D. Sebastião! Que é isso que sempre queremos: é um D. Sebastião, um messias redentor, um pai, um protector que faça o que puder por nós para que nós possamos continuar sossegadinhos no nosso cantinho a apostar no Euromilhões e à espera que nos saia um automóvel no ColaCao. Foi assim que malbaratámos 48 anos da nossa história e, se for preciso repetir...