domingo, 8 de novembro de 2015

Uma morte mais

(daqui)

Recebi a notícia de manhã: que tinha falecido de madrugada. Já se falava nos últimos meses do mau estado da sua saúde. Confesso que me foram sempre indiferentes essas notícias. E o seu passamento apenas me sugeriu um pensamento – que descanse em paz e que deixe os outros também em paz. A morte não pode forçar o branqueamento automático de todas as maldades que se foram fazendo ao longo do nosso trajeto.

Pessoa ressentida com a vida, sem modos, nem polidez, nem a civilidade que a sua profissão exige, foi quem mais me desconsiderou na escola sem outro motivo que fosse o ataque pelo ataque, a vingançazinha por ter ganho as eleições ao “grupinho” da sua predileção. E, tirando as pessoas que integravam o tal “grupinho”, posso aqui afirmar com um «saber de experiência feito» que incomodou muita e boa gente naquela escola, para além de mim. A mim incomodou-me muito. Posso dizer desafrontadamente que me fez chorar muitas lágrimas com as suas palavras e comportamentos, quase sempre, injustamente (digo eu!) agressivos e deseducados.


Se lhe consigo perdoar todas essas ofensas? Não, meus amigos. Não tenho esse poder. Tenho para mim, desde sempre, que o perdão como a vingança é para os deuses, não para nós simples mortais. Se outros não me perdoarem as minhas ofensas? Paciência! Fica na minha conta-corrente. E depois logo se vê.

29 comentários:

  1. Perdoar não é esquecer..
    Que te sintas tranquila.
    Bjs

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  2. perdoar, nunca! concordo.

    mas por vezes devemos ser grandes e esquecer a árvore para olhar a floresta,

    e quem não tem contas para ajustar "que atire a primeira pedra"

    abraço amigo

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    1. Foi, de facto, uma árvore mais de que já pouco me lembrava... Longe da vista, longe do coração. Esta minha "dureza" deve vir da minha costela transmontana, não te parece, herético?!...

      Beijinhos gratos.

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  3. Há horas do diabo! Diz o povo: "cá se fazem cá se pagam". Muitas vezes aquele que ganha apresenta-se ufano para enganar os tolos, inchado na pose, mas, no fundo, no fundo, inicia, solitariamente, o caminho para os caldeirões do inferno.

    Abraço

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  4. Se se trata de alguém que te fez sofrer por maldade e injustiças profissionais, tu lá saberás porque razão não perdoas nem esqueces , mas falas dessa pessoa, Graça!
    Não é a morte que vai limpar toda as maldades que muita gente faz enquanto anda por cá.
    Se desejas que descanse em paz, pois que isso aconteça.
    Ainda fui tentar informar-me, mas não me parece que os óbitos que encontrei tivessem a ver com o caso que referes. Nem isso interessa.

    Fica bem e tranquila.

    Um beijinho.

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    1. Obrigada, Janita, pelas tuas palavras. Não é que não perdoe, é que não sei fazê-lo; não me compete...

      Beijinhos

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  5. Graça,
    Não gosto nada de pessoas que passam a achar os outros extraordinários só porque morreram.
    Hipocrisia?
    Não, obrigado.
    Beijinhos, boa semana

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    1. Pois.... também não pactuo com comportamentos e palavras hipócritas...

      Boa semana por aí longe!

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  6. Não dizes o nome e eu não quis ver, mas passei pelo cemitério na hora do funeral e havia muita gente. Possivelmente foram apenas gestos sociais.
    Finalmente fez-se justiça?
    Irá pagar pelos erros cometidos?

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    1. Amigo Luís, se paga ou não paga pouco me interessa. É como digo: isso é com os deuses e não comigo...

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  7. À situações na vida, que pelos piores motivos nunca mais se esquecem...

    Isabel Sá
    http://brilhos-da-moda.blogspot.pt

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  8. Penso que é bom, saudável, perdoar. No sentido de guardar ressentimento que não resolve nada e apenas prejudica os lesados. Não perdoar é passar demasiado cartão, dar demasiada importância.
    Perdoar não é esquecer, não é passar uma borracha sobre o mal que alguém provocou.
    Boa semana, Graça!
    Beijo

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    1. Não guardo ressentimentos. Já passou. É tudo, Isabel!!

      Beijinho e obrigada pelas tuas palavras.

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  9. Morre o corpo mas não morrem os actos nem as atitudes que praticou.
    E são os seus actos e as suas atitudes que permanecem e definem a pessoa que foi.
    E quando acontece passarem a "serem" boas pessoas (tinha lá o seu feitio mas no fundo nem era má pessoa) até dá vontade de dizer: já devia ter morrido há mais tempo!
    Não sabendo a quem te referes (e isso que me importa?) terminaria com o habitual: paz à sua alma.
    Mas eu não sou de acreditar em almas.

    Beijos com sorrisos bem vivinhos!

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  10. Os actos ficam com quem os pratica, mas quem sofre as consequências fica sempre com a mágoa.
    Um abraço e uma boa semana

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  11. Texto claro, bem escrito e, na minha opinião, correcto nas posições que defende! Concordo!

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  12. ~ Concordo com as tuas convicções,
    que me parecem inteiramente éticas...

    ~ Dias serenos e felizes. Beijinhos. ~
    ~ ~ ~ ~ ~

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    1. Obrigada, Majo! Os moralismos não têm nada a ver comigo. Obrigada por me compreenderes.

      Beijinhos

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  13. Perdoar é para os deuses? Vais-me desculpar mas não concordo nada!
    Perdoar é para humanos, perdoar é humano... perdoar faz-nos bem e ajuda, inclusive a equilibrar essa tal de conta-corrente de que falaste.

    Confesso que fiquei chocada com muitos dos comentários aqui escritos. Chocada e triste :(

    Um beijo triste desejando que encontres a paz... no perdão que dizes não conseguir dar.

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    1. Minha querida, lamento ter-te chocado!! Sou assim. e sinto-me tão em paz hoje como noutra altura qualquer... Diz-se que Jesus deu a outra face, mas também ele era um deus.... E eu não disse que não consigo dar esse perdão: eu apenas não tenho esse dom! Desculpar, talvez, mas perdoar é algo mais transcendente...

      Beijinhos

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  14. Compreendo mas penso que perdoar, sendo um exercício difícil, é redentor. Vale a pena treiná-lo.

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