Tirando a vida (que também me foi
dada, mas com tanto amor!), o curso (que me permitiu viver a vida dentro de uma
boa mediania) e a família (que restrinjo a uma boa dúzia de pessoas que amei e
me amaram na vida), posso afirmar que nunca tive nada de meu.
Tive, sim, a possibilidade de
usufruir de coisas boas, comodidades e outras facilidades, alguns confortos, de
vivenciar experiências – algumas muito boas, outras nem tanto – de aproveitar
oportunidades, de exercitar práticas, de saborear realizações.
De meu, assim mesmo meu - nada, ou muito pouco. Uma coisa é certa, porém: é que tudo isso de que usufrui e que experienciei está guardado bem no fundo da minha memória, do meu coração, do meu ser e ninguém alguma vez mo poderá tirar.
De meu, assim mesmo meu - nada, ou muito pouco. Uma coisa é certa, porém: é que tudo isso de que usufrui e que experienciei está guardado bem no fundo da minha memória, do meu coração, do meu ser e ninguém alguma vez mo poderá tirar.
Por isso é uma profunda emoção a
que me toma de cada vez que a realidade me faz rever situações, reviver estados
de alma, ou simplesmente (re)encontrar determinados objetos.
Foi qualquer coisa assim de muito
forte que senti quando, um destes dias encontrei num pequeno hotel nos
recônditos da serra, um piano igual, mas igualzinho ao que havia por lá
esquecido numa saleta daquela casa – que nunca foi minha e que para trás ficou,
como tudo – onde comecei a aprender a
ser eu.
Uma publicação bastante intimista onde sinto alguma melancolia, Graça!
ResponderEliminarDizes que de teu tens muito pouco...e eu acho que és muito afortunada, pois a vida deu-te bons motivos para seres feliz. Digo eu...por aquilo que de ti tenho ido conhecendo através dos teus desabafos!
Esse piano é uma verdadeira relíquia. Transportou-te a tempos idos, e deixou-te triste?
Na vida, por vezes, temos encontros que nos trazem o passado de volta, com tudo o que nele houve de bom e menos bom!
Um grande abraço, Gracinha!
Reencontrar sera viver de novo. Suponho que, mesmo com um grande saudosismo, este encontro com um piano igualzinho te tivesse trazido boas recordacoes.
ResponderEliminar: )
Graça momentos destes são daqueles que nos levam a pensar que a vida vale a pena "quando a alma não é pequena", já dizia o Poeta !
ResponderEliminarVale a pena recordar e passar por situações destas que apesar de serem melancólicas são ao mesmo tempo felizes !
O piano é e era lindo !!!
Um momento de emoção e de recordação. Decerto que boas recordações.
ResponderEliminarUm abraço
Podia ser despojado de todos os bens materiais que são minha pertença
ResponderEliminar... ficava rico na mesma
Compreendo bem a tua emoção, porque de meu também não tenho muito, mas as memórias só a doença e a idade mas poderão roubar.
ResponderEliminarPartilho esse teu voltar atrás, porque no Museu Vostell em Cáceres , vi um despertador irmão gémeo daquele propriedade de meus pais
Simplesmnte não pude ter a alegria de o fotografar, pois as fotos são proibidas , snif snif
Bons sonhos
Objectos que fazem reviver memórias doces.
ResponderEliminarBeijinhos
A maior riqueza. Aquilo que vivemos de bom e nisso também estão as pessoas e as coisas que nos construiram.
ResponderEliminarGraça, desculpa contrariar-te, mas tenho de dizer que tens muito de teu. Caso contrário, este post não existiria.
ResponderEliminarGostei muito deste teu registo intimista, a falar da parte de dentro.
Belo piano!
Um beijo.
eu gostei muito deste registo, também.
ResponderEliminarA tua maior riqueza amiga Graça, são os afectos e a capacidade de poderes apreciar o que a vida te deu, de bom e menos bom.
ResponderEliminarBonito este momento de recordação que partilhaste.
Um beijinho
Fê
Quem escreve um texto com esta sensibilidade é muito rica por dentro. E isso é o mais importante.
ResponderEliminarUm beijinho, Graça
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEstes «Gaveau» devem ser dos primeiros manufaturados na II década do sec XIX.
ResponderEliminarRemontam-nos a serões e saraus que conhecemos dos ivros da época, escritos a pena
e é por isso, que exercem sobre nós um fascínio romanesco...
De Paris - verticais e iluminados - partiram para o mundo... Dos privilegiados...
~~ As memórias são o nosso tesouro mais seguro e de valor inestimável. ~~
~~~~~ Beijinhos, Graça. ~~~~~
~ Em vez de 'II década', queria dizer 'II metade' ~
EliminarGostei imenso deste texto. Afinal tens de teu só que realmente interessa...
ResponderEliminarE esse reencontro com um objecto da memória afectiva só pode misturar-se com a intimidade do que guardas...
Um beijo.
Não bens materiais, mas possuis uma riqueza enorme.
ResponderEliminarUm beijinho.
Até breve
Este seu texto revela uma coisa: A Graça é uma pessoa sensível, no bom sentido.
ResponderEliminarConheço muitas pessoas, que numa situação dessas, não perdem um segundo, isso passa-lhes ao lado...
A Graça, como todos reconhecem, é muito rica.
ResponderEliminarComo não?
Tem uma alma enorme, que alberga tanta beleza, tanta alegria que, sempre, transmite a todos. Sente-se nas suas palavras, no seu olhar. Obrigada por nos distribuir estas suas pérolas...
Uma amiga que costuma visitar o seu blog, embora raramente deixe um comentário. UM
Grande encontro! Reviver o passado nuns breves minutos é muito bom, julgo eu!
ResponderEliminarO piano é lindissimo.
bjs
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarA Poesia insinua-se! É sempre assim que chega - um aroma, uma brisa, um objecto, uma música... a dizer-nos rente ao ser.
ResponderEliminarTão lindo!
Um beijo
Lídia
Adenda: às "poucas" coisas que tenho como minha, devo acrescentar a simpatia sem limites dos meus amigos bloggers!
ResponderEliminarBem hajam!!
Beijinhos sinceros.
Eu sou apenas leitora, não estou incluída?!
Eliminar~~ Bj. ~~
Claro! Sempre! não faço distinção....
EliminarBeijinhos :)
É um piano lindo.
ResponderEliminarEu tentei aprender num parecido que é da minha mãe.
Estive a pensar algo parecido, que aquilo que ter comigo é o que vivi.
É um piano lindo.
ResponderEliminarEu tentei aprender num parecido que é da minha mãe.
Estive a pensar algo parecido, que aquilo que ter comigo é o que vivi.
A afeição pelos objectos que são ou foram marcos de um percurso regressam à nossa memória quando menos pensamos, para alimentar aquele sentimento que dizem ser português: a saudade. Um contentamento muitas vezes doloroso.
ResponderEliminarO piano é muito bonito. O texto ainda mais. :)
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