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Fernando Pessoa - Lisboa, 13 de Junho de 1888 - 30 de Novembro de 1935
80 anos depois da sua morte, Fernando Pessoa tão atual!
«Na vida de hoje, o mundo só pertence aos estúpidos, aos insensíveis e aos agitados. O direito a viver e a triunfar conquista-se hoje quase pelos mesmos processos por que se conquista o internamento num manicómio: a incapacidade de pensar, a amoralidade e a hiperexcitação.»
Livro do Desassossego
Pois não, Graça! Não sabes tu nem sabe ninguém!
ResponderEliminarMas podemos imaginar que não será nada de muito bom!
Hiperexcitação ( desassossego), também Pessoa sentiu, e quanto à amoralidade e incapacidade de pensar serem condições para triunfar, se calhar é por isso que há tantos fracassados!!! Ora essa!...
Nem sei porque essas mentes iluminadas foram tão infelizes!
Os pensamentos, de grandes pensadores e intelectuais, tal como a História, têm tendência para se repetir...É isso...
Beijinhos Graça!
Hoje estou um bocado"cáustica", desculpa o mau jeito.
Janita
Minha querida, cáusticos andamos todos um pouco. Não tens de pedir desculpa de coisa nenhuma!
EliminarBeijinhos desassossegados...
Too much sensitivity...
ResponderEliminarO mundo é dos insensíveis pragmáticos!
Gracinhamiga
ResponderEliminarHá 80 anos deixou-nos pessoa duas vezes: deixou-nos porque partiu, não sei para onde; deixou-nos uma poética que posso (nem quero) qualificar. Porque era um Génio - e os génios não se qualificam - são apenas génios.
Faço parte da imensidade de gente que adora Pessoa. Gosto de tudo o que escreveu, mas tenho um fraquinho pelo Não sei quantas almas tenho . Por isso aqui o escrevo. É fácil; sei-o de cor....
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu
Bjs da Raquel e qjs do Leãozão
Ando a ficar muito preocupado: ainda não prantaste faladura no A Travessa do Ferreira. Apressa-te antes que ele desapareça...
Tanto gosto de tudo em Fernando Pessoa! Mas tenho um fraquinho por Álvaro de Campos - foi o primeiro que li.
EliminarMeu querido, já disse e repito: não consigo encontrar o seu novo blog. Até já lhe mandei um mail a pedir "explicações" para lá ir...
Apresse-se a responder, PLEASE!!!
Beijos e abraços pessoanos...
As instituições de matriz portuguesa aqui em Macau deixaram a efeméride passar quase despercebida.
ResponderEliminarAndam muito distraídos com outras coisas....
Beijinhos
Anda meio mundo distraído com outras coisas. Coisas do dinheiro, claro!
EliminarBeijinhos
Tão actual! ;)
ResponderEliminarUm beijo, Graça!
Fernando Pessoa e todas as suas máscaras - um portento de saber e de emoção que ele dizia que era fingimento...
EliminarBeijinho, Isabel.
O nosso mal, é que este e outros autores que descreveram a humanidade, há dezenas e alguns até centenas de anos, não sejam lidos hoje como algo que foi, as continue a ser a nossa realidade. O que mostra bem que a essência humana continua apodrecida, e aparentemente sem remédio à vista.
ResponderEliminarUm abraço e viva Pessoa.
Viva Pessoa e todos os nossos poetas portentosos - que são muitos e alguns bem esquecidos e ignorados.
EliminarBeijinho, Elvira.
Graça,
ResponderEliminarcomo 'sei' que se Pessoa tivesse lido o que escrevi me entenderia, quiçá sem reprovar, vou deixar aqui este excerto de um seu poema que dedico a quem a carapuça servir...
(não te incluindo, obviamente, já que não te pronunciaste )
(...)
"Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
nunca foi senão Príncipe – todos eles príncipes – na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o IDEAL, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então só eu é que sou vil e erróneo nesta terra?"
(...)
Claro que o poema é de um dos seus heterónimos mais contundentes:
Álvaro de Campos
Um grande beijinho, Graça!
Como se pode constatar, tenho a sensibilidade que tenho, nem mais nem menos!
Serei tudo, menos hipócrita...
Janita
Janita, sabes que tenho parte deste duro poema para transcrever aqui?! Bom de mais! Como eu gosto de Álvaro de Campos!!
EliminarBeijinho
Também podemos constatar que são muito mais os estrangeiros que admiram Pessoa do que os Portugueses...
ResponderEliminarInfelizmente assim é. Os nossos irmãos brasileiros por exemplo "idolatram" o nosso/deles Pessoa.
EliminarTão actual... Brilhante.
ResponderEliminarM.A.A.
Sempre brilhante em tudo o que deixou escrito, M.A.A.
Eliminar~~~
ResponderEliminarFernando Pessoa - o ''delicado'' monárquico - inconformado com a instabilidade
da ainda titubeante e não exemplar república.
Desde que tivemos um chefe de governo, que mentia com o maior desplante, os
valores éticos universais, a que aludiu Pessoa, andam em estado semelhante ao
do seu turbulento tempo.
Urge a volta do excelente ambiente que vivenciámos com R Carneiro e J Sampaio.
~~ Meritória homenagem, Graça. ~~
~~~~ Boa semana. ~ Beijinhos.~~~~
Obrigada, Majo, pelas tuas sempre avisadas palavras. Reforço o teu voto!
EliminarBeijinhos
Infelizmente, todos quanto criticaram Portugal ainda estão actuais - começando por padre António Vieira
ResponderEliminarBeijinhos
E até Luís de Camões!
EliminarBeijinho, São!
Para alem de ser o nosso segundo maior poeta de sempre, Fernando Pessoa era também publicitário. É dele o slogan "Primeiro estranha-se, depois entranha-se" , publicidade para a Coca-cola. Logo a seguir, Ricardo Jorge, professor de medicina, viria a proibir a venda em Portugal. Em 1977 voltaria a ser autorizada a sua venda.
ResponderEliminarPor ordem do cinzento, do diabólico Salazar.
EliminarSomente os mentecaptos, mesmo depois de lerem Pessoa, Eça e outros, (ou não os leram?) ainda não perceberam que são tudo aquilo que o poeta afirma, dando-se a si próprios a importância e o valor que não têm.
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