Os países de língua inglesa têm
destas coisas: uma delas é continuar a render homenagem aos milhares de
soldados que perderam a vida lutando pela liberdade nas duas guerras mundiais.
Assim, nos primeiros dias de Novembro,
milhares de voluntários saem para as ruas a vender papoilas de papel que
simbolicamente são usadas nas lapelas dos cidadãos britânicos, americanos e
canadianos.
Todos os anos, milhões de
pequenas papoilas de papel são vendidas por voluntários para custear a
assistência a milhares de antigos e actuais militares. Esses voluntários saem
para as ruas nas semanas que antecedem o Dia da Memória, a 11 de Novembro,
quando são recordados os que combateram nas duas guerras mundiais e também os
que perderam a vida nos recentes conflitos das Malvinas, Iraque e Afeganistão.
A primeira homenagem aos
militares mortos no campo de batalha foi celebrada em 1919, um ano depois do
armistício – celebrado à “11ª hora do 11º dia do 11º mês” – que pôs fim a
quatro anos da mais devastadora guerra que o Velho Continente assistira até
então, com milhões de mortos e centenas de milhares de estropiados. O símbolo
da papoila nasceu a partir de um poema escrito por um médico soldado canadiano nos
campos da Flandres e que começava assim: «Nos campos da Flandres crescem
papoilas/entre as cruzes que, fila a fila, marcam o nosso lugar (…)»
A minha querida amiga canadiana
que viveu cá em Leiria e a quem ensinei (algum) Português enviou-me este postal
lindíssimo
onde escreveu assim:
onde escreveu assim:
Gostei imenso desta postagem, não quer dizer que não goste das outras mas, como ando um pouco ausente, poucas visitas tenho feito, logo as leituras não andam em dia...Maravilhosa a tua ideia! mas como a colocar em prática? adoro papoilas.
ResponderEliminarBjs
Sem dúvida um forma bem bonita de homenagear os soldados.
ResponderEliminarAs coisas que a gente aprende por aqui, Graça!
ResponderEliminarConfesso que das papoilas só conhecia a beleza com que enfeitam os campos e a substância que está na origem do ópio.
Obrigada por me acrescentares conhecimento.
Beijo
Uma excelente ideia.
ResponderEliminarPelo menos compensava um pouco a falta de ajuda do estado. Sabe que há ex combatentes que esperam 18 anos para que lhes seja reconhecido o direito a um subsídio que lhes permita tratarem sequelas consequentes da guerra, e que muitos deles morrem antes de conseguirem ver esse processo diferido?
Um abraço
Sei, Elvira!! Infelizmente é o país que temos... O que passou, passou e ninguém se interessa por nada, desde que não o afete diretamente! Uma vergonha!
EliminarBeijinho.
Muito interessante, a ideia!
ResponderEliminarBeijinhos, Graça. :)
Boa questão.
ResponderEliminarabraço Graça
E papoilas rubras é o que mais temos por cá, Graça. Nem precisaríamos de as confeccionar. Estendem-se pelos campos, a perder de vista....
ResponderEliminarNão cultivamos é o hábito de homenagear os nossos soldados que pereceram nas guerras.
Creio que tive conhecimento desse hábito e do poema que lhe deu origem, aqui no teu blog no ano passado.
Tradições que se mantêm para manter viva a memória dos bravos soldados desaparecidos em combate!
Beijinhos.
Quanto ao post anterior que não tive oportunidade de comentar, a minha filha era uma leitora devotada dos livros da Anita e da série dos Cinco e dos Sete!!
Ainda tenho guardados no sótão muitos desses livros infantis.
Não é a primeira vez que falo desta tradição aqui no blog e até já transcrevi o poema nos anos anteriores. Aprendi esta tradição britânica com a minha amiga Susie enquanto viveu cá em Leiria.
EliminarBeijinhos
Já uso a papoila ao peito desde o dia 5 de novembro. E todos os anos as celebrações são emocionantes.
ResponderEliminarTalvez te recordes que foi o tenente-coronel (e médico) John McCrae (nascido no Ontário) que escreveu, durante a Primeira Grande Guerra Mundial, o poema “In Flanders Field”, um dos poemas mais declamados.
Tradução que encontrei na net:
Nos Campos de Flandres
Nos campos de Flandres
as papoulas estão florescendo entre as cruzes
que em fileiras e mais fileiras assinalam
nosso lugar; no céu as cotovias voam
e continuam a cantar heroicamente,
e mal se ouve o seu canto entre os tiros cá embaixo.
Somos os mortos... Ainda há poucos dias, vivos,
ah! nós amávamos, nós éramos amados;
sentíamos a aurora e víamos o poente
a rebrilhar, e agora eis-nos todos deitados
nos campos de Flandres.
Continuai a lutar contra o nosso inimigo;
nossa mão vacilante atira-vos o archote:
mantende-o no alto. Que, se a nossa fé trairdes,
nós, que morremos, não poderemos dormir,
ainda mesmo que floresçam as papoulas
nos campos de Flandres.
Sei-o de cor em inglês.
: )
EliminarMy God... e não é que já passou mais um ano?
Ainda está muito presente na minha memória no ano passado ter lido sobre este dia no blogue da Catarina e julgo que há dois anos publicaste o poema em Inglês.
Os "nossos" mortos são sempre lembrados, quemais não seja no seio da família de cada um.
Mas, os "dias de" fazem falta... para nos lembrarmos do que não deve ser esquecido e também como chamada de atenção para os mais diversos assuntos.
Beijinhos para Ti e para a Catarina
(^^)
Catarina, sabia que virias aqui hoje.... Beijinhos.
EliminarAfrodite, é verdade que publiquei o poema aqui e também já falei desta tradição. Que boa memória que tu tens!!
Beijinhos e abraços!
Retribuo os beijinhos!
EliminarPara as duas!
: )
Quando li o título pensei noutras papoilas :)))
ResponderEliminarBeijinhos
EliminarPedro,
Também pensei logo na "nossa" Papoila! :))
As homenagens aos muitos que jazem na Flandres e aos que pereceram
ResponderEliminarna guerra colonial são de cariz oficial e reservadas às altas patentes.
Como quem tenta ocular opróbios... Inaudito nos países que citaste!
~~~ Beijinhos. ~~~
Tanto que temos a aprender com esses países em termos de memória e cidadania, Majo!! Vão ter de passar muitas décadas até chegarmos lá.
EliminarBeijinhos
Muito bonito. Desconhecia e gostei muito de saber.
ResponderEliminarM.A.A.
Porque nós não temos memória, querida.
ResponderEliminarQueres melhor exemplo do que a maioria relativa de CDS/PSD há um mês?!
Abraços
É bem verdade, São!! Infelizmente assim é!
EliminarAprendo sempre alguma coisa quando por aqui passo, Graça. Acho linda a homenagem com as papoilas.
ResponderEliminarUm beijo.
Obrigado, Graça ! ... Desconhecia completamente esta tradição britânica, americana e canadiana e que a papoila fosse usada neste período e com essa finalidade !
ResponderEliminarNomeadamente e especialmente à 11º hora do 11º dia do 11º mês, enquanto que, por cá comemos castanhas e bebemos água pé ou jeropiga ! :)
... E quanto às papoilas, a mim fizeram-me lembrar o Luis Piçarra com as suas "papoilas saltitantes" ! rsrs... lagarto, lagarto, lagarto ! hehehe
E quanto à malfadada Guerra Colonial vivi-a intensamente, mas felizmente do lado de cá, á espera de poder ser mobilizado, enquanto camaradas meus por lá ficaram ! ... Portanto, sim, muito justa essa homenagem extensiva a esse facto !
Um beijinho, Graça !
Também nós cá em casa a vivemos do lado de cá. Todos os dias à espera da mobilização que, por artes mágicas, nunca chegou. Mas o meu irmão serviu em Cabinda com graves incidentes e o meu primo-irmão serviu em São Tomé e Príncipe mais serenamente em termos de perigo, mas a aguentar aquele clima dos diabos...
EliminarBeijinhos
Amiga Graça,
ResponderEliminarDesconhecia completamente este dia e a sua origem.
Acho uma ideia muito bonita.
Um beijinho
Fê
~ Quero acrescentar que o cartão é belíssimo, assim como
ResponderEliminara terna e longa amizade que vos une, apesar da lonjura que
vos separa.
~ Beijinho.~
Obrigada, Majo. De facto, começou por ser minha "aluna" de Português e acabámos grande amigas depois do apoio que consegui dar-lhe quando se sentiu tão só por cá...
EliminarAgradeço a todos os amigos e amigas que modestamente declararam que aprenderam alguma coisa com a entrada de hoje. Fico muito feliz por ser útil.
ResponderEliminarBeijinhos para todos.
E assim afirmam a sua generosidade para preservar a memória. Assim se mantém o espírito de uma nação. Gostei deste trabalho.
ResponderEliminarNão fui ver mas julgo que já no ano passado a Graça aqui fez alusão a essa efeméride.
Bj.