segunda-feira, 30 de novembro de 2015

I Know not what tomorrow will bring...

(daqui)


Fernando Pessoa - Lisboa, 13 de Junho de 1888 - 30 de Novembro de 1935

80 anos depois da sua morte, Fernando Pessoa tão atual!

«Na vida de hoje, o mundo só pertence aos estúpidos, aos insensíveis e aos agitados. O direito a viver e a triunfar conquista-se hoje quase pelos mesmos processos por que se conquista o internamento num manicómio: a incapacidade de pensar, a amoralidade e a hiperexcitação.»

Livro do Desassossego

24 comentários:

  1. Pois não, Graça! Não sabes tu nem sabe ninguém!
    Mas podemos imaginar que não será nada de muito bom!

    Hiperexcitação ( desassossego), também Pessoa sentiu, e quanto à amoralidade e incapacidade de pensar serem condições para triunfar, se calhar é por isso que há tantos fracassados!!! Ora essa!...

    Nem sei porque essas mentes iluminadas foram tão infelizes!

    Os pensamentos, de grandes pensadores e intelectuais, tal como a História, têm tendência para se repetir...É isso...

    Beijinhos Graça!

    Hoje estou um bocado"cáustica", desculpa o mau jeito.

    Janita

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    1. Minha querida, cáusticos andamos todos um pouco. Não tens de pedir desculpa de coisa nenhuma!

      Beijinhos desassossegados...

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  2. Too much sensitivity...
    O mundo é dos insensíveis pragmáticos!

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  3. Gracinhamiga

    Há 80 anos deixou-nos pessoa duas vezes: deixou-nos porque partiu, não sei para onde; deixou-nos uma poética que posso (nem quero) qualificar. Porque era um Génio - e os génios não se qualificam - são apenas génios.

    Faço parte da imensidade de gente que adora Pessoa. Gosto de tudo o que escreveu, mas tenho um fraquinho pelo Não sei quantas almas tenho . Por isso aqui o escrevo. É fácil; sei-o de cor....

    Não sei quantas almas tenho.
    Cada momento mudei.
    Continuamente me estranho.
    Nunca me vi nem acabei.
    De tanto ser, só tenho alma.
    Quem tem alma não tem calma.
    Quem vê é só o que vê,
    Quem sente não é quem é,

    Atento ao que sou e vejo,
    Torno-me eles e não eu.
    Cada meu sonho ou desejo
    É do que nasce e não meu.
    Sou minha própria paisagem;
    Assisto à minha passagem,
    Diverso, móbil e só,
    Não sei sentir-me onde estou.

    Por isso, alheio, vou lendo
    Como páginas, meu ser.
    O que segue não prevendo,
    O que passou a esquecer.
    Noto à margem do que li
    O que julguei que senti.
    Releio e digo: “Fui eu?”
    Deus sabe, porque o escreveu


    Bjs da Raquel e qjs do Leãozão

    Ando a ficar muito preocupado: ainda não prantaste faladura no A Travessa do Ferreira. Apressa-te antes que ele desapareça...

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    1. Tanto gosto de tudo em Fernando Pessoa! Mas tenho um fraquinho por Álvaro de Campos - foi o primeiro que li.

      Meu querido, já disse e repito: não consigo encontrar o seu novo blog. Até já lhe mandei um mail a pedir "explicações" para lá ir...

      Apresse-se a responder, PLEASE!!!

      Beijos e abraços pessoanos...

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  4. As instituições de matriz portuguesa aqui em Macau deixaram a efeméride passar quase despercebida.
    Andam muito distraídos com outras coisas....
    Beijinhos

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    1. Anda meio mundo distraído com outras coisas. Coisas do dinheiro, claro!

      Beijinhos

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    1. Fernando Pessoa e todas as suas máscaras - um portento de saber e de emoção que ele dizia que era fingimento...

      Beijinho, Isabel.

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  6. O nosso mal, é que este e outros autores que descreveram a humanidade, há dezenas e alguns até centenas de anos, não sejam lidos hoje como algo que foi, as continue a ser a nossa realidade. O que mostra bem que a essência humana continua apodrecida, e aparentemente sem remédio à vista.
    Um abraço e viva Pessoa.

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    1. Viva Pessoa e todos os nossos poetas portentosos - que são muitos e alguns bem esquecidos e ignorados.

      Beijinho, Elvira.

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  7. Graça,
    como 'sei' que se Pessoa tivesse lido o que escrevi me entenderia, quiçá sem reprovar, vou deixar aqui este excerto de um seu poema que dedico a quem a carapuça servir...

    (não te incluindo, obviamente, já que não te pronunciaste )

    (...)

    "Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
    nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
    nunca foi senão Príncipe – todos eles príncipes – na vida…
    Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
    que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
    Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

    Não, são todos o IDEAL, se os oiço e me falam.
    Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
    Ó príncipes, meus irmãos,
    Arre, estou farto de semideuses!
    Onde é que há gente no mundo?
    Então só eu é que sou vil e erróneo nesta terra?"

    (...)

    Claro que o poema é de um dos seus heterónimos mais contundentes:

    Álvaro de Campos

    Um grande beijinho, Graça!

    Como se pode constatar, tenho a sensibilidade que tenho, nem mais nem menos!
    Serei tudo, menos hipócrita...

    Janita

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    1. Janita, sabes que tenho parte deste duro poema para transcrever aqui?! Bom de mais! Como eu gosto de Álvaro de Campos!!

      Beijinho

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  8. Também podemos constatar que são muito mais os estrangeiros que admiram Pessoa do que os Portugueses...

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    1. Infelizmente assim é. Os nossos irmãos brasileiros por exemplo "idolatram" o nosso/deles Pessoa.

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  9. Tão actual... Brilhante.
    M.A.A.

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  10. ~~~
    Fernando Pessoa - o ''delicado'' monárquico - inconformado com a instabilidade

    da ainda titubeante e não exemplar república.

    Desde que tivemos um chefe de governo, que mentia com o maior desplante, os

    valores éticos universais, a que aludiu Pessoa, andam em estado semelhante ao

    do seu turbulento tempo.

    Urge a volta do excelente ambiente que vivenciámos com R Carneiro e J Sampaio.

    ~~ Meritória homenagem, Graça. ~~

    ~~~~ Boa semana. ~ Beijinhos.~~~~

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    1. Obrigada, Majo, pelas tuas sempre avisadas palavras. Reforço o teu voto!

      Beijinhos

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  11. Infelizmente, todos quanto criticaram Portugal ainda estão actuais - começando por padre António Vieira

    Beijinhos

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  12. Para alem de ser o nosso segundo maior poeta de sempre, Fernando Pessoa era também publicitário. É dele o slogan "Primeiro estranha-se, depois entranha-se" , publicidade para a Coca-cola. Logo a seguir, Ricardo Jorge, professor de medicina, viria a proibir a venda em Portugal. Em 1977 voltaria a ser autorizada a sua venda.

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  13. Somente os mentecaptos, mesmo depois de lerem Pessoa, Eça e outros, (ou não os leram?) ainda não perceberam que são tudo aquilo que o poeta afirma, dando-se a si próprios a importância e o valor que não têm.

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