Talvez alguns desses homens de gravata apertada e cinto largo nas calças façam contas pela manhã, quando beijam o filho antes de sair para escola. Pensarão: "Se eu der algum carinho ao meu filho, pagar-lhe comida e educação, aumento a probabilidade de ele ser bem-sucedido na vida. Se ele for bem-sucedido na vida, talvez ganhe dinheiro suficiente para cuidar de mim quando eu ficar velho. Se ele cuidar de mim quando eu ficar velho, escuso de gastar dinheiro numa conta poupança reforma. Por isso, é um bom investimento dar um beijo ao meu filho pela manhã". A outra hipótese é dar-lhe um beijo seco e depois apresentar-lhe a conta de toda a despesas lá para os 40 anos, assim que ele finalmente arranjar o primeiro emprego. Há quem, por pensar demasiadamente assim, opte mesmo por não ter filhos, pois é um investimento demasiado arriscado, abaixo do nível do lixo na tabela da Moodys.
E se não é rentável ter filhos, tão pouco é ter velhos, que só dão prejuízo e ainda escrevem cartas às juntas de freguesia. Muito menos doentes, que nem cartas escrevem; para não falar dos desempregados que, aprofundando a lógica, deviam morrer à míngua e assim aliviar as taxas que tanto preocupam os nossos parceiros europeus. Se o avô não dá lucro, atira-se da janela.
Defenestrar avôs não é permitido por lei. À sociedade resta algum bom senso e
respeito por valores básicos. E mesmo a atual política não prevê tal ato,
embora possivelmente a lógica do custe quanto custar talvez caminhe nesse sentido.
Há uma cegueira do curto prazo, da lógica imediata, que invalida saídas futuras. Esta lógica não só compromete o médio e o longo prazo como, por absurdo, inviabiliza a eficácia no prazo mais curto. Na Bélgica, há já muitos anos, resolveram iluminar as autoestradas. Através de um estudo, chegaram à conclusão que a melhoria das condições de segurança na via compensava financeiramente, poupando-se não só em vidas humanas como em tratamentos hospitalares. Por cá, desinvestem na saúde, nos transportes, na educação, na cultura, sem que se apercebem que a médio e longo prazo o prejuízo (mesmo o financeiro) será altíssimo. O problema não é da folha do Excel, mas sim da fórmula utilizada.
Manuel Halpern (in JL
17-30 de Outubro de 2012) (sublinhados meus)
"O problema não é da folha do Excel, mas sim da fórmula utilizada."?
ResponderEliminarNunca ouvi coisa tão errada, minha cara.
O problema?
O problema mesmo, é quem lucra com os resultados apurados e impõe a formula a usar...
O problema é esta escumalha se estar nas tintas para o povo que os elegeu! :P
ResponderEliminarBeijocas!
Subscrevo. Saudações, Graça.
ResponderEliminarO problema foi eles serem eleitos! O problema foi a esquerda dita extrema se lhes juntar para derrubarem o governo do PS há ano e meio!
ResponderEliminaro problema está na cambada de desumanos, sanguessugas que temos à nosas volta.
ResponderEliminarAmiga tenho a minha mãe com um AVC desde 21 de Setembro internada, esteve no hospital, e últimanemte nos cuidados continuados, onde paga à custa dela 15 € por dia, pelo que assisto tenho mais que provas que os velhinhos são um estorvo.
Beijinho e uma flor
Isto tem tudo a ver com "o estado"...
ResponderEliminarDepois de sólido o líquido. Agora só falta evaporar-nos.
:(
Por este andar, estes meninos mal preparados para a vida, mas que acreditam que a noite nunca cairá, ainda vão chegar a laureados com o Prémio Nobel.
ResponderEliminarESTOU tão FARTA!
Beijinho
Laura
ResponderEliminarA médio prazo, se isto não der uma volta, voltaremos à ignorância e pobreza que nos fez atrasar, irremediavelmente, em relação a outros países do mundo dito civilizado.
Um beijo
Hoje, alguém me dizia: se estes tipos aguentarem até Junho o governo dura até 2015 e os portugueses ainda são capazes de o reeleger. Senti um arrepio e uma vontade louca de emigrar!
ResponderEliminarBom fds
Como vos compreendo, Carlos, Laura, Lídia! Aguentámos o outro energúmeno 48 anos e receio bem que este povo CEGO e obtuso se prepare para aguentarmos mais não sei quantos anos estes imbecis!
ResponderEliminarBoa, amigo Rui! (Que é feito de si?)