Impossível calar! Não se passou
no privado, foi mesmo numa escola pública: depois de regressar da sua licença
de parto, uma jovem mãe professora que tinha – como todas as outras, de há já
alguns anos para cá – direito à sua redução de horário para amamentação, foi
sendo impedida de a gozar porque a direção lhe ia dizendo que não tinham
ninguém para a substituir com os alunos e a jovem lá foi continuando a cumprir
o seu horário completo. Instada pelos colegas a exigir os seus direitos, acabou
por admitir que não confrontava a direção porque é contratada e receia que não
lhe renovem o contrato no próximo ano.
É este tipo de diretor-patrão que
contrata quem muito bem entende e descontrata quem o contraria, que define
critérios de contratação em que só falta o nome do candidato pretendido, que
desenha horários “de vingança”, que esculpe e define a vida dos contratados
porque eles precisam de ser contratados.
Foi esta a autonomia que o
ministro (C)rato pretendeu e pretende implementar nas escolas: o poder discricionário
e ditatorial dos senhores diretores e das suas equipas que começam a agir como
quando comecei a dar aulas antes de 74. De facto, eles podem porque sabem que (já)
não há CAE, nem há DRE, nem ninguém que defenda os verdadeiros direitos e interesses
dos “subordinados”, mesmo os previstos na lei.
Assim é fácil fazer implodir o
Ministério da Educação, como prometido.
É realmente aterrador, Graça!
ResponderEliminarÀs vezes estas pessoas com poderzinhos, metem-me mais medo do que o governo, acredite...
Bom fds
Esta gente quando se vê com o poder na mão, muitas vezes age como um verdadeiro ditador. E isso é que é lamentável...
ResponderEliminarBeijocas e bom fim de semana, Graça!
Esse mesmo medo impede muitos de exigir o que é de direito. É a sina do trabalhador português. :(
ResponderEliminarO rebanho consente... e que pode uma ovelha isolada?
ResponderEliminarE eu que pensava que a minha filha professora era a que tinha o emprego garantido! Puro engano! O que mais por aí virá!...
ResponderEliminarJu/sonhadora
Sim, ainda vamos passar muitas agonias e calamidades, pois isto ainda não parou.... é como uma bola de neve.
ResponderEliminarEntão saíam do País os operários especializados e a mão de obra barata, hoje saem os doutorados e os engenheiros. Formam-se na terra para sair a ganhar o pão longe dela.
Aquele abraço
Estamos de regresso ao cerdadeiro espírito de Estado Novo, Gracinha!
ResponderEliminarSó estou para ver em quem vão votar as prssoas - ou se nem sequer cumprem esse dever - nas próximas eleições...
Bons sonhos
Por todo o lado e em todos os sectores da economia, do público ao privado, o medo de perder o emprego tornou-se real e subjugador.
ResponderEliminarDesde que li um relato sobre uma senhora que, tendo sido vítima de um acidente de viação, se recusou a ficar internada no hospital para fazer exames e receber o tratamento necessário porque não podia faltar ao trabalho na manhã seguinte... acho que já não me choco com nada.
Segundo apurei a senhora em causa é bancária.
(sobre este caso, ler aqui: http://ac-nadadecoisanenhuma.blogspot.pt/2012/10/malditos-tempos-modernos.html )
Um beijinho Graça, e bom fim de semana.
Doeu-me a alma ao ler este apontamento. Tudo isto é verdade e tudo se passa nas nossas barbas.
ResponderEliminarAté quando podemos suportar toda esta arrogância e prepotência...?
O medo nos faz calar mas um dia a vitória estará do lado dos mais fracos que são a maioria e que saberão votar sem se deixarem enganar por pessoas de aparência de cordeiro escondendo o lobo que alimentam...
O medo campeia por todo este país.
ResponderEliminarO medo de ser pobre, o medo de perder o emprego, o medo do que estará para lá da cortina espessa de nevoeiro que tempos pela frente como futuro imediato.
Os anarquistas bem dizem:
"O medo de ser pobre
traz o orgulho de ser pobre."
É com este sentimento subjacente à vida atual que temos que conviver?!...
Uma perspetiva terrível!
Ou a Comunidade Europeia se reorganiza no sentido de mais solidariedade e fraternidade ou a vida na Europa regressará ao período negro duma manta de ratalhos cheia de remendos mal alinhavados!...
Algo teremos que fazer pelas nossas próprias mãos ou estaremos irremediavelmente condenados à miséria e/ou à emigração.
Escravos somos todos de um sistema falido! Bati muito de frente com essas injustiças... Causa-me náuseas o subjulgar em nome do poder!
ResponderEliminarBj. Célia.
é verdade, Graça.
ResponderEliminaro medo impera em todos os que trabalham, com o desemprego tão nu e cru.
abraço
Se fosse só aí, com a situação que se vive actualmente temos um campo fértil para os abusos. Beijinho.
ResponderEliminarPor aqui acontecem muitos abusos assim... nada escancarado, nada colocado em palavras - para não acarretar uma ação trabalhista - mas todas as jovens mamães sabem do risco que correm ao usufruir de sua licença maternidade e a grande maioria retorna ao trabalho antes de expirar seu prazo de direito. E ainda pisam em ovos para exercer sua redução de carga para amamentação. Isso tudo para evitar que sejam substituídas por outra pessoa - sem filhos e que seja vista, por isso, como mais dinâmica e competente. Absurdo!
ResponderEliminarBjs
Correção ao comentário acima:
ResponderEliminar"O medo de ser pobre
traz o orgulho de ser escravo."
Dias negros, estes.
ResponderEliminartriste ... :(
ResponderEliminarA escravatura do Sec.XXI !!!!
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