Uma vergonha, não é? Esta nomeação de um senhor que esteve intimamente ligado à golpada do BPN para secretário de Estado. E ainda o mais ignóbil foi o senhor presidente dar-lhe posse. Claro! Um amigo, um apaniguado, um facilitador - como não dar-lhe posse? E a quem a imprensa e a comunicação social assaca a responsabilidade desta (e doutras) aleivosia? À oposição, pois claro!... É preciso por todos os meios obscurecer a oposição para desculpar e dar alento a este bando de energúmenos que este povo tristemente sebastianista elegeu para nos "governar".
Não quero porém alongar-me em divagações porque, sobre o assunto, houve quem tivesse escrito muito melhor que eu e não resisto a deixar esse texto aqui.
Tropeçar no vilão
O caso de um membro de uma
associação criminosa, chamada SLN, que aceitou integrar a delegação permanente
da troika em Lisboa, e que,
erradamente, se costuma designar por "governo", está longe de ser um
exclusivo português. A crise global tem muitas características. É política. É
ambiental. É financeira. É económica. Mas aquilo que a distingue é a sua
natureza moral. A crise desfaz as máscaras e rasga os véus. Logo em 2008, ficou
claro que, desde há décadas, os governos não passavam de obedientes agentes de
uma rede de interesses ligados a uma parte do capital financeiro. O Goldman
Sachs, com empregados seus em quase todos os executivos do mundo, ficou como
símbolo de uma realidade mais vasta. O problema fundamental não reside só em
perceber como as nossas democracias são frágeis e ineficazes. O problema é que
a gente que manda, os banqueiros e especuladores que vivem acima da lei, nos
casos Monte Branco, Libor, e outros, esses homens que, da UE aos EUA, utilizam
o crime como ferramenta de trabalho, essa gente manda, mas não forma uma elite.
Uma elite constitui-se em torno de valores comuns. De uma visão da sociedade.
De um projeto de futuro. De uma capacidade de diferenciar o bem e o mal. Uma
elite, se necessário, será capaz de se sacrificar pelos valores que protagoniza
e pelo mundo em que acredita. O melhor exemplo disso foi dado pela elite
financeira no naufrágio do Titanic, em 1912. Dos 400 homens super-ricos que
viajavam em 1.ª classe, 70% morreram afogados. Há registos, recordados num
ensaio de F. Zakaria, que nos confirmam que J. J. Astor, a maior fortuna do
mundo de então, acompanhou a sua mulher até ao bote salva-vidas, recusando-se a
entrar enquanto existissem mulheres e crianças por salvar. O mesmo fez B.
Guggenheim, que ofereceu o seu lugar no bote a uma mulher desconhecida. Se o
Titanic naufragasse em 2013, estou seguro de que quase todos esses 400
super-ricos chegariam são e salvos, deixando para trás, se necessário, as suas
próprias mulheres e crianças. A gente que manda hoje no mundo acredita apenas
no sucesso egoísta, traduzido em ganhos monetários, pisando todas as regras e
valores. Os aventureiros que conduziram a humanidade à atual encruzilhada
dolorosa não passam de jogadores que transformaram o mundo num miserável
reality-show. Tirando o dinheiro, nada neles os distingue da gente vil,
medíocre e intelectualmente indistinta que se arranha para participar nesses
espetáculos insultuosos para com a condição humana. Quando andarmos pela rua, é
preciso ter cuidado. É preciso olhar lá bem para baixo. No meio do pó e da
lama, habita a vilanagem que manda no mundo. Cuidado para não tropeçarmos
nalgum deles...
Viriato Seromenho-Marques
DN, 4/Fev/2013
Li esta manhã o artigo do VSM e apeteceu-me bater palmas de pé, mas tive medo que alguém que me estivesse a observar chamasse a polícia me acusasse de ser louco.
ResponderEliminarFranquelim rima com festim. E também com pasquim. Está tudo dito.
Boa semana
Nem vou comentar pois corro o risco de "vomitar" palavras inadequadas... prefiro falar do "pão-de-ló": ADORO!!!!!
ResponderEliminarTanto zurzido? O coitado do Franklin, só foi chamado (por engano)... julga-se que inventará o para-raios que protegerá o Passos e seu lacaios...
ResponderEliminarHoje não tive tempo de ler nada!
ResponderEliminarEstive em trânsito e acabo de chegar do ensaio do coro!
Quem canta seus males espanta!
Quanta a esta sórdida história até dá vómitos!
Se fosse com o anterior governo caía o Carmo e a Trindade!
Abraço
Porque será que não me surpreende Graça, afinal não é habitual estes episódios acontecerem!
ResponderEliminarBioa semana Graça
beijinho e uma flor
Concordo a 100% com o artigo! Ainda se safam algumas vozes nos jornais, felizmente!
ResponderEliminarO tal Franquelim, já se percebeu, é farinha do mesmo saco da escumalha que nos (des(governa... :P
Beijocas, Graça!
Tal e qual!
ResponderEliminarO BPN e a SLN ainda vão dar muito que falar, pessoalmente preferia que dessem outras coisas, mas a Justiça não deixa...
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ResponderEliminarObrigada pela partilha. Não tinha lido esta crónica.
Temos aqui uma visão lúcida daquilo em que a cultura ocidental, dramaticamente, se transformou. A crise mais difícil de ultrapassar é a dos valores e isso deixa-nos na pele um sentimento de incapacidade ainda mais profundo, face à resolução das dificuldades que atravessamos.
Um beijo
Êste Franklim (franco?), até pode ser uma pessoa com boas qualidades de gestão. Mas, tanto êle, quanto os senhores do (des) governo, deveriam ter vergonha na cara prestando-se a estes papeis. Nós, que todos os mêses, damos o nosso contributo, para tapar o buraco que toda aquela gente deixou, é doloroso, é uma afronta.
ResponderEliminarTodos reunidos na mesma coutada
ResponderEliminarEstimada Amiga Graça Sampaio,
ResponderEliminarOs portugueses, tal como eu, que vivem nas diáspora, cada dia que passa mais triste ficam, ao terem conhecimento dessas tramóias nesse qeu foi um jardim´à beira mar plantado.
Por vezes interrogo-me sobre tudo o que se está passando, será o povo português calmo e sereno para suportar todas essas vigarices!..
Nâo exite alguém com os tai ditos no sítio e ponha cobro e corra com toda essa cambada de fdp, para que o povo possa ter aquilo que com muito esforço conseguiu no 25 abril?
Cada dia que passa mais desiludido fico com a politica portuguesa.
Abra;o amigo
Aqui todos ficamos a saber, quem nos roubou, quanto roubou, quem é a pandilha, erguem-se vozes no parlamentos, mas não passa disso, ninguém vai preso.
ResponderEliminarAté o velho do BPN, já anda aí na rua.
Este caso do secretário de estado, é para dar corpo ao velho ditado, que diz;-Colocar a raposa a tomar conta do galinheiro.