Ao longo dos anos o Carnaval aparece-me sempre envolto numa nuvem de nostalgia. É que, ao contrário do que é o padrão das pessoas em meu redor, especialmente as mulheres, eu sempre gostei do Carnaval. Mesmo no tempo da minha solitária infância quando pelo Carnaval a minha avó me levava à matinée ao cinema Restelo e a criançada atirava serpentinas pelo ar e esfregava montes de papelinhos nas bocas uns dos outros e atirava saquinhos cheios de serradura às cabeças uns dos outros, mesmo assim eu gostava do Carnaval. Depois foi a moderada loucura dos bailes
de Carnaval da adolescência, da juventude, do princípio da idade adulta. Depois
a vida abafa-nos com responsabilidades, com trabalho e contrariedades e o tempo
vai-se esvaindo, os hábitos vão-se anquilosando, a gente vai fingindo que se
esquece, que se adapta, mas continuo a recordar e a acalentar os meus gostos
antigos pelas festas de Carnaval.
E é essa nostalgia que eu sinto
neste belíssimo samba-canção cantado pelo meu mais que preferido Agostinho dos Santos.
Esta canção faz parte da banda
sonora do filme Orfeu Negro de 1959. Se tiverem curiosidade em dar uma
espreitadela ao filme poderão fazê-lo aqui. A apresentação do filme traz outro
belíssimo samba-canção de Jobim e Vinicius – Felicidade – que diz:
«A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do Carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
e tudo se acabar na quarta-feira.»
A grande ilusão do Carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
e tudo se acabar na quarta-feira.»
Sou como tu, Gracinha!
ResponderEliminarPara mim o Carnaval traz-me doces recordações com os meus avós e com os amigos de infância!
A trabalheira que nos dava arranjar fatiotas à altura, quase sempre confecionadas com sacas da azeitona!:)
beijinhos e bom Carnaval!
(o samba lembra-me muito o meu avô!:))
É verdade que o Carnaval tinha mais piada quando éramos crianças e adolescentes, sem responsabilidades, em que o único intuito era divertirmo-nos e dançar e participar nessas brincadeiras de serpentinas, papelinhos, sacos de serradura e tudo o mais. E assistir (ou participar) nos concursos de máscaras ou em corsos carnavalescos. Mesmo assim, tal como tu, ainda gosto do Carnaval! E se hoje já não vamos a bailes ou a todas essas folias, vão os mais novos, que também têm direito a uma juventude alegre! :)
ResponderEliminarBeijocas, Graça!
Nunca fui grande folião, mas agora que não nos deixam gozar o Carnaval como deve ser, irrito-me.
ResponderEliminarA canção do Agostinho dos Santos era um must lá emcasa. A minha mãe adorava!
Eu também nunca fui grande foliana ... ( o Carlos não foi folião?! Como cheguei a outra conclusão?! : ) ... mas adorava o Carnaval e só quando perdi um pouco a timidez (os meus filhos dizem-me que não me podem imaginar tímida) é que comecei a mascarar-me e a “trajar-me”; uma das vezes foi de cowgirl e tenho foto para confirmar! : )
ResponderEliminarNunca perdi nenhum baile naquela altura; tive a sorte de ter pais que gostavam muito de dançar.
Já fui a alguns aqui, poucos, todos eles com vista a angariar verbas para uma causa ou outra, mas não eram a mesma coisa
Abraço
... tristeza não tem fim... felicidade sim... Você buscou uma bela canção de recordações felizes!
ResponderEliminarValeu, Graça!
Bj. Célia.
Há que goste tanto tanto do carnaval
ResponderEliminarQue não larga nunca a máscara
E nos envolve neste interminável corso...
(eu gosto de foliar,
mas com a alma a alinhar)
Gostava de brincar no carnaval quando criança... Era uma festa à parte escolher o tema, confeccionar a fantasia :)
ResponderEliminarDepois de adulta fui algumas vezes com meu marido em bailes de carnaval (aliás, nos conhecemos em um baile rsrs) mas há muito não vamos. Achamos muita graça em termos começado a namorar no carnaval mas nenhum de nós, na verdade, ser muito folião rsrsrs.
Beijos
"E tudo se acaba na quarta-feira"
Não gosto do "Entrudo". Sempre fui adversa a mascarados.
Um beijo
Nostalgia também é o que sinto ao ouvir esta bela canção.
ResponderEliminarSó festejei o Carnaval em jovem adulta e depois com a infância dos meus filhos, agora perdi a disposição de o fazer.
beijinho e divirta-se amiga!
beijinho
Fê
Para mim, a questão é esta : o Carnaval nunca me "disse" rigorosamente nada !... a não ser um dia de folga total, (quando trabalhava), para passar com a família !
ResponderEliminarA nível internacional, os países que hoje aderem ao trabalho neste dia estão a aumentar gradualmente e já são excepções aqueles que o consideram feriado!
Por outro lado, isso não impede que a nível regional, local, onde os festejos estejam há muito radicados e dos quais depende uma actividade pré carnavalesca e carnavalesca que influencie fortemente a economia local, a questão é outra !
Para esses sim, o Carnaval terá toda a razão de ser e não sendo feriado, haverá legitimidade para proceder de acordo com a tradição local.
Há ainda outra questão a considerar: Tendo todos os municípios o direito a ter um feriado municipal, porque não ser considerado este dia ? ...
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ResponderEliminarAntigamente... estou como tu. Acho que temos um tempo.
Quanto ao Agostinho dos Santos, que recordações se avivaram de o ouvir rodar no gira-discos!
Beijinho
Laura
Também eu gostava imenso de dançar no Carnaval, mas nunca gostei de me mascarar. Infelizmente, como escreves, os tempos vão mudando...
ResponderEliminar"Manhã de Carnaval" é uma canção intemporal. Adorei que a tivesses lembrado.
Beijinho
Estimada Amiga Graça Sampaio,
ResponderEliminarTenho vagas recordações desta mudana festividade e as que tenho são para esquecer.
Aqui na Tailândia não se festeja o carnaval e o que sei é o que vou lendo através das notícias.
Tive uma infância de trabalho onde o carnaval não fazia parte e quando o fez, por uma só vez saiu mal.
Abraço amigo