domingo, 23 de setembro de 2012

E a formiguinha bossa-nova?

Este é certamente o governo que mais bacoradas tem largado por aí. Especialmente contra o povo. Hoje foi a vez do moralista tipo-salazar (não o são todos eles?) ministro Miguel Macedo afirmar em Vouzela onde foi inaugurar um novo edifício para os bombeiros - enquanto pôde antes de fugir com medo dos manifestantes que gritavam contra o governo mesmo antes de descerrar a lápide - que «Portugal não pode ser um país onde há muitas cigarras e poucas formigas», uma fábula que disse ser para «os momentos difíceis».

E eu que detesto moralismos e por isso pouco gosto de provérbios e de fábulas (nas fábulas, enfim, ainda acho graça ao facto de os animais falarem) porque me lembro sempre aquelas redacções (com dois c naquele tempo) que fazíamos diariamente na 4ª classe sobre fábulas ou frases didáticas em que tínhamos de, no final, tirar a conclusão moral (se calhar o senhor ministro também teve de fazer essas redacções e por isso é que... ) - e, dizia eu, eu que detesto moralismos, quando ouvi a frase das poucas formigas que há em Portugal, lembrei-me imediatamente - com muita ironia, claro! - da Formiguinha Bossa-nova da Amália , com aqueles versinhos simples do nosso muito querido O'Neil e que tanto devem agradar ao ministro Macedo...

Ora oiçam!



E agora os versos:

Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.

Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.

Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.

Assim devera eu ser
se não fora
não querer


15 comentários:

  1. Pois eu ando numa de cigarra!
    É só cantar, porque "quem canta seus males espanta"! :-))
    Desculpa lá, Gracinha, o provérbio mas vem mesmo a calhar!
    Também não sou de moralismos mas os provérbios não me incomodam!
    Para cada um há o seu contrário...só que não me lembro do contrário deste!
    Só se for" Muito me cantas mas não me alegras!"...:-))

    Abraço

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  2. Eu vi e ouvi... aquela coisa e já comentei por aí...
    Prefiro a Amália lol

    Bjos

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  3. Não conhecia esta canção cantada pela Amália.
    Esta é uma fábula que me recordo com muita frequência: a formiga e a cigarra.

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  4. Com o insecticida que paira no ar
    Nem cigarras nem formigas se vão safar

    Este buraco tem o ar saturado!

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  5. Provérbios são provérhios, não incomodam ninguém. Já estes fulanos com artes moralistas e paternalistas a atirarem postas de pescadas destas ao povo em geral, são completamente dispensáveis. Eles e as bocas parvas deles. Especialmente para quem passou a maior parte dos seus anos de vida num "trabalho" partidário, sem fazer a menor ideia do que é a realidade, fora dos meandros políticos... :P

    Parvalhão!

    Beijocas, Graça!

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  6. Pois eu gosto de provérbios, morais da história e fábulas, mas não gosto nem um bocadinho desta cambada de imbecis que não sabe o que é pagar contas.

    beijinhos

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  7. Entre a voz do M.M. e da Amália prefiro a Adriana Calcanhotto.
    :)

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  8. o giro é a complacência de uma boa parte da blogsofera (os que destilavam ódio a Socrates...) e até de algum jornalismo, Graça.

    abraço

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  9. A esta gentalha só já me apetece mandá-los à fava!!

    Boa semana, Gracinha.

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  10. Mas temos de admitir que foi corajoso da parte dele assumir-se como cigarra...

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  11. Sentem-se impunes e só dizem desvergonhas, insultos, mentiras. Até quando vai aguentar a corda???

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  12. E o amigo da cigarra não é bicho é diabo mesmo chamado Troika.
    Adorei ouvir a Amália.

    Ando um pouco afastada, ando numa correria passo muito tempo no hospital a fazer companhia à minha mãe que sexta feira foi vitima de um AVC muito profundo.
    Boa semana querida

    Beijinho e uma flor

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  13. "Um tiro no próprio pé".
    Li algures muito a propósito.

    Lídia

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  14. Não percebeu nada, Graça! Ele já veio explicar que estava a elogiar os trabalhadores e os pequenos empresários mas, como é vesgo, não acertou no alvo!

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  15. Excelente amiga esta tua descoberta!:)

    beijinhos

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