Eu não queria vir aqui “bater
mais no ceguinho”, mas não me contenho! Especialmente porque já tudo foi dito e
escrito nas redes sociais, nos telejornais, pelos comentadores das várias
televisões sobre o caso.
Aquele empertigado, arrogante,
impertinente (e todos os restantes adjetivos com que o apodaram, até bêbado) do
senhor António Borges, o vendilhão do templo, o coveiro do país, que no tempo em que a senhora Ferreira Leite foi
dirigente do PSD muitos apontavam como um excelente candidato para se lhe seguir
– credo! como somos facilmente influenciados e enganados! – mandou mais uma das suas intrépidas bacoradas.
Depois de ter dito que os
portugueses ganhavam muito e que os salários tinham de ser reduzidos, depois de
ter mandado o palpite de que a RTP1 deveria ser vendida e a 2 deveria fechar, vem agora no
seu tom gelado de robot e com o seu ar de morto-vivo dizer aos empresários
portugueses que eles são uns verdadeiros “ignorantes”
e “que não passavam no 1º ano da sua
faculdade”. O presidente da associação dos empresários respondeu-lhe à
letra afirmando e muito bem que o senhor também não reunia as competências
necessárias para ser contratado por muitos dos empresários.
Claro que descabido patrão do supermercado doce – e de certo modo também o papagaio
falante do comentador dos domingos ao serão na TVI – já veio defender o
senhor Borges e pôr-se do seu lado dizendo que ele foi apenas “infeliz” na sua
forma de se exprimir porque quando pensamos nem sempre as palavras nos saem da
melhor forma – decerto não passaria no 1º ano na minha faculdade por falta de
facilidade de expressão! (digo eu) – e que o presidente da CIP não devia ter
falado como falou porque se trata de um homem com um currículo daqueles que até
já foi reitor da faculdade! (Que parolos somos!)
Mas a propósito desta nova
polémica duas observações me vieram à mente: primeiro, alguém deveria perguntar ao senhor Borges se Passos Coelho teria
hipótese de passar no 1º ano lá da faculdade dele, já para não falar no doutor
ministro Relvas! Segundo, não sei porquê, mas ao ver a sua imagem cadavérica, branca e
inexpressiva e a sua forma atónica de se movimentar, veio-me à ideia a canção “A Morte saiu à rua” de José Afonso.