Já nada me custra a crer

Pela sétima, ou décima sétima, ou vigésima sétima vez este governo que lá foi implantado no dia 5 de Junho de 2011 (só ou já?!) se enganou nas contas e nas previsões do que à economia diz respeito; 

já conseguiu elevar a taxa de desemprego para níveis nunca antes pensados e só não é ainda mais elevada porque muitos emigram (sabe Deus a que preço porque nem tudo são rosas no âmbito da emigração) e muitos outros ultrapassaram entretanto o prazo em que tinham direito a receber subsídio de desemprego tendo portanto sido retirados das listas, tendo sido portanto atirados para o vergonhoso desnível da indigência (e isso que importa?!);

 já conseguiu saquear os velhos e reformados naquilo que puderam e quiseram cortando-lhes os direitos, aumentando os preços de acesso aos serviços, e roubando-lhes larga fatia das pensões de reforma para as quais descontaram uma vida inteira colando-lhes a falaciosa etiqueta da solidariedade (sabe Deus com quem seremos solidários!); 

já conseguiu aumentar o nível da pobreza para os índices do tempo da desastrada ditadura com grande parte da população –  crianças, velhos, deficientes, desempregados – a viverem às custas de pais ou de avós idosos ou de organizações de solidariedade;

já vendeu a preço de saldos o património nacional que muito bem entendeu preparando-se para continuar a desempenhar o seu infame papel de liquidatário nacional;

já baixou o nível das respostas dos serviços públicos na saúde, na Educação, na Segurança Social, remetendo para os funcionários públicos toda a culpa do estados das finanças públicas;

já foi alvo de mais manifestações de rua organizadas quer pela população civil  quer por organismos político-partidários pelo país fora do que nos tempos pós-revolucionários;

já … já … já…

e vêm dizer-me que todos os partidos descem nas intenções de voto exceto o principal partido do governo?!

Desculpem, mas não dá para acreditar! E das duas uma: 

ou os jornalistas foram encomendados – e todos sabemos que muitas vezes o são;

ou este povo continua tão fechado, tão cego, tão catequizado, tão ignorante, tão moralista, tão medroso como no tempo da “santa” inquisição e do senhor presidente do Conselho “que Deus haja”!

E, pela vossa rica saúde, não me venham com as falácias do costume: que as alternativas não prestam; que “vale mais o mau conhecido que o bom por conhecer” (vêem agora porque é que eu não gosto de provérbios? É pelo seu fundo sempre moralista.) porque foi assim que aguentámos os ditadores durante 48 lúgubres longos anos – porque as alternativas nunca eram as melhores…