sexta-feira, 15 de março de 2013

A Cobra e o Pirilampo



Todos conhecemos o apólogo da Cobra e do Pirilampo: daquela Cobra que perseguia e amedrontava o Pirilampo não porque ele lhe tivesse feito algum mal, ou sequer porque pertencesse à sua cadeia alimentar mas tão-somente porque não suportava vê-lo brilhar.

Lá no meu antigo local de trabalho, entrou há anos – não muitos se comparada comigo que lá vivi uma vida – uma Cobra, bem feia por sinal e peçonhenta, que de imediato foi aceite no ninho das outras rastejantes que por lá se moviam e capitaneavam logo se tornando a mais diligente, ou melhor, o rosto visível de todas elas. 

Manietou e fez o seu percurso plantando maldades e espalhando o seu veneno surdo contra os que ingenuamente e por natureza elevavam a sua luz acima do nível térreo por onde se insinuava. 

Incansável, certa dos seus desígnios, perseguiu, conspirou, invetivou. Serpenteou pelos caminhos do “poder” lançando o seu silvo agudo para os (poucos) pirilampos que com o seu inofensivo mas genuíno jorro de luz lhe encandilavam os olhos insidiosos. 

Nunca perdoou ou esqueceu o dia em o Pirilampo lhe levou a dianteira e a varreu para o canto juntamente com as suas congéneres a quem, álacre, continuou a servir, perseguindo sempre, aleivosa, a branca claridade que lhe ofuscara o caminho.

Foram anos de perseguição e de saltos sub-reptícios para alcançar o Pirilampo até que finalmente conseguiu vencê-lo pela traição e pelo cansaço. 

Regressaram ao capitaneio os rastejantes logo voltando à proteção do seu bando e recompensando a Cobra que tanto por eles fizera. E quem quer saber dela, lá a encontrará, diligente e ágil a assessorar, a comandar como sempre quis. Na sombra, sem responsabilidade assumida…

Ficaram por lá outros pirilampos sobre quem o serpenteante espécime continua a perseguir. (Está-lhe na natureza, que se há de fazer?)

Esta é a autonomia que, “crateriosamente” se tem vindo a implementar nas nossas escolas.

15 comentários:

  1. Gracinha, essas cobras acabam sempre por morrer envenenadas com o seu próprio veneno, sabes?

    Prejudicam muito, mas "cá se fazem, cá se pagam", podes ter a certa certeza disso...ainda que nós, por vezes, não assistamos à cobrança.

    Abraço fratero para ti e para a vítima.

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  2. Também tenho uma cobra e rastejantes idênticos. A COBRA disse-me, em 1 de setembro de 2012, depois de me mandar para horário zero há três anos, que EU lhe fazia muita falta lá.

    Sorri, enquanto reprimi a vontade de o mandar à merda. (desculpa)

    De facto, as escolas são, presentemente, ninhos de cobras.

    Beijo

    Laura





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  3. Então eu tive sorte em sair dessa escola antes da cobra chegar, porque
    detesto animais rastejantes!

    Abraço

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  4. Será que há local sem cobras ! Infelizmente parece-me que não ! :((
    Concordo com a São! Quantas acabam por morrer, vítimas de si próprias ?

    Beijinho e bfs, Graça ! :))
    .

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  5. De rastos andam os desempregados

    os jovens e os reformados

    até um dia se levantarem do chão

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  6. há muito que ando rastejando e as cobras/viboras continuam a perseguir-me!
    Mas cobras mesmo temos muitas aqui na quinta por ser floresta e campo, mas não tenho medo.
    Bom fim de semana Graça

    beijinho e uma flor

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  7. Quando será isso, Puma?!

    Leo, essa cobra chegou muitíssimo depois de tu saíres: já foi aí pelos anos 90.

    Estou a ver que existem muitas cobras por aí...

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  8. O problema dos pirilampos é fazerem brilhar as cobras, é pelo menos o problema de alguns...

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  9. Graça! Quantas 'cobras criadas' no ninho educacional, hein?! Incrível, mas também percorri por longa estrada profissional na educação, com ninhos de cobras prontas para darem 'o bote' envenenando todo e qualquer bom cristão... Sem soro antiofídico!
    Bjs. Célia.

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  10. Confesso que não conhecia a estória do pirilampo e da cobra. Tenho tido sorte, não me tenho deparado com esse tipo de cobras.
    Não gosto de as ver – as verdadeiras - nem em fotografias!

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  11. e o seu veneno pode ser letal.

    é muito complicado "sobreviver-lhes", mas acontece...

    o problema é que o tempo continua a ser delas, porque somos um país de medrosos e merdosos.

    abraço Graça

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  12. De facto, Luís! Tem toda a razão. O seu veneno pode ser letal por isso, meia hora depois de ter editado o meu texto, tive de o alterar a pedido... e por medo das represálias...

    Catarina, também sou incapaz de as olhar na televisão e até mesmo em fotografias. Causam-me arrepios.

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  13. Elas estão por toda parte, é o satanás em forma de gente. Portanto devemos lembrar que são pessoas fracas, por ouvir a voz do inimigo e agir conforme mandado, mas só são atraídos por ele quem se deixa levar através de suas próprias atitudes.. Mas Deus não se deixa escarnecer, tudo que o homem semear isto tbm ele ceifará

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