Há que ir à Poesia buscar as palavras que nos reponham a
beleza da chuva. Desta chuva de meados de Maio)
Meados de Maio
Chuvoso maio!
Chuvoso maio!
Deste lado oiço gotejar
sobre as pedras.
Som da cidade ...
Do outro via a chuva no
ar.
Perpendicular, fina,
Tomava cor,
distinguia-se
contra o fundo das
trepadeiras
do jardim.
No chão, quando caía,
abria círculos
nas pocinhas brilhantes,
já formadas?
Há lá coisa mais linda
que este bater de água
na outra água?
Um pingo cai
E forma uma rosa...
um movimento circular,
que se espraia.
Vem outro pingo
E nasce outra rosa...
e sempre assim!
Os nossos olhos desconsolados,
sem alegria nem tristeza,
tranquilamente
vão vendo formar-se as
rosas,
brilhar
e mover-se a água...
Irene Lisboa, in 'Antologia Poética'
(daqui) |
São conhecidas as chuvas de Maio. Gostei de ler o poema sobre os pingos da chuva, caindo sobre as pedras
ResponderEliminarCumprimentos
O poema é muito belo e agradeço a leitura, porém,
ResponderEliminarnão digo o mesmo desta chuva de Maio...
Não fiquei indiferente, mas com um vago sentimento
que é de mais... Então, nem nas varandas?!
Beijinhos desconsolados.
~~~~
A chuva também tem a sua beleza, aqui plasmada no poema. Mesmo se é um bocadinho chata... :)
ResponderEliminarTambém por aqui tem havido chuva persistente intercalada com momentos de sol. Este Maio veio diferente e modorrento. A poesia é um bom antídoto para a tristeza dos dias.
ResponderEliminarBeijinhos, Graça!
" Os nossos olhos desconsolados,
ResponderEliminarsem alegria nem tristeza "
Tão actual, parece ter sido
neste Maio escrito
Por aqui está muito quente e húmido.
ResponderEliminarBeijinhos, bfds
Que bonito poema.*
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