Hoje há palhaços!

Porque estamos no limiar do fim-de-semana (enquanto o ministro Gaspar não os corta) hoje há palhaços. Senão, vejam!

• O prémio Nobel da Paz foi atribuído à União Europeia. Ouvi há pouco um comentário de um senhor num telejornal que dizia com muita graça que acreditava que «os senhores que atribuíram este prémio à UE deviam ter fumado qualquer coisa» … Portanto a UE vai receber um milhão de euros – que lhe dá imenso jeito… nem haveria mais ninguém com perfil de Nobel da Paz para quem o prémio pecuniário fosse muito mais útil! E quem irá à cerimónia receber o dito prémio? Será o nosso foragido Durão Barroso?...

• A candidata à presidência dos Açores disse hoje, último dia de campanha eleitoral, que se ganhar e se o Orçamento de Estado se mantiver como foi anunciado, ela recomendará aos seus deputados para votarem contra. E prometeu que devolverá o dinheiro aos contribuintes dos escalões mais baixos. De rir tudo isto bem como a insistência com que a senhora tem pretendido demarcar-se do PSD do continente e da política de Passos Coelho. A mim só me faz lembrar a campanha eleitoral do atual PM de pura mentira e manipulação do eleitorado que, ingénuo (ou papalvo) facilmente se deixou enganar…

• Marques Mendes deslocou-se, juntamente com o comentador político da TVI ao serviço do PSD, aos Açores para «colmatar a ausência do presidente do partido» ou seja o atual PM que «não pôde estar ao lado da candidata por estar a ultimar o Orçamento»… Ora o pequeno Marques Mendes, depois de arrasar cá no continente a política económica do governo do seu partido, afirmou num discurso inflamado, como se estivesse a falar para “atrasados mentais”, que «não podemos confundir o incendiário com o bombeiro nem a vítima com o culpado; Passos Coelho e o governo da República não são os incendiários, são os bombeiros, estão a apagar o fogo que outros atearam. Mesmo com erros e com falhas, estão a apagar o fogo e as vítimas são os portugueses. Mas culpado há só um: o partido socialista! Essa é que é a verdade!» Depois destas enjoativas doses de demagogia servidas no comício, seguiu-se-lhe o comentador/ator de novela da TVI – Marcelo Rebelo de Sousa – que continuou a peça teatral no mesmo tom do orador anterior como se se dirigisse a criancinhas do jardim-de-infância. Um circo! Mas foi (quase) assim que Passos Coelho ganhou as eleições por cá, portanto…

•  O senhor cardeal patriarca de Lisboa também afirmou hoje que «as manifestações e o povo a governar da rua resultam na corrosão da harmonia democrática em Portugal» e que «não se resolve nada contestando, indo para grandes manifestações nem tão-pouco com uma revolução». De há quarenta anos para trás também se pensava e falava assim.

Algumas outras “brincadeiras” do género haveria a registar, mas estas chegam bem para achar (des)graça além de que haverá outras oportunidades…