quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Dualidades



1. Falando em Viana do Castelo, durante um jantar promovido pelo PSD de Barcelos em Novembro de 2010, o atual primeiro-ministro sublinhou que o país precisava de uma cultura de responsabilidade.


"Se nós temos um Orçamento e não o cumprimos, se dissemos que a despesa devia ser de 100 e ela foi de 300, aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa também têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus atos e pelas suas ações", referiu Pedro Passos Coelho.

"Não podemos permitir que todos aqueles que estão nas empresas privadas ou que estão no Estado fixem objetivos e não os cumpram. Sempre que se falham os objetivos, sempre que a execução do Orçamento derrapa, sempre que arranjamos buracos financeiros onde devíamos estar a criar excedentes de poupança, aquilo que se passa é que há mais pessoas que vão para o desemprego e a economia afunda-se", referiu.

E acrescentou: "não se pode permitir que os responsáveis pelos maus resultados "andem sempre de espinha direita, como se não fosse nada com eles".

"Quem impõe tantos sacrifícios às pessoas e não cumpre, merece ou não merece ser responsabilizado civil e criminalmente pelos seus actos?" questionou.

Quando é que o senhor PM se vai apresentar à polícia para ser julgado civil e criminalmente?

2.O líder do PSD acusou no dia 15 de Março de 2011 o Governo de «deslealdade e falta de respeito pelo país» por ter ocultado as medidas que estava a negociar com Bruxelas, considerando que isso põe em causa a confiança dos portugueses no executivo.


Na mais dura intervenção contra o Governo que fez nos últimos dias, o líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, voltou a criticar a forma como o Governo negociou o novo Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) «fazendo de conta que estava a negociar com uma série de pessoas», mas na prática ter «ocultado verdadeiramente o que estava a fazer».

Sublinhando que não é dessa forma que se criam condições de confiança, Passos Coelho classificou como «extraordinário» que o primeiro-ministro não tenha conseguido informar o país que estava há três semanas a negociar com o Banco Central Europeu e com a Comissão Europeia um conjunto novo de medidas que impõem «sacrifícios graves à sociedade portuguesa para os próximos anos».

«Considero isso de uma deslealdade e de uma falta de respeito pelo país, pelos portugueses, pelas instituições, suficientemente grave para pôr em causa a confiança que o país tem em quem o governa», sustentou, durante uma intervenção na apresentação do livro Voltar a Crescer, que decorreu na Associação Comercial de Lisboa.

Quando virá o senhor PM justificar-se junto dos portugueses pela sua “falta de respeito pelo país e pelas instituições” por ter ido negociar com Bruxelas as novas medidas de austeridade antes de as dar a conhecer ao povo em geral?

3. Quando em 2007 aquele professor Charrua, destacado – voluntariamente – numa estrutura do Ministério da Educação e portanto ao seu serviço se referiu, no próprio lugar de trabalho, em termos injuriosos aos governantes da época e em especial ao PM dizendo «somos governados por uma cambada de vigaristas e o chefe deles é um filho da puta» e foi afastado daquele serviço, caiu o Carmo e a Trindade porque coitadinho do professor – naquele tempo todos os professores de sentiam perseguidos pelos governantes e em especial pela ministra da Educação (que dirão agora?!) – tinha dito aquilo em tom de brincadeira e que estava a ser alvo de uma ação de corte de liberdade de expressão.


Na semana passada, quando o atual PM se deslocou ao ISCSP, um jovem aluno assobiou e chamou não se sabe o quê ao senhor PM e logo lhe saltaram em cima os guarda-costas do senhor trazendo-o para fora sendo de imediato rodeado de polícias que lhe pediam a identificação.

E agora, não se faz um reboliço a favor de um miúdo de 20 anos que se limitou a fazer o que dias antes milhares de pessoas gritaram nas ruas?

9 comentários:

  1. Isto já lá não vai com tribunais e, temo, nem com democracia. Só um pelotão de fuzilamento com pontaria certeira nos pode salvar.

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  2. Estes tipos e tipas metem-me nojo!
    Estou à beira de um ataque de nervos! :-((

    Abraço

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  3. Graça, penso ser ingenuidade
    Pedir coerência
    A quem não sabe o que é verdade


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  4. Estimada Amiga Graça Sampaio,
    Este Coelho é um camaleão a 100%, o mal não é só dele, desde o 25 de abril que os políticos nunca cumpriram com o prometeram, deviam era estarem todos na grelha.
    Abraço amigo

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  5. Desde miúdo que detesto toda a espécie de camaleões.
    E os governantes camaleões têm, ainda, o condão de me irritar.

    Guarda-costas? Não vi nenhum. O que vi, todos vimos, foi um animal (outro camaleão?) a cometer uma alarvidade. Aliás, duas em uma.
    Boa questão, Graça. O jovem disse o que alguns milhares de pessoas gritaram nas ruas.
    Outra diferença: o jovem teve um processo disciplinar. Felizmente os responsáveis escolares aperceberam-se de que o seu aluno nada tinha feito que justificasse um castigo. Resultado: advertência. Porque tinha que ser dado um exemplo disciplinar de obediência ao sistema.
    O guarda-costas, tutelado pelo MAI, saíu ileso - se fosse comigo não saía - e seguiu, impune, para outras guardas.

    Que esse 'gorila' nunca me surja pela frente.

    Beijo

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  6. Que linda fotografia... é um "coelho"?
    :(

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  7. Claro que é um coelho, Rui!... Um coelho tirado da cartola do Cavaco e do PSD.

    Também me sinto nas últimas no que toca a paciência para aturar estes energúmenos do (anti)governo. Estamos todos como numa panela de pressão: se a válvula de segurança rebenta, nem sei o que pode acontecer!

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  8. Gozam-nos à grande e à portuguesa... pena que ainda haja uma grande maioria de portugueses que não têm net, só têm os canais de TV onde não faltam novelas e os programas da treta que lavam cérebros porque, se calhar, estes nem sequer tinham subido ao poleiro.

    Bjos

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