terça-feira, 9 de outubro de 2012

No Palácio de Valenças

Desculpar-se-me-á a ignorância mas só há muito pouco tempo descobri o nome de Maria Gabriela Llansol numa edição do Jornal de Letras. Chamou-me a atenção o facto de ser uma escritora que a partir de certa altura da sua vida se radicou em Sintra, na casa onde foi a Estalagem da Raposa e lá faleceu em 2008. Chamou-me a atenção o facto de o artigo ser escrito pelo professor João Barrento que foi meu professor na Faculdade lá pelo ano de 1969 como me chamou a atenção a aura, uma certa bruma em que a escritora é envolvida no artigo. 



Lancei-me a investigar e a ler sobre a escritora minha desconhecida e descobri que iriam realizar-se umas jornadas Llansol, as quartas, em finais de Setembro, no Palácio de Valenças em Sintra. 





Uma oportunidade de uma vez mais revisitar a minha terra do coração; uma oportunidade de voltar a entrar no lindíssimo Palácio onde funcionou a Biblioteca Municipal de Sintra no meu tempo de estudante; uma oportunidade de rever o meu antigo professor e até possivelmente reencontrar, ao fim de mais de quarenta anos, outra amiga de adolescência que ao longo da vida se tornou uma notável das Letras; uma oportunidade de ficar a saber mais sobre a escritora Llansol; uma oportunidade de ir visitar a sua última morada na antiga Estalagem da Raposa e ver e respirar a ambiência de uma criação literária.



Estalagem da Raposa



Então no passado dia 29 à tarde lá me dirigi ao Palácio Valenças onde na atualmente chamada Sala da Nau estava reunida uma pequena assembleia; uma estudiosa brasileira na mesa apresentava uma comunicação sobre a escritora; outros estudiosos brasileiros e portugueses na pequena plateia, um compositor porque a escritora identifica-se com Bach e Pessoa (Aossê), umas jovens e umas crianças sentadas no chão, uma mesa com as diversas obras da autora … tudo muito minimalista, muito «bem», pretensamente muito natural, muito informal…  Pretensamente. Deceção! 


Pinturas
 
Resolvi aproveitar um intervalo em que fomos convidados a ir à varanda ver umas pinturas alusivas à obra da escritora em discussão – LisboaLeipzg – e sair para dar uma volta pelo Palácio. Foi a parte vibrante da visita! A entrada, a escadaria, a sala de visitas, o próprio salão onde se realizavam as jornadas. Por simpatia do guarda pude dar um saltinho ao primeiro andar, que se encontrava vedado ao público, rever o espaço da “minha” biblioteca de onde requisitei os meus primeiros Júlio(s) Dinis, os meus primeiros romances policiais, os meus primeiros livros de poesia. Fechada a Sala Camiliana. Decerto transferida para a atual Biblioteca Municipal na Casa Mantero, lá em baixo na Correnteza… 


A entrada do Palácio

Sala da Nau

Sala da Nau

O Professor João Barrento, grande propulsionador da obra de Llansol

Sala da entrada


Sala do bar

Bar

Salão no 1º andar onde se encontrava a sala principal da Biblioteca

... agora espaço de arquivo morto onde se encontra uma exposição da obra do Sr. José Alfredo, ilustre cidadão sintrense que deixou uma imensa obra escrita e plástica sobre Sintra e 1º Presidente da Câmara de Sintra depois do 25 de Abril

 Da entrada do Palácio pode ver-se lá em cima o grande casarão atualmente votado ao abandono onde morei tantos e bons anos!
 

10 comentários:

  1. Uma visita guiada à sua memória... e Sintra que a tanto se presta!

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  2. Adoro Sintra!!

    A reportagem está muito boa, mas a derradeira foto está linda, mesmo.

    Bons sonhos, Gracita

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  3. Que visita linda! Que rica ideia esta partilha!

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  4. Foi uma espécie de "reviver o passado em Sintra" terra tão cheia de encantos por todos os recantos!
    Quanto à autora em questão, confesso que só conheço dela alguns poemas e textos dispersos!
    O casarão precisa de ser requalificado porque é lindo se for propriedade da Câmara é o cabo dos trabalhos! :-((

    Abraço

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  5. O cenário é deslumbrante.

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  6. belas fotos, amiga Graça.
    mas deixo-te a recomendação de, vagarosamente, começares a saborear as palavras de Maria Gabriela LLansol. vais ver que gostarás muito de percorrer esses caminhos...
    sintra é um dos rumos que muitas vezes tomo.
    um grande abraço e obrigada pelas tuas fiéis visitas ao meu pequeno jardim.

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  7. Obrigada por nos guiar em tão interessante visita.
    As fotografias estão belíssimas e as emoções aparecem como gato escondido com rabo de fora. ;)

    Um beijo

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  8. Sintra tem uma aura de romantismo que me atrai sobremaneira.

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  9. Nunca visitei o Palácio mas, curiosamente, foi na Estalagem da Raposa que fiquei a conhecer Gabriela Llansol, graças a uma amiga que a admirava imenso e fazia questão em conhecê-la. Como é persistente, conseguiu mesmo falar com ela e pediu-lhe alguns autógrafos. :-))
    Agoar uma confissão um bocadinho ultrajante ( para mim, claro...) Nunca li nada dela!

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  10. Eu também não, Carlos, mas acho que vou tentar. Dizem que vai ser um outro Pessoa!

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