Desculpar-se-me-á a ignorância
mas só há muito pouco tempo descobri o nome de Maria Gabriela Llansol numa
edição do Jornal de Letras. Chamou-me a atenção o facto de ser uma escritora
que a partir de certa altura da sua vida se radicou em Sintra, na casa onde foi
a Estalagem da Raposa e lá faleceu em 2008. Chamou-me a atenção o facto de o
artigo ser escrito pelo professor João Barrento que foi meu professor na
Faculdade lá pelo ano de 1969 como me chamou a atenção a aura, uma certa bruma
em que a escritora é envolvida no artigo.
Lancei-me a investigar e a ler sobre
a escritora minha desconhecida e descobri que iriam realizar-se umas jornadas
Llansol, as quartas, em finais de Setembro, no Palácio de Valenças em Sintra.
Uma oportunidade de uma vez mais
revisitar a minha terra do coração; uma oportunidade de voltar a entrar no
lindíssimo Palácio onde funcionou a Biblioteca Municipal de Sintra no meu tempo
de estudante; uma oportunidade de rever o meu antigo professor e até possivelmente
reencontrar, ao fim de mais de quarenta anos, outra amiga de adolescência que ao
longo da vida se tornou uma notável das Letras; uma oportunidade de ficar a
saber mais sobre a escritora Llansol; uma oportunidade de ir visitar a sua
última morada na antiga Estalagem da Raposa e ver e respirar a ambiência de uma
criação literária.
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Estalagem da Raposa |
Então no passado dia 29 à tarde
lá me dirigi ao Palácio Valenças onde na atualmente chamada Sala da Nau estava
reunida uma pequena assembleia; uma estudiosa brasileira na mesa apresentava
uma comunicação sobre a escritora; outros estudiosos brasileiros e portugueses
na pequena plateia, um compositor porque a escritora identifica-se com Bach e
Pessoa (Aossê), umas jovens e umas crianças sentadas no chão, uma mesa com as
diversas obras da autora … tudo muito minimalista, muito «bem», pretensamente muito natural, muito informal… Pretensamente. Deceção!
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Pinturas |
Resolvi aproveitar um intervalo em
que fomos convidados a ir à varanda ver umas pinturas alusivas à obra da
escritora em discussão – LisboaLeipzg – e sair para dar uma volta pelo
Palácio. Foi a parte vibrante da visita! A entrada, a escadaria, a sala de
visitas, o próprio salão onde se realizavam as jornadas. Por simpatia do guarda
pude dar um saltinho ao primeiro andar, que se encontrava vedado ao público,
rever o espaço da “minha” biblioteca de onde requisitei os meus primeiros
Júlio(s) Dinis, os meus primeiros romances policiais, os meus primeiros livros
de poesia. Fechada a Sala Camiliana. Decerto transferida para a atual
Biblioteca Municipal na Casa Mantero, lá em baixo na Correnteza…
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A entrada do Palácio |
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Sala da Nau |
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Sala da Nau |
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O Professor João Barrento, grande propulsionador da obra de Llansol |
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Sala da entrada |
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Sala do bar |
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Bar |
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Salão no 1º andar onde se encontrava a sala principal da Biblioteca |
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... agora espaço de arquivo morto onde se encontra uma exposição da obra do Sr. José Alfredo, ilustre cidadão sintrense que deixou uma imensa obra escrita e plástica sobre Sintra e 1º Presidente da Câmara de Sintra depois do 25 de Abril |
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Da entrada do Palácio pode ver-se lá em cima o grande casarão atualmente votado ao abandono onde morei tantos e bons anos! |
Uma visita guiada à sua memória... e Sintra que a tanto se presta!
ResponderEliminarAdoro Sintra!!
ResponderEliminarA reportagem está muito boa, mas a derradeira foto está linda, mesmo.
Bons sonhos, Gracita
Que visita linda! Que rica ideia esta partilha!
ResponderEliminarFoi uma espécie de "reviver o passado em Sintra" terra tão cheia de encantos por todos os recantos!
ResponderEliminarQuanto à autora em questão, confesso que só conheço dela alguns poemas e textos dispersos!
O casarão precisa de ser requalificado porque é lindo se for propriedade da Câmara é o cabo dos trabalhos! :-((
Abraço
O cenário é deslumbrante.
ResponderEliminarbelas fotos, amiga Graça.
ResponderEliminarmas deixo-te a recomendação de, vagarosamente, começares a saborear as palavras de Maria Gabriela LLansol. vais ver que gostarás muito de percorrer esses caminhos...
sintra é um dos rumos que muitas vezes tomo.
um grande abraço e obrigada pelas tuas fiéis visitas ao meu pequeno jardim.
ResponderEliminarObrigada por nos guiar em tão interessante visita.
As fotografias estão belíssimas e as emoções aparecem como gato escondido com rabo de fora. ;)
Um beijo
Sintra tem uma aura de romantismo que me atrai sobremaneira.
ResponderEliminarNunca visitei o Palácio mas, curiosamente, foi na Estalagem da Raposa que fiquei a conhecer Gabriela Llansol, graças a uma amiga que a admirava imenso e fazia questão em conhecê-la. Como é persistente, conseguiu mesmo falar com ela e pediu-lhe alguns autógrafos. :-))
ResponderEliminarAgoar uma confissão um bocadinho ultrajante ( para mim, claro...) Nunca li nada dela!
Eu também não, Carlos, mas acho que vou tentar. Dizem que vai ser um outro Pessoa!
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