quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ano bissexto



Leap Year – expressão inglesa para “ano bissexto” porque "salta" de quatro em quatro anos– foi assim chamado a partir do Arcebispo Osvaldo de York que morreu a 29 de Fevereiro do ano 992, sendo também chamado de Dia de Santo Osvaldo.

Há uma tradição nos países do norte da Europa sobre o ano bissexto: no dia 29 de fevereiro e só nele, as mulheres podem propor casamento a um homem solteiro. Essa tradição que é mais conhecida na Irlanda também aparece em outros países do Mar do Norte: Dinamarca, Finlândia.





 Nas Ilhas Britânicas a tradição diz que só nos anos bissextos as mulheres solteiras podem propor casamento, ou seja, podem aproximar-se daquele homem pelo qual suspiram e propor que se casem. Sendo alvo de um pedido de casamento, o homem em questão ou aceita ou paga uma multa para recusar tal pedido. 


(Fugas para homens solteiros)

  
Semelhantes hábitos aparecem na Dinamarca, onde as mulheres que forem recusadas depois de terem feito seus pedidos de casamento nesta data, devem ser recompensadas com 12 pares de luvas. Na Finlândia, se um homem recusa a proposta de casamento que uma mulher lhe faz no ano bissexto tem que pagar-lhe um corte de tecido para que ela possa fazer uma saia.


(A "caça" ao noivo)


(Vale tudo!)

(À conquista)

(Pedido de namoro)


(Coisa mais atual...)

(Aproveitem, miúdas!...)

  
(Imagens retiradas da net;
 Fonte:  http://peregrinacultural.wordpress.com/ )

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Catarse - ou talvez não


Parte II (continuação - ou talvez não - do texto de ontem)


Tudo fui fazendo dentro das minhas possibilidades e das minhas limitações, com mais ou menos entusiasmo, com mais ou menos resultados. Mas o mais humilhante, o mais ignóbil de todos os “exames” a que me submeti, foi aquela entrevista a que o decreto-lei 75/2008 – diploma cheio de incongruências, diga-se, que denunciei em devido tempo e a quem de direito – obriga no concurso ao cargo de diretor de escola ou agrupamento de escolas. O júri foi o conselho geral do agrupamento que, como sabem, é constituído por representantes de professores, de pais, de funcionários, dos autarcas e da sociedade civil. E a presidente do dito conselho, colega sem a força e sem o saber necessários para “ter mão” numa assembleia daquelas, deu todo o poder da entrevista a um paizinho (desculpem a ironia, mas é mesmo um paizinho: pequenino no tamanho físico e não só) só porque tem uma daquelas licenciaturas em gestão, de recursos humanos ou coisa parecida. Digo-vos: coitados dos recursos humanos que se veem obrigados a ser geridos por ele, que deve ser um pequeno ditadorzinho daqueles que estão a aparecer nos tempos que correm. O senhor já tinha decidido (porque tudo fora pré “cozinhado”) que o diretor do agrupamento não ia ser eu e, por isso portou-se da forma mais deseducada e pequenina (tão pequenino como ele) que podem calcular: bocejou, fechou os olhos, deixou cair a cabeça, enquanto eu falava e “embirrou” com a minha forma de falar sobre “liderança” – um daqueles conceitos americanos que tanto gostamos de importar, como “assertividade” e “mediação” e “sinergias” e “benchmarking” e análises SWOT e sei lá o que mais que o senhor gestor de recursos leu nos livros lá no ISLA ou não sei onde. 

 Bom, mas o paizinho gestor decidiu convencer parte do grupo que o outro candidato, muito menos experiente e menos habilitado para o cargo, é que era o tal da liderança!


 

E o tal da liderança é o que, entre muitos outros desastres de que eu talvez venha a falar aqui, já promoveu acareações entre pais queixosos e professores apontados pelas queixas, tomando o partido dos pais, naturalmente; é o que atafulhou o pavilhão gimnodesportivo com mobiliário antigo vindo da secundária requalificada; é o que – espante-se! – fecha a Biblioteca durante três dias durante a Semana da Leitura que foi marcada a nível concelhio para lá receber os senhores inspetores da avaliação externa; é o que – espantem-se ainda mais! – vai realizar a Feira do Livro da escola, que é uma tradição das boas daquela escola desde os idos de 80, da forma mais invulgar e disparatada: os alunos poderão, se quiserem, dirigir-se a uma livraria da cidade, que até nem está próxima da escola, fazem prova de que são alunos do agrupamento e têm direito a 15% de desconto nas compras. Para promoção da leitura, diga-se que é, no mínimo, original…

(Desfrutando a Biblioteca)

 Alguém devia dizer àquele paizinho pequenino que, para se der diretor de um agrupamento de escolas – onde há alunos! – não chega saber papaguear umas coisas sobre liderança (e jactância…)  É preciso ter conhecimento, saber de experiência feito, pedagogia, abertura ao outro, entusiasmo no trabalho e, mais do que tudo, sensibilidade para as coisas da educação. E isso, garanto-vos, não vem escrito nos livros de gestão.
  


(Uma verdadeira Exposição/Feira do Livro)




Catarse - ou talvez





 Parte I

Pertenço a uma geração que, desde muito miúda, se teve de submeter a exames. Sem contar com as Provas de Passagem da 1ª à 2ª e da 2ª à 3ª classes que fiz na Escola de Vieira de Leiria e que se revestiram da importância e do aparato de autênticos exames, com vestidos a estrear e tudo, o primeiro exame que fiz foi o do 1º grau – ou seja, o da 3ª classe, que constituía, à época, a instrução básica, se bem que não obrigatória, para as mulheres. Lembro-me bem do vestido que a minha mãe mandou fazer para ir a exame: um vestido azul claro de um tecido de seda pesada, com saia às pregas e decote à marujo com risquinhas brancas. E lá me dirigi, com as minhas tranças crespas e ruivas e os meus óculos modernos de lentes à gato, à escola oficial, que eu era menina de colégio, o Gil Eanes em Algés. Depois, foi o exame de 2º grau, o da 4ª classe – que dava aos rapazes que o concluíam a instrução básica, não obrigatória – e que fiz numa qualquer escola oficial de Cascais. No mesmo ano, fiz o Exame de Admissão ao Liceu, no Liceu Maria Amália, em Lisboa, com provas escritas e orais que se arrastaram por agosto dentro. Lembro-me bem do dia em que realizei as Provas de Ditado e de Redação que estava tão quente que as enormes janelas daquele liceu imenso – a que anos mais tarde chamei ironicamente de “Hospital das Letras” por lá ter passado dois anos “maus” da minha existência enquanto aluna/estudante a fazer o 6º e o 7º ano de Letras – através das quais se iam ainda ouvindo alguns dos proverbiais pregões matinais lisboetas. Era o verão de 1958.


Liceu Maria Amália

 Os exames continuaram por longos anos: no 2º ano do liceu, com provas escritas e orais a todas as disciplinas, porque era aluna externa, do colégio – o meu querido Externato Académico de Sintra, atualmente em abandono total – e no 5º ano do liceu que, garanto, foi o ano em mais estudei em toda a minha vida. Depois vieram os exames do 7º ano já como aluna interna pelo que consegui já dispensar de algumas das penosas provas orais. 


Externato Académico de Sintra (abandonado)

 Para entrar na Faculdade, tive de fazer os antipáticos Exames de Aptidão e durante os cinco anos de curso superior, os exames foram incontáveis já que fiz vinte e sete cadeiras de curso e mais cinco do Curso de Ciências Pedagógicas para me propor a estágio para professora. No fim do dito estágio em que todas as semanas era “examinada” nas aulas assistidas, mais um exame – o Exame de Estado. Desse “safei-me” porque se deu o 25 de Abril e, lá para meados de maio, já mesmo depois de ter escrito a tese que defenderia nesse exame, conseguimos, depois de muitas Manifs frente ao Ministério na 5 de Outubro e de algumas audiências não se sabe muito bem com quem, que fosse abolido. O que me valeu (fui sempre uma sortuda!) que anos mais tarde, aí por inícios de 90, tivesse de me submeter ao Exame ao 8º escalão para a ele poder ascender e por não ter feito o dito Exame de Estado! Os “examinadores” eram professores adstritos à Direção Regional de Educação que já se encontravam no topo da carreira e, como isto da avaliação de professores já nessa altura era complicado, calhou-me como “examinadora” uma colega, por acaso minha conhecida de quando também eu estivera em comissão de serviço igualmente na dita DRE, com formação de base na área dos Trabalhos Manuais que, enfim… não gostou (ou não entendeu) muito do trabalho eu apresentei. 

 (continua)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Cesário Verde


Fez ontem anos que nasceu Cesário Verde. Cento e cinquenta e sete, para ser exata. São muitos anos, na verdade. E se calhar por isso está tão esquecido do público em geral. O poeta do quotidiano "moderno" de Lisboa, a sua cidade, que, enquanto pinta e compõe, critica.




E, por me parecer algo atual, deixo aqui um excerto do seu longo poema "Nós" no qual o poeta faz, como só ele soube, a comparação entre os países do norte da Europa - os países ditos trabalhadores - e o nosso belo país cheio de sol, de cor e de frescura.   (Ideal talvez para o "nosso" primeiro Passos ler à senhora Merkel?...)


Sim! Europa do Norte, o que supões
Dos vergéis que abastecem teus banquetes,
Quando às docas, com frutas, os paquetes
Chegam antes das tuas estações?!

Oh! As ricas primeurs da nossa terra
E as tuas frutas ácidas, tardias,
No azedo amoniacal das queijarias
Dos fleumáticos farmers de Inglaterra!

Ó cidades fabris, industriais,
De nevoeiros, poeiradas de hulha,
Que pensais do país que vos atulha
Com a fruta que sai de seus quintais?

Todos os anos, que frescor se exala!
Abundâncias felizes que eu recordo!
Carradas brutas que iam para bordo!
Vapores por aqui fazendo escala!

Uma alta parreira moscatel
Por doce não servia para embarque:
Palácios que rodejam Hyde-Park,
Não conheceis esse divino mel!

Pois a Coroa, o Banco, o Almirantado,
Não as têm nas florestas em que há corças,
Nem em vós que dobrais as vossas forças,
Pradarias dum verde ilimitado!

Anglo-saxônios, tendes que invejar!
Ricos suicidas, comparai convosco!
Aqui tudo espontâneo, alegre, tosco,
Facílimo, evidente, salutar!

Oponde às regiões que dão os vinhos
Vossos montes de escórias inda quentes!
E as febris oficinas estridentes
As nossas tecelagens e moinhos!

E ó condados mineiros! Extensões
Carboníferas! Fundas galerias!
Fábricas a vapor! Cutelarias!
E mecânicas, tristes fiações!

Bem sei que preparais corretamente
O aço e a seda, as lâminas e o estofo;
Tudo o que há de mais dúctil, de mais fofo,
Tudo o que há de mais rijo e resistente!

Mas isso tudo é falso, é maquinal,
Sem vida, como um círculo ou um quadrado,
Com essa perfeição do fabricado,
Sem o ritmo do vivo e do real!

E cá o santo Sol, sobre isto tudo,
Faz conceber as verdes ribanceiras;
Lança as rosáceas belas e fruteiras
Nas searas de trigo palhagudo!

Uma aldeia daqui é mais feliz,
Londres sombria, em que cintila a corte!...
Mesmo que tu, que vives a compor-te,
Grande seio arquejante de Paris!...

Ah! Que de glória, que de colorido,
Quando, por meu mandado e meu conselho,
Cá se empapelam "as maçãs de espelho"
Que Herbert Spencer talvez tenha comido!

Para alguns são prosaicos, são banais
Estes versos de fibra suculenta;
Como se a polpa que nos dessedenta
Nem ao menos valesse uns madrigais!

Pois o que a boca trava com surpresas
Senão as frutas tónicas e puras!
Ah! Num jantar de carnes e gorduras
A graça vegetal das sobremesas!...

Jack, marujo inglês, tu tens razão
Quando, ancorando em portos como os nossos,
As laranjas com cascas e caroços
Comes com bestial sofreguidão!...




sábado, 25 de fevereiro de 2012

Leiria


«Na fronteira meridional do seu condado, e sobre a eminencia roqueira abruptamente erguida no cabo da lomba que separa os valles do Liz e Lena, fundou D. Affonso Henriques, em 1135, o castello de Leiria para conter a audácia dos sarracenos vizinhos. Mais tarde foi elle uma importante base de operações, quando entrou em realização o plano de conquista do nosso primeiro monarca.

Este ninho de águias fazia aos mouros uma vizinhança terrivel: do alto do seu môrro baixavam com frequência os cavalleiros de Paio Gutterres fazer prêsa e desbarato na fazenda mourisca; e o sarraceno, afrontado, espreitava ansioso a ocasião de arrazar o alcácer de alcantil nazareno. Não se fez ella esperar. Em 1137 souberam os de Santarem que D. Affonso andava com demora na Galliza e vieram cercar o castello, que sucumbiu depois de heroica resistência. Duzentos e quarenta cavalleiros e homens de armas cahiram na defesa das suas muralhas, conseguindo escapar-se o alcaide.»


Srª da Encarnação

 
Santuário de Nª S.ª da Encarnação

«No alto de uma colina que se recorta na franja da cidade, entre os pontos do sul e nascente, alveja gracioso e leve como um sorriso o templo da Sr.ª da Encarnação.
Dizem que desde a antigüidade remota foi aquelle cimo ocupado por uma pequena ermida, mas isto é fama incerta e vaga. (…) 

Em 1588 a convicção de um grande milagre feito pela Senhora na pessoa de uma Susana Dias, paralytica, natural das Cortes, acendeu em chamma de enthusiasmo a devoção pela Virgem entre o clero, nobreza e povo da cidade, que á porfia concorriam com avultadas ofertas para se levantar um novo e grandioso templo.»


Castelo e mais abaixo a ameia antiga

Muralha antiga da cidade

 
A cêrca da Villa

«Berço carcomido e velho da recuada infância de Leiria, a cêrca da villa desenvolve-se em figura de meandro, e, depois de abraçar em volta o socalco terminal da lomba, leva os seus extremos a topar na cintura do castello. Ainda hoje é reconhecível em toda a sua extensão, descoroada embora de ameias e peitoris e muito derruída em parte. (…) Dentro existem hoje quintas e casas particulares, o antigo paço episcopal com as suas dependências em que está agora aqüartelada Artilharia 4, e a Igreja de S. Pedro.»


A Sé


 A Cathedral

«Descendo do castello para a cidade, encontra-se ao fundo da encosta o edificio da sé, que poisa desafrontadamente em adro espaçoso coberto de lajedo, murado em volta e vedado na frente por uma extensa e rica balaustrada de lioz.
O exterior do templo é de uma vulgaridade monótona e sem interesse: um vasto casarão de silhueta massiça e pesada, sem um episodio de relevo em que possam prender-se os olhos».
Liceu velho e casario à beira rio
Igreja de Stº Agostinho
O que resta do Grande Hotel Lis ao lado da Igreja do Espírito Santo




  
Velho casario à beira rio
 
Edifício do Banco de Portugal

Fotografias tiradas de uma outra colina sobranceira à cidade num sábado cheio de sol.

Os textos transcritos são da autoria do Dr. José Saraiva, professor do Lyceu de Leiria, in Monumentos de Portugal. Leiria, 1929. 

 (Desculpar-me-ão a ironia, mas não sei por que razão o dr. Graça Moura e outros "defensores do purismo da língua" não utilizam ainda esta forma de escrita usada nos textos transcritos...)


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Atenção, mulheres!


Bom fim de semana!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sempre atual


Vinte e cinco anos depois do seu desaparecimento, é dia de lembrar o poeta, o autor, o cantor - cantautor? - o homem inconformado e de intervenção ainda e cada vez mais atual.




Venham mais cinco, duma assentada que eu pago já
Do branco ou tinto, se o velho estica eu fico por cá
Se tem má pinta, dá-lhe um apito e põe-lhe a andar
De espada cinta, já crê que rei aquém de além-mar


Não me obriguem a vir para a rua
Gritar
Que é já tempo d' embalar a trouxa
E zarpar


A gente ajuda, havemos de ser mais eu bem sei
Mas há quem queira, deitar abaixo o que eu levantei
A bucha dura, mais dura a razão que a sustém
só nesta rusga não há lugar prós filhos da mãe

Não me obriguem a vir para a rua
Gritar
Que já tempo d' embalar a trouxa
E zarpar

Bem me diziam, bem me avisavam como era a lei
Na minha terra, quem trepa no coqueiro o rei
A bucha dura, mais dura a razão que a sustém
só nesta rusga não há lugar prós filhos da mãe

Não me obriguem a vir para a rua
Gritar
Que já tempo d' embalar a trouxa
E zarpar




Está ou não está atual? 




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O caso Rui Pedro




Francamente estou chocada! O Ministério Público pediu sete anos de prisão para Afonso Dias, a última pessoa que esteve com o pequeno Rui Pedro, de onze anos e desaparecido há 14. Foi ele quem o levou no seu carro, antes de ter desaparecido, para estar com uma prostituta, a qual o identificou em tribunal mas aquele coletivo de juízes acabou por o absolver por falta de provas! 


Afonso Dia
Estou chocada com a decisão e com o que aquela mãe, aquela família que nunca deixou o país esquecer o seu menino, nem nunca deixou de lutar por ele, deve estar a sentir. Mas, mais do que isso, estou revoltada com a fraqueza da justiça em Portugal, com a incompetência que grassa por este nosso país e que ficou patente com esta decisão judicial, como já o ficara antes, quando se resolveu reabrir o caso em tribunal por se ter provado a incompetência dos inspetores que tinham investigado o desaparecimento em devido tempo. Lamentável e preocupante!
A incompetência está tomar conta das instituições: das polícias, dos tribunais, das escolas, da administração, do governo. Preocupante e lamentável!

O coletivo de juízes considerou que não ficou provada a tese de rapto nem que o miúdo com a prostituta que depôs em tribunal esteve há catorze anos era de facto o Rui Pedro. Com o devido respeito e sem querer chocar ninguém, fez-me lembrar aquela velha anedota da «maldita incerteza» e que se contava assim: Havia um homem a quem os amigos diziam constantemente que a mulher o enganava recusando-se ele a acreditar no adultério por parte da sua mulher. Um dia, porém, cansado de tanto ouvir os amigos, resolver arranjar um detetive particular para seguir a mulher. Quando o detetive lhe foi dar conta das suas investigações, contou-lhe que de facto a mulher se encontrara com um outro homem, tendo-se dirigido a um motel. «E você viu mais alguma coisa?» perguntou o homem, ao que o detetive disse que não. O homem, visivelmente incrédulo, disse: «Maldita incerteza! Você tem de os seguir até ao quarto porque irem para o motel não prova nada.» No dia seguinte, o detetive voltou a falar com o homem contando-lhe que os seguira até ao mesmo motel, entrara disfarçadamente atrás deles, alugara um quarto ao lado do deles e os ouvira através da parede. E o homem voltou a questionar: «Mas você não viu nada, pois não? Maldita incerteza…» O bom do detetive, cheio de paciência, voltou a segui-los até ao motel, entrou atrás deles, deixou-os entrar para o quarto e pôs-se a espreitá-los pela janela. E lá voltou a reportar ao seu empregador tudo o que tinha visto. Pergunta o homem: «Então eles despiram-se e foram para a cama e depois?» ao que o detetive responde: «Depois vim-me embora, claro! Não fiquei lá para ver o resto…» E o bom do homem: «Que diabo! Esta maldita incerteza….»

Assim estão os ou as juízes/as daquele coletivo de Lousada: aquela maldita incerteza…


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

3ª feira de Carnaval - dia de trabalho



Aquele “nosso” primeiro que dizia coisas inéditas como “nunca me engano e raramente tenho dúvidas” e “deixem-nos trabalhar” enquanto recebia dinheiro a rodos da Europa que malbaratou por falta de organização e por se rodear de pessoas pouco sérias para não dizer vigaristas – a primeira qualidade de um bom líder é saber rodear-se das pessoas certas – mandou todo funcionalismo público trabalhar na 3ª feira de Carnaval nos idos de 93.

Como nessa altura estava afastada da escola em comissão de serviço na Coordenação (na ex- CAE, que por acaso caiu daí a um mês e tal por razões partidárias) tive de ir ao serviço – ia dizer “trabalhar” mas detive-me porque, de facto, trabalhámos muito pouco, para não dizer nada. Brincámos muito, fizemos muitos telefonemas e mandámos muitos faxes de Coordenação para Coordenação e, como as escolas estavam paradas, não tivemos telefonemas para responder, nem questões para resolver. 

Eu apresentei-me no serviço trajada de funcionário público da letra Z, nesta triste figurinha:



Mas não fui apenas eu quem foi trabalhar mascarada. Vejam o grupo todo: desde as Coordenadoras até às funcionárias administrativas, muitas de nós fomos vestidas para brincar.



E houve até um folheto com o horário e as atividades previstas que foi distribuído pelos trabalhadores:



 
Esse “trabalho forçado” de 1993 não poupou o “nosso” primeiro, cuja aceitação começou a decair a partir de então, tendo culminado com o grande buzinão da ponte no ano seguinte. Mas será que este povo vai ter força e vontade para fazer o mesmo a este “nosso” primeiro tão diligente que decretou o atual "trabalho forçado"?


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Máscaras de Carnaval



Amanhã os nossos diligentes governantes vão trabalhar - para darem o exemplo a este povo calaceiro - e vão aparecer assim:






Mas perante a troika vão decerto aparecer com esta máscara:


De bons alunos, cumpridores e com o "trabalho de casa" feito...

Ou com esta:



Ou porque não com esta mais ao estilo dos seus chefes alemães?....




domingo, 19 de fevereiro de 2012

O terceiro cardeal



"A Família" (Livro da Primeira Classe)

Não entendo a vantagem mas ontem as notícias anunciavam com algum orgulho que o nosso país “ganhou” o seu terceiro cardeal. Trata-se de um D. Manuel Monteiro de Castro, que as notícias também dizem ser “o cardeal diplomata”. E parece-me ser tanta a sua diplomacia que tratou logo de (re)mandar as mulheres para casa cuidar dos filhos. Disse mais este crânio (que tendo andado em missão por esse mundo fora parece que pouco aprendeu) tido como homem de “vasta experiência e cultura” que “o trabalho da mulher a tempo completo não é útil ao País. Trabalhar em casa sim, mas que tenham de ir trabalhar pela manhã até à noite creio que para o país é negativo.” E que “a mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira a que possa aplicar-se naquilo que é a sua função essencial, que é a educação dos filhos.” 

E aí, pensei: será que face ao número absolutamente ingente de desemprego, o senhor cardeal quer guardar o que ainda há para os homens – chefes de família “por direito”, ou está ainda imbuído daquele espírito ideológico ditatorial, clerical, paroquial, para não dizer bafiento e castrador, consagrado na Constituição de 1933 que afirmava a igualdade de todos os cidadãos perante a lei e a «negação de qualquer privilégio de nascimento, de nobreza, título nobiliárquico, sexo ou condição social», (…) «salvas, quanto às mulheres, as diferenças da sua natureza e do bem-estar da família»? Também a senhora condessa de Rilvas, dirigente da Obra das Mães, aquando da criação daquela organização em 1938, esclareceu que esta tinha como objetivo intervir «no campo moral, pela reeducação da mulher, fazendo-as regressar ao lar e ensinando-as a amar os seus filhos». [in “A cada um o seu lugar” de Irene Flunser Pimentel].

Será que o senhor cardeal vem mesmo reforçar as pretensões deste governo em fazer-nos retroceder àqueles tempos que não queremos nem lembrar?




sábado, 18 de fevereiro de 2012

Especial amigas!



Se alguma das minhas amigas está a precisar de quem lhe lave o carro, tenho aqui uma equipa que recebi da minha amiga Gotinha e que recomendo!




É Carnaval, ninguém leva a mal...
Bom fim de semana e... divirtam-se!


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Crânios da nossa praça



      O insuportável comentador político senhor Vasco Graça Moura – que doutor só enquanto crítico literário, tradutor ou escritor – disse esta semana numa entrevista que “Passos Coelho tem coragem, Seguro é um líder fraco.” Se de facto Passos Coelho tivesse a coragem que o senhor Graça Moura lhe atribui, tê-lo-ia de imediato demitido do cargo de diretor do Centro Cultural de Belém para o qual o convidara pouco tempo antes quando, ao assumir funções, afrontando-o, deu ordens para que não se cumprisse a lei no que toca à utilização do novo acordo ortográfico. É que o senhor Graça Moura tem, enquanto cidadão, o direito de escrever até segundo o acordo ortográfico anterior a 1910, mas enquanto dirigente de um organismo público, tem o dever e a obrigação de cumprir a lei.


      .  Face à notícia de que os funcionários públicos – inimigo público número um dos portugueses trabalhadores – o (menino) deputado do CDS, João Almeida, veio aos telejornais dizer – tal como o pequeno Aguiar Branco já dissera aos militares na semana anterior – que “quem não está bem muda-se!”

3  
     O senhor presidente presidiu hoje a uma conferência na Cidadela de Cascais subordinada ao tema “Nascer em Portugal” onde reuniu vários investigadores portugueses e estrangeiros (ouvi no noticiário da manhã que alguns eram suecos) para se concluir porque é que a taxa de natalidade está a descer drasticamente no nosso país. Duas observações: 1. Não me parece que seja preciso chamar investigadores para saber porque é que as famílias portuguesas não têm filhos! 2. O(s) investigador(es) sueco(s) – país em que a natalidade tem vindo a crescer –  vieram para procederem à comparação entre os dois países, ou para ensinar aos portugueses como se fazem filhos?! É que qualquer das hipóteses é, no mínimo, caricata, ridícula… Como caricatas e ridículas e mesquinhas e estreitas e sei lá o que mais são as vistas, as determinações, bem como as elevadas e doutas tiradas que saem pela boca fora destes nossos insignes dirigentes!



Para citar um outro crânio da nossa governação muito em alta atualmente e cuja tirada também não consigo esquecer, devo dizer com todo o seu estilo: pentelhos!....



 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Fátima




Qual preferem? Esta,







Ou esta?










Podem até não gostar de nenhuma, naturalmente!

E que acham deste altar mor?