Desassossego

Com estas notícias, opiniões e contraopiniões sobre a decisão do Tribunal Constitucional acerca dos cortes dos subsídios de férias e de Natal (e não só!), sinto-me tão aborrecida, tão contrariada, tão consternada que nem me apetece pôr aqui os textos leves que tinha pensado para os votos de bom fim-de-semana e assim! 

E não é que me tivesse dececionado fosse com o que fosse! Ontem, quando comecei a ver no Facebook as expressões de contentamento das pessoas em geral, percebi de imediato que “eles” haveriam de inventar uma qualquer maneira de darem a volta ao texto de forma a “tramarem o pessoal”. E pronto, aí está! Se a inconstitucionalidade está na falta de equidade entre os cidadãos, tendo-se decretado os cortes apenas a alguns, então corte-se a todos e já teremos equidade! Que é como quem diz: «Ai querem guerra? Pois então vão tê-la!» 

E foi essa atitude de grande arrogância, de grande prepotência, de falta de sensibilidade política e social (além das já algo dirimidas notícias de gigantescas burlas financeiras, das maiores mentiras e mafiosices levadas a cabo por elementos de topo do partido que tanto clamou por «um governo, uma maioria e um presidente») que me pôs neste estado de alma que nem sei muito bem definir. Foi ver – não que fosse grande novidade para mim e certamente para muitos outros que já lhes tinham “tirado o retrato” desde quando iniciaram aquela campanha eleitoral abjetamente enganadora e abençoada pelo senhor presidente – que este governo não governa a favor das pessoas como se pretende de um governo democraticamente eleito, mas contra os portugueses em geral! 

E até quando vamos aguentar tudo isto?