sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Bruxas à la mode...


É conhecida a nossa apetência para acreditar em bruxedos, para ir à bruxa, para repetir aquele dito espanhol “no creo en brujas, pero que las hay, las hay…”

A senhora dona Q, mulher com estudos, teve uns problemitas na sua vida conjugal. Lá desconfiou que o senhor J, homem de algumas posses com quem casara há já trinta e tantos anos, a andava a enganar com uma dessas serigaitas que vêm sabe-se de que país da antiga Rússia e que se dão ao desfrute de aparecer por aqueles enormes armazéns nos arredores das cidades que, com uma bola prateada e uns reposteiros transparentes e brilhantes facilmente se transformam nas chamadas danceterias…

Matutou, matutou sobre o que deveria fazer até que decidiu ir tomar os conselhos de alguma bruxa avalizada que lhe dissesse como agir em relação ao possível embeiçamento do senhor J. pela pequena da danceteria. O problema era que não tinha conhecimento de quem pudesse consultar e também não queria andar a perguntar às amigas – mais conhecidas, que amigas, que isto da amizade não é coisa que se desperdice por aí – se conheciam uma bruxa credenciada!

Em casa da senhora dona Q trabalhava a dias, alguns dias, uma senhora assaz fiável e respeitável que, por esses dias, por bem ou por mal – nestas coisas sabe-se lá! – falou de uma vizinha entendida nestas coisas do Além e que, dizia-se, tinha poderes. Ora aí estava a oportunidade da senhora dona Q que, com velados rodeios e delicados cuidados, tratou de sacar da empregada – agora diz-se muito “colaboradora”, mas a mim, muito embora não me faça mossa nenhuma aquela coisa do novo acordo ortográfico, em coisas de semântica sou muito, mas muito mais picuinhas – a morada da dita senhora que falava com a transcendência.

A empregada lá lhe deu as referências espaciais – vai por ali, atravessa, vê uma fonte, vira à esquerda, encontra um café, etc. etc. – nomeou-lhe a rua e a cor da casa e, depois de garantir que era fácil lá chegar, completou: «Se não conseguir, a senhora dona Q leva o GPS e descobre logo!»
Não passaria pela cabeça de ninguém ir à bruxa … de GPS…


12 comentários:

  1. Em tempos modernos... tudo é possível... Bj. Célia.

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  2. Ir à bruxa de GPS é muito chique! :)))

    Gostei de ver a minha bruxa favorita lá em cima: a madame Min, uma ultra-trapalhona muito engraçada! :D

    Beijocas!

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  3. Com o meu sentido de orientação não preciso de GPS para chegar a algum lado... mas ainda não experimentei ir à bruxa! :-))
    Tens que continuar a história porque em fiquei em pulgas! :-))

    Abraço

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  4. Graça
    É engraçado, sabes que tenho GPS e não o costumo usar, bom mas para ir à bruxa só se eu perder o meu juizinho,que já não é muito.
    Bom mas fiquei curiosa, vá tenta lá saber mais qualquer coisita e conta-nos.

    Infelizmente ainda existe muito gente a gastar dinheiro nessas coisas.
    Bom fim de semana amiga

    Beijinho e uma flor

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  5. Adoro estas histórias...tenho de " rapar o tacho todo " e gostaria de saber o final. M.A.A.

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  6. Desconfio que algumas bruxas estarão equipadas, elas sim, com GPS.
    Para atingirem o que se pretende com clareza e sem enganos.

    Bem ... não acredito em bruxas.
    Estava só a divagar.

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  7. Modernices de gente fina, é o que é.
    O problema é se se enganou e foi parar ao Gentlemen's Club da Quinta do Lago

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  8. O Carlos Barbosa de Oliveira fala verdade. Eu também vi essa reportagem do Manuel Luís Goucha na TVI. ;))

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  9. Uma serviçal polivalente... não deixa ninguém indiferente.
    :)

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  10. rrssss essa do GPS está boa!

    Gracinha, te garanto duas coisas:
    1ª - Quando a pessoa está em aflição séria recorre a tudo.
    2ª- Que existem pessoas com capacidades transcendentais desenvolvidas, existem.

    Bons sonhos

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  11. Com que então queriam saber o resultado da consulta, hein?... Mas isso é pedir muito à minha imaginação...

    (Bem sei, São!)

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