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Disseram-me – que eu recuso-me há
meses a ouvir o “papagaio falante” ao serviço do partido e do governo e que
para isso recebe dez mil euros por mês – que o senhor professor Marcelo que tudo
comenta e tudo sabe (ainda é melhor que o Nuno Rogeiro e até que a Anita)
comentando a dança dos cortes nos subsídios, tratou de dizer que o governo
poderia fazer uma de duas coisas: «uma
coisa à Sócrates e corta 50% dos subsídios, ou uma à Passos e corta os 100%».
Disseram-me também que (só) depois de choverem telefonemas e mails na TVI a senhora dona Judite de Sousa,
jornalista também altamente imparcial
tentou corrigi-lo dizendo que não fora Sócrates que cortara os subsídios em
metade. Disseram-me ainda que o omnisciente
professor acabou por pedir uma qualquer desculpa ao ex-primeiro-ministro.
Só que – e agora a pouco
imparcial sou eu – estes (pseudo) enganos facilmente se colam aos ouvidos de
quem está ávido de ouvi-los, enquanto os pedidos de desculpas apagam-se
rapidamente da pequenina memória de quem os ouve.
A propósito recordo um artigo do
diretor do DN, o jornalista João Marcelino (por quem não morro de amores,
diga-se) escreveu no final do artigo “O Poder e as Pessoas”, um pequeno
parágrafo em itálico que diz: «Na semana
passada, para comparar o ambiente político atual com o de há um ano, escrevi
que “José Sócrates que fazia exames ao domingo, acabou engenheiro”. Em rigor
deveria ter escrito que o ex-primeiro-ministro teve um documento de curso
emitido com a data de um domingo. O curso em causa, como se sabe, foi auditado
por uma investigação do MP e concluiu cinco anos de estudos devidamente
comprovados. Erro emendado.» (in O Direito à Igualdade, DN, 14 de Julho de
2012)
Erro emendado?! Foram quantos os
escritos nos jornais e as piadas feitas acerca do exames que Sócrates teria
feito ao domingo? Durante quanto tempo? Houve alguém neste país que não falou
do «outro que fez os exames ao domingo»? E quantas pessoas leram este pequeno
parágrafo em letra miudinha num jornal diário?
É assim que se funciona por cá:
põem-se os boatos a correr durante semanas, meses; todo o mundo comenta, brinca, aumenta… e quando se prova que afinal
não foi bem assim, faz-se um desmentido num apontamento breve e em letra miúda,
numa das páginas interiores de um qualquer jornal.
(Ainda a propósito, deixo aqui a
minha modesta experiência enquanto presidente do “meu” Agrupamento – salvas as devidas
distâncias, naturalmente, se bem que aquele albergasse cerca de 1500 alunos e de 200
professores e outros trabalhadores não docentes. O trabalho era muito, muito e
quase todos os fins-de-semana trazia para casa dezenas de atas, de diplomas de
alunos, de contratos de professores e outros documentos de responsabilidade que
poderão, eventualmente, a minha assinatura datada de sábados ou de domingos.)
Atendo-me apenas ao DN,lnão li uma linha sobre a pretensa gaffe de Marcelo. Mas isso já nem me espanta...
ResponderEliminarQuanto ao Marcelo, lui même, já escrevi sobre o assunto, mas não vou esquecer e em breve voltarei à carga.
Costuma-se dizer "chulamente" por aqui: "o macaco senta em cima do próprio rabo e fala do rabo alheio"... [risos...]
ResponderEliminarBj. Célia.
"O gato miou
ResponderEliminarO galo cantou
O pinto piou
O rato chiou"
E essa Joaninha... ninguém a calou?
:(
O que eu gostei deste post!
ResponderEliminarFala-se demais e age-se pouco e depois lá vão aparecendo as letras miudinhas quando há enganos. Quantos enganos assim já destruíram a reputação de muita gente ( destes não tenho peninha nenhuma:))
Gostei muito deste cachorro que já usei num post, há algum tempo...noutro blogue:))
beijocas
Está visto que estou a ficar um tanto (muito) alheio "ao pormenor". E isso é mau, não augura nada de bom.
ResponderEliminarEstou a atravessar uma fase mais lírica, quiçá algo isotérica, experimentalista (agora, António?) de modo que já me estão a passar ao lado estes pormenores de análise.
Quero eu dizer, não posso deixar de continuar a vir aqui fazer a minha consulta regular.
O problema é que o Zé anda todo baralhado, já só sabe olhar para o chão ou para as mãos, quando não as tem no bolso.
E só os ruídos televisivos nos momentos chave (Futebol, Telenovelas) é que contam e "fazem" a opinião pública.
Ó Snr. prof. Marcelo, por 10.000 euros mensais e uns favores aos amigos está muito bem encostado, sim senhor!
Beijinhos líricos
(por enquanto é o que há...)
Estimada Amiga Graça Sampaio,
ResponderEliminarOs portugueses residentes em Macau faz imensos anos, já nem ligam à politica em Portugal, quando surge alguma notícia mais relevante na TV ou nos jornais já não acreditam em nada,
Esse marcelo e a jude cada vez que abrem a boca sai m...., mas ganham bem, e isso é o que lhes convêm, o povo que se lixe.
Abraço amigo
Eu sempre disse pubçicamenet que Sócrates não tem responsabilidade de a data ser de um domingo. O que considero é que não o deveria ter aceite.
ResponderEliminarCerta vez apareceu na minha secretária um documento , assinado por superior hierárquico, datado de 25 de Dezembro.
Depois de comentar com as colegas de gabinete, peguei nele e fui falar com a Coordenadora e disse-lhe algo assim: eu só não devolvo isto, porque o assunto não tem grande importância, +porque se tivesse, podes ter a certeza de que eu não o aceitaria!
E quanto à má-fé da comunicação social portuguesa, tudo está dito, mas o manso povo português assim gosta...
Abraço, Gracinha
Não ouço a criatura!
ResponderEliminarJá me disseram que devia ouvir para poder rebater mas a minha cardiopatia não mo aconselha!
Quanto ao tal documento passado ao domingo não tem qualquer ilegalidade e comparar o "curso" de Relvas com o de Sócrates é de uma baixeza confrangedora!
Abraço
Uns deixam cair a máscara, outros nem por isso!
ResponderEliminarCom ou em ela o mexilhão é que se lixa! Sempre.
Beijinho e uma flor
ResponderEliminarPois é, Graça! É assim um "dançar de acordo com a música" que até cachorro se envergonha.
Um beijo
Também há muito deixei de ouvir o tio Marcelo: não gosto de comentadores facciosos, que distorcem a realidade para demonstrar o SEU ponto de vista. Como aqui, mais uma vez, foi o caso, possivelmente a ver se passava...
ResponderEliminarDito isto, depois da polémica fui ver a gravação. E é estranhíssimo que uma jornalista como a Judite tenha deixado a conversa prolongar-se na base de uma falsa premissa /realidade!
Quanto ao caso Sócrates, na época não sabia que era possível serem lançadas notas ao domingo, como nos meus tempos de faculdade não era. Depois, um professor universitário que conheço explicou-me que faz isso muitas vezes, pois lança as notas no computador, e pode calhar ao domingo como a outro dia qualquer, depende de quando acaba de ver os exames... :)
O que obviamente não tem nada a ver com a trafulhice do curso do Relvas!
Beijocas e bom fim de semana!