sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Lua Azul



Hoje é dia de Lua Azul, dizem.

Dizem os jornais que se chama "lua azul" ao fenómeno que se caracteriza pela ocorrência de duas luas cheias no mesmo mês. Hoje é dia de Lua Cheia como já foi também no passado dia 2 já que o mês lunar tem a duração de 29 dias. Trata-se de um fenómeno que acontece de três em três anos mais ou menos e deverá acontecer de novo lá para Julho de 2015. 

Chama-se "lua azul" não porque o nosso satélite ganhe a tonalidade azul, mas tão-somente porque se trata de uma coisa rara tendo recebido o nome da expressão inglesa  "once in a blue moon" que significa algo que acontece às vezes.

Para mim, - e desculpem "a ignorância de macaco" -  a expressão "lua azul" era apenas o título de uma canção. Ou melhor, de duas. A linda balada dos anos 30/40 Blue Moon que foi interpretada por quase todas as excelentes vozes americanas ao longo dos anos e a cançoneta brasileira Lua Azul que me lembro de ouvir aí desde os meus 12 ou 13 anos numa forte voz feminina brasileira de que não me lembro o nome.

E porque gosto muito de música, porque é dia de Lua Azul, porque é fim de Agosto - que significa fim de férias de Verão - porque é fim de semana e porque, e porque... deixo aqui Blue Moon na versão de Ella Fitzgerald.

 


E a cançoneta Lua Azul na única versão que encontrei e que nada tem a ver com a que eu ouvia na minha adolescência.




Bom fim de semana
e
aproveitem bem esta Lua Azul!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O inventor da roda



Li no Banco corrido que «Pedro Alves, deputado do PSD por Viseu, atribui ao atual Governo o regresso do ensino profissional à escola pública depois de esta o ter abandonado nos anos 80 e 90. Para o deputado, José Augusto Seabra, Roberto Carneiro, David Justino e, já agora, Maria de Lurdes Rodrigues não existiram. Pedro Alves, deputado do PSD por Viseu, sabe de fonte segura que foi Nuno Crato que inventou a roda

Achei graça à ironia, mas não liguei muito! Só quando, ontem, tomei conhecimento de mais uma das tropelias que o ministro (C)rato vai fazer à escola pública e, pior, aos jovens deste país! Para mim que li em 2005 o irritante livro do Eduquês do dr. (C)rato já nada nele me espanta. O que me espanta é que o país, os sindicatos e em especial os professores (que, infelizmente, na sua maioria, são tão elitistas como o senhor ministro que lhes continua a cercear todas as suas possibilidades profissionais sem que eles se queiram dar conta) não se insurjam contra estas barbaridades como tão avidamente se insurgiram em 2008 contra o facto de serem avaliados. Apenas.

O senhor ministro (C)rato deve ter tido uma educação muito traumatizante porque, que se saiba, não foi daqueles que tiveram de “subir na vida a pulso”, nem daqueles que para estudarem tiveram de se esgatanhar a trabalhar, nem daqueles que tiveram de, aos dez anos, escolher a escola técnica porque os pais não podiam mantê-los no liceu e que, por isso não puderam seguir os estudos para os quais tinham apetência e inteligência. Só assim se justificaria tanto azedume e tanta implicância para com a escola para todos que tanto custou a alcançar até a bons ministros da sua área política que o antecederam.
Com toda a demagogia e hipocrisia dos senhores deste governo que muitos neste país fizeram eleger e dos seus apaniguados – vide Ramiro Marques, o seguidor-sombra do senhor ministro que nenhum outro talento tem senão esse, o de ser seguidor na sombra do ministro – vêm agora defender o ensino profissional e as vias profissionalizantes – que foi retomado e reabilitado desde o início dos anos 90, e não antes por questões culturais e nenhuma outra – porque na Holanda assim e porque na Alemanha assado, sem quererem ou saberem explicar a evolução histórico-social desses e de outros países altamente industrializados desde o século XIX, de quem estamos, infelizmente, a anos-luz de distância a todos os níveis! 

E, num golpe de rins, ou de mágica, ou de desprezo puro e simples pelos cidadãos que, mal ou bem, os puseram no comando, o senhor ministro (C)rato vem subliminarmente e com as suas proverbiais falinhas mansas, retomar o ensino profissional de há 50 anos atrás em que os meninos pobrezinhos (alguns! Que muitos nem  chegavam à escola) tinham profissões manuais e os outros, filhos das famílias abastadas ou de famílias mais cultas – que foi o seu caso, filho de professores de matemática e descendente dos Viscondes de não sei quê – iam para o liceu onde se instruíam e educavam as “elites”.


(Do pintor Augusto Gomes)

Agora, os alunos que cheguem ao 6º ano com duas retenções na bagagem – o que é fácil de acontecer com miúdos filhos de famílias disfuncionais, monoparentais e socialmente desfavorecidas (e eu sei do que falo!) – serão obrigados – leram bem: obrigados – a seguir a via profissional tendo de aprender três ofícios a escolher pela escola de acordo com as necessidades económicas da região, como sendo agricultor, eletriscista, canalizador, talhante… (Creio bem que a ideia de seguir estudos em talhante terá vindo daquela entrevista que o senhor Soares dos Santos deu há meses em que se queixava amargamente que, se precisava de contratar um talhante para os seus estabelecimentos – as mercearias doces – tinha de ir buscá-lo à Holanda ou à Polónia…)

Estaria aqui o resto do tempo a insurgir-me contra esta última pérola Cratina, mas melhor, muito melhor do que eu possa dizer, disse o articulista André Macedo hoje no DN numa excelente crónica a que deu o título de O Erro Crato que termina assim:

«Nuno Crato vive preocupado em exibir autoridade. Quer chumbar, punir, travar. Vê a escola como um centro de exclusão, não como espaço de desenvolvimento de competências sociais, culturais e técnicas - com regras, competição e exigência. Não tem um plano educativo desempoeirado: sofre de reumatismo ideológico. Engaveta os alunos. Encolhe o País. Reduz a riqueza. É matemático.»



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Praias de Portugal (6) (cont.)

Pronto! Confesso que cortei a fotografia da praia do desafio de ontem, a do bar de toldo verde... Agora, num arrobo de «verdade e transparência» (onde é que eu já ouvi isto?!) vou repor a fotografia completa e, pelo menos os meus amigos bloggers aqui da vizinhança vão descobrir imediatamente de que praia ando a falar há três dias...



E é tão bonita e tão agradável esta praia que já no ano passado deixei aqui fotografias parecidas.



Então e agora?

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Praias de Portugal (6)

Bom, já que até a minha querida amiga e vizinha de cidade Flor de Jasmim afirma não conhecer a praia das minhas duas últimas entrada - Portugal no seu melhor 1 e 2 - deixo aqui mais um desafio para os meus queridos amigos conhecedores do nosso belo Portugal. De que praia se trata?


O dito bar da praia ali em baixo no areal com toldo verde

Um dia de mar sereno

Ao lusco-fusco

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Portugal no seu melhor 2

Naquela mesma praia dos acampamentos pseudo-árabes, dos piqueniques à beira-mar com a boa manta de Minde e com a bela perna de frango - e que é uma praia excelente, acreditem! - existe uma esplanada onde se pode beber uma bebida fresca ou comer um gelado enquanto se desfruta uma vista encantadora sobre o mar do oeste e a praia de areias brancas e finas.



O dono da esplanada é tão zeloso do seu espaço que, para além de ter preços mais elevados que os de outras esplanadas da praia, tem avisos destes nas paredes.

Pés nas cadeiras NÃO!





Este último está na linha do "nosso" governo - acabar, melhor, desacreditar os serviços públicos...

domingo, 26 de agosto de 2012

Portugal no seu melhor


Um dia na praia - resquícios de quando éramos árabes...

Passar o dia em família na praia

Hora de levantar a tenda...

sábado, 25 de agosto de 2012

O meu Chiado

Era assim o meu Chiado









(Imagens tiradas daqui)


Antes do horrível fogo de 25 de agosto de 1988!




sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Privatizações



Já todos conhecemos a fúria liberalizadora deste governo e dos seus apaniguados; todos sabemos que com a maioria absoluta com que este povo (altamente manipulado pelas mentiras que, da forma mais calculista, lhe insuflaram nos ouvidos) e este clone de presidente da República os muniu, este governo desnorteado mas democraticamente eleito funciona como uma tirania realizando toda a espécie de dislates sob o manso olhar bovino deste mesmo povo e daquele mesmo presidente. O maior de todos os dislates é o das vendas do país ao desbarato e das privatizações bárbaras. 

O senhor António Borges, um dos muitos mega-boys que o governo contratou a preço de ouro para seu consultor veio a terreiro "mandar a boca" (que o senhor PM ou senhor "doutor" Relvas já nem se dão ao trabalho de anunciar os seus disparates pessoalmente ao povo) que "concessionar a RTP1 a investidores privados é um cenário muito atraente" e que "a RTP2 irá muito provavelmente fechar independentemente do cenário a adotar para o futuro da empresa, dado o seu avultado custo para reduzidas audiências".

Lembram-se bem do que muitos de nós vociferámos quando, há anos, o também tiranete ministro Nuno Morais Sar(n)ento acabou, também por razões economicistas e de poucas audiências, com o excelente programa diário da 2, Acontece, do saudoso jornalista Carlos Pinto Coelho!

Pois agora, acabe-se com o resto! Venda-se! Privatize-se! Para que quer o povo programas culturais se tem tantas novelas, tanto futebol, tantos programas da Júlia Pinheiro e da Fátima Lopes?!

E, já agora, para quando a privatização do CCB (poderia mesmo ser vendida ao mesmo senhor que comprou o Pavilhão Atlântico e ficava tudo em família!)? Para quando a privatização dos Jerónimos ou mesmo do Palácio de Belém?

Apesar de por de mais divulgado e utilizado por muitos e muitos blogs, não resisto a transcrever para aqui o pequeno mas forte texto de Saramago que, melhor que todos nós, consegue exprimir a fúria que muitos de nós sentimos perante todas estas barbaridades a que estamos sujeitos por "nossa" culpa.


(Daqui)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O incrível professor Marcelo!

Daqui


Disseram-me – que eu recuso-me há meses a ouvir o “papagaio falante” ao serviço do partido e do governo e que para isso recebe dez mil euros por mês – que o senhor professor Marcelo que tudo comenta e tudo sabe (ainda é melhor que o Nuno Rogeiro e até que a Anita) comentando a dança dos cortes nos subsídios, tratou de dizer que o governo poderia fazer uma de duas coisas: «uma coisa à Sócrates e corta 50% dos subsídios, ou uma à Passos e corta os 100%». Disseram-me também que (só) depois de choverem telefonemas e mails na TVI a senhora dona Judite de Sousa, jornalista também altamente imparcial tentou corrigi-lo dizendo que não fora Sócrates que cortara os subsídios em metade. Disseram-me ainda que o omnisciente professor acabou por pedir uma qualquer desculpa ao ex-primeiro-ministro.

Só que – e agora a pouco imparcial sou eu – estes (pseudo) enganos facilmente se colam aos ouvidos de quem está ávido de ouvi-los, enquanto os pedidos de desculpas apagam-se rapidamente da pequenina memória de quem os ouve. 

A propósito recordo um artigo do diretor do DN, o jornalista João Marcelino (por quem não morro de amores, diga-se) escreveu no final do artigo “O Poder e as Pessoas”, um pequeno parágrafo em itálico que diz: «Na semana passada, para comparar o ambiente político atual com o de há um ano, escrevi que “José Sócrates que fazia exames ao domingo, acabou engenheiro”. Em rigor deveria ter escrito que o ex-primeiro-ministro teve um documento de curso emitido com a data de um domingo. O curso em causa, como se sabe, foi auditado por uma investigação do MP e concluiu cinco anos de estudos devidamente comprovados. Erro emendado.» (in O Direito à Igualdade, DN, 14 de Julho de 2012)

Erro emendado?! Foram quantos os escritos nos jornais e as piadas feitas acerca do exames que Sócrates teria feito ao domingo? Durante quanto tempo? Houve alguém neste país que não falou do «outro que fez os exames ao domingo»? E quantas pessoas leram este pequeno parágrafo em letra miudinha num jornal diário?

É assim que se funciona por cá: põem-se os boatos a correr durante semanas, meses; todo o mundo comenta, brinca, aumenta… e quando se prova que afinal não foi bem assim, faz-se um desmentido num apontamento breve e em letra miúda, numa das páginas interiores de um qualquer jornal.




(Ainda a propósito, deixo aqui a minha modesta experiência enquanto presidente do “meu” Agrupamento – salvas as devidas distâncias, naturalmente, se bem que aquele albergasse cerca de 1500 alunos e de 200 professores e outros trabalhadores não docentes. O trabalho era muito, muito e quase todos os fins-de-semana trazia para casa dezenas de atas, de diplomas de alunos, de contratos de professores e outros documentos de responsabilidade que poderão, eventualmente, a minha assinatura datada de sábados ou de domingos.)