segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Feira dos 18 nos Marrazes



Lembram-se as pessoas mais da minha geração que, nas aldeias, nas vilas e até nas cidades, se realizavam, nos largos principais,  feiras semanais ou mensais onde se vendiam desde as loiças e os panos até às verduras frescas criadas nos campos ou nos quintais das próprias vendedeiras e aos animais vivos de pequena e grande dimensão.

Citadina como sou e gosto de ser, ficaram-me bem gravadas na lembrança as imagens - belas porque não vividas senão como pequena espectadora - das feiras de Vieira de Leiria onde vivi pelos meus sete, oito anos já que o meu pai viera desempenhar o cargo de chefe de escritório, como se dizia então, para a fábrica de limas Tomé Feteira. Que lindas as roupas compridas, os xailes de lã e os chapelinhos das vendedeiras que se sentavam no chão no largo da Igreja a vender ovos, couves, galinhas e coelhos. E outras com alguidares de barro - que plástico ainda não havia - a vender camarinhas que era coisa que eu nunca tinha visto lá por Lisboa! Ainda hoje gosto de comer camarinhas apanhadas pelas dunas ali junto às praias.

Pois no passado sábado, fizeram, na freguesia de Marrazes - a maior e mais populosa de Leiria - uma recriação da Feira dos 18 que, naturalmente, se realizava no dia 18 de cada mês  no largo do Coreto que tem exactamente o nome de Largo da Feira dos 18.  Essas feiras aconteceram até meados dos anos oitenta.


(Largo da Feira)






 




(De notar os rolos de trapos com que se fazem/faziam as mantas de trapos;
e uma freguesa descalça)


(As rodilhas de trapo para levar o cântaro de água à cabeça)

(Os animais)



(A almoço na taberna)

(O chapeuzinho do traje de Leiria)


´
(Os barros)

 
(... e duas simpáticas vendedeiras, ou freguesas, ou figurantes
que passeavam pela feira)

3 comentários:

  1. Outros tempos. Duros certamente. Mas mas belos de ver:)

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  2. Ainda se realiza em S. Mamede, concelho da Batalha, uma feira semelhante todos os dia 4 e 20 de cada mês!
    As vacas e outros animais de grande porte desapareceram quando da doença das vacas loucas mas ainda se vendem galinhas, pintos, coelhos, patos, etc.
    É uma feira enorme, muito concorrida mas já não tem este ar popular recriado e muito bem aí nos Marrazes!
    Gostei de ver!

    Abraço

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  3. Gostei tanto! Há tradições que se deviam manter para que os mais novos ( ou urbanos lol) soubessem dar mais valor ao passado.

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