segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Indisciplina


Os jornais e os telejornais vêm hoje muito escandalizados com a notícia de que 17 mil alunos foram alvo de processos disciplinares no último ano, o que corresponde a um aumento de 15%. E acrescentam que pais e professores estão muito preocupados com este aumento que se deve, essencialmente, ao facto de as escolas terem demasiados alunos e de estarem na escola até cada vez mais tarde.

A mim, pessoalmente, espanta-me que tenha havido 17 mil meninos que tenham sido alvo de processos disciplinares e acredito sinceramente que os professores estejam assaz preocupados com a situação. Quanto aos pais... parece-me que, se eles de facto se preocupassem com este problema, isso só por si baixaria o número de casos de indisciplina.

Não vou falar do meu tempo de aluna que esse tempo é para esquecer... mas não me lembro de processos disciplinares nem no colégio nem no liceu onde andei. Bastava que fossemos chamados ao gabinete do Director ou da Senhora Reitora para termos um tal medo que não voltaríamos a repetir fosse qual fosse o motivo dessa chamada. E então se informassem para casa... bem, nem vale a pena falar!

Mas não é preciso retroceder cinquenta anos! Basta olhar para há dez, quinze anos atrás e estes casos não aconteciam com esta frequência nem com esta violência. E a responsabilidade não está na “falta de autoridade dos professores” ou das direcções, nem na forma de “organização das escolas”, nem no “descrédito em que caiu a classe docente” com a medidas dos últimos ministérios. Os principais responsáveis de grande parte dos conflitos que se passam nas escolas dentro e fora das aulas são – que me desculpem – os pais!

O menino tem sempre razão!
O menino sabe, porque os paizinhos lhe disseram, que o professor nada pode contra ele!
O menino não mente! Tem muitos defeitos, mas não mente!
O menino é muito nervoso e por isso não consegue estar quieto e calado. Até é seguido por um psicólogo lá fora!
O menino chama nomes ao professor porque também chama nomes aos paizinhos e os paizinhos, lá em casa, também chamam nomes ao professor.
O menino fala alto nas aulas e atira papeis para o chão porque lá casa também o faz.
O menino não fez o TPC porque teve os anos da prima e o treino de ténis ou de andebol e a explicação de francês e a aula de psicodrama!
O menino tem de atender o telemóvel na aula porque pode ser a mãezinha.
Se o telemóvel do menino for apreendido pelo professor, no dia seguinte, o menino traz outro.
O menino não pode ter testes à 2ª feira porque no fim-de-semana vai para fora com os paizinhos.
O menino não tem um horário de trabalho e de estudo porque, coitadinho, já vai muito cansado da escola e tem de brincar!

Etc. etc. etc.

Ora não é com um novo Estatuto do Aluno, ou com a nova figura do Director, ou com escolas maiores ou mais pequenas que as coisas se resolvem. Enquanto os pais não entenderem que está nas suas mãos a prevenção da indisciplina nas escolas, não vamos a sítio nenhum. E, a continuarmos assim, daqui a algum tempo – não muito, não arranjaremos muitas pessoas que queiram ser professores...




19 comentários:

  1. Mais uma vez os pais, nem sequer apenas alguns pais...
    Não enfio a carapuça de nenhuma das queixas em relação aos pais, e como mãe fico atónita ao ver que continuam a bater na mesma tecla.
    Foram os pais que fizeram as leis vigentes? Em que todos passam, em que é permitida a indisciplina, em que há agressões nas aulas e talvez processos disciplinares e no outro dia esses mesmos alunos continuam a frewuntar a escola... Qualquer pai minimamente interessado, que vá buscar o filho à escola, e enquanto espera, assiste a cenas que nem sei adjetivar.
    Já vi de tudo, e os empregados sabem o que acontece e também os professores.
    Outro dia à conversa com uma professora, dizia ela que tem sorte porque na escola onde leciona não acontecem coisas como as que lhe contei, e que a Senhora Doutora conhece bem pois foi até há bem pouco tempo directora do Conselho Executivo. Há escolas e escolas.
    Quanto a mandar a bola sempre para os pais ou para qualquer outro lado, só tenho a dizer que enquanto cada um não for responsabilizado pelos seus actos nada resultará. Assim fui educada e desde muito nova eu era responsável pelo meu percurso escolar e pelas atitudes que tomava. O assunto era entre mim e a professora. Assim o digo aos meus filhos.
    Há turmas onde de facto nenhum professor quer dar aulas, e alguns metem atestado todo o ano só para se livrarem dela.
    Para terminar - o meu filho foi para a escola com 5 anos, cheio de vontade de aprender, educado, sensível, com um bom raciocínio, boa memória, direi mesmo inteligente... oito anos de escolaridade e já nem o reconheço. Onde estão as qualidades que tinha? O que é que aprendeu? E quantas mais asneiras vai aprender até terminar o percurso escolar obrigatório? UMA BOA SEMENTE NÃO GERMINA NO DESERTO.

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  2. Não costumo comentar comentários mas em relação a este deduzo que as escolas são um deserto...
    E os camelos são os professores, como é óbvio!

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  3. Rosa dos Ventos, também não costumo comentar comentários, nem sequer comentar, mas desta vez vou fazer uma excepção.

    Tentei fazer um comentário sério sobre o assunto,actual e preocupante, sem contudo rotular ou chamar nomes a ninguém. Apenas dei a minha opinião.

    Há e sempre haverá bons e maus professores, boas e más pessoas...

    Eu não chamei nomes a ninguém até porque acho isso muito feio

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  4. Olá pessoal!

    Como Avó só vou dizer que acho os pais maus educadores em casa e com forte influência nas escolas. É que, além de não educarem os filhos correctamente ainda se dão ao luxo de ouvir tudo o que os filhos se queixam e vão pedir justificação aos Professores.
    Completamente errado.
    Se não são capazes de terem autoridade em casa, deixem ao menos os Professores ser "A qutoridade" nas Escolas.

    Perdoem os que não concordarem comigo. Esta é a minha opinião e digo isto por experiência própria. Com filhos, netos e amigos vejo os problemas que estão a passar por não manterem a disciplina dentro de casa.
    Agora queixam-se por terem que andar a tratá-los nos Psicólogos.

    Amor é... também... saber dizer NÃO!

    Espero que o Novo Estatuto do Aluno reponha as coisas no seu devido lugar.
    Está na hora!!!!!!

    Beijossssss

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  5. Errata:

    "A autoridade" nas Escolas.

    Ai estas unhas de gel!!!!

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  6. Este tema (como é hábito da autora) vem mesmo a talhe de foice, está na ordem do dia!
    Isto é um tema delicado, muito técnico, que não poderei abordar nada mais nada menos como aluno (mau) que fui, pai de aluna, e agora avô com responsabilidade directa (diária) na educação e instrução das minhas netas (duas)qualquer dia três.
    O que foi escrito pela autora sobre o nosso tempo, hoje para alguns pais e meninos estudantes é ficção cientifica.
    Eu acho que no meu tempo era muito duro levar umas palmatoadas dos professores, (eu levei tantas) mas agora é o vazio total, os professores foram esvaziados dos seus poderes, como superiores hierárquicos que são dentro da unidade escolar, tal como fizeram com as policias, ou as forças armadas.
    Quando fui aluno, se chegasse a casa e fizesse queixa do professor, havia borrasca, porque naturalmente eu tinha feito alguma.
    O meu pai não dizia professores dizia, "os Mestres".
    Se os nossos filhos chegarem à escola sem regras que lhe deverão ser ministradas em casa, como a educação, o respeito, e o civismo, já falhámos no nossos dever de pais. O que me parece é que agora há pais que acham que os professores é que têm que fazer estas tarefas. Atenção que há os professores, e aqueles que vão lá só para terem o emprego!
    Honra aos excelentes professores, que ainda os há, gostava de realçar aqui a excelente professora da minha neta Carlota, que conseguiu motivar uma turma de crianças de tal modo que ela se tornou para eles um ídolo. Este ano foi o último que passaram com ela, e o desgosto deles foi imenso.
    De seu nome Adriana Mendes - Escola Primária do Linhó - Sintra

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  7. Parte 1
    Maria Paz…
    Tem, seguramente, direito à opinião e indignação.
    A 2ª parte da sua 1ª frase até faz todo o sentido. Quanto ao resto, vejamos:
    a) As leis, na sua opinião, não prestam. Afinal, com essas leis: “… todos passam/… é permitida a indisciplina/… há agressões nas aulas e talvez processos disciplinares e no outro dia esses mesmos alunos continuam a frewuntar a escola...”. É impressão minha ou chamou incompetentes a quem as faz?
    b) “Qualquer pai minimamente interessado, que vá buscar o filho à escola, e enquanto espera, assiste a cenas que nem sei adjetivar. Já vi de tudo, e os empregados sabem o que acontece e também os professores.” É impressão minha ou meteu todos os empregados e todos os professores no mesmo saco? Era esse o erro que tinha levado à sua indignação, certo?
    c) “…enquanto cada um não for responsabilizado pelos seus actos nada resultará.” Concordo inteiramente consigo. O pior é o que vem logo a seguir: “Assim fui educada e desde muito nova eu era responsável pelo meu percurso escolar e pelas atitudes que tomava. O assunto era entre mim e a professora. Assim o digo aos meus filhos.” Sabe perfeitamente que um problema entre o seu filho adolescente e um professor, um polícia, um empregado de bar, seja quem for… não é apenas entre eles! Também é consigo. E é, igualmente, com toda a Sociedade.
    d) “Há turmas onde de facto nenhum professor quer dar aulas, e alguns metem atestado todo o ano só para se livrarem dela.” Mais uma vez mete todos os professores no mesmo saco. Era esse o erro que tinha levado à sua indignação, certo?
    e) “… o meu filho foi para a escola com 5 anos, cheio de vontade de aprender, educado, sensível, com um bom raciocínio, boa memória, direi mesmo inteligente... oito anos de escolaridade e já nem o reconheço. Onde estão as qualidades que tinha? O que é que aprendeu? E quantas mais asneiras vai aprender até terminar o percurso escolar obrigatório?” É fácil depreender a idade actual do seu filho. Acredito que ele, tal como a maioria das crianças de 05 anos, tinha aquelas características. O problema é que eles mudam, pelas mais diversas razões. Sabe isso tão bem como eu e qualquer outra pessoa que tenha lido sobre a adolescência. Mas também não precisa de exagerar! A adolescência passa. Algumas das qualidades ele ainda as deve ter, apesar de a Mãe já as não ver. O seu filho não gosta tanto de aprender como aos cinco anos, isso é relativamente normal. Mas não é bem educado, nem sensível, nem tem bom raciocínio, nem boa memória, nem é sequer inteligente?!... Alguma coisa deve ter aprendido, apesar de a Mãe não ver. E claro que vai aprender mais asneiras até terminar o percurso escolar obrigatório. Resumindo… É impressão minha ou tratou bastante mal o seu filho, na ânsia de não chamar nomes aos outros, pois acha isso muito feio?

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  8. Parte 2
    f) “Há escolas e escolas.” Não conseguiu, ainda, passados 8 anos, encontrar uma Escola digna desse nome para o seu filho?
    g) “UMA BOA SEMENTE NÃO GERMINA NO DESERTO.” Como sabe, no deserto, quase nada germina. Por isso mesmo é que se chama deserto! Nem as boas nem as más sementes. E acredite que é dando contributos para transformar o deserto em terra arável, que quase todas as sementes ficam boas e germinam. Há várias experiências nesse sentido, com enorme sucesso, em locais que eram desertos. Repito: eram! A Escola também é, parcialmente, terra arável ou deserto. Cabe-lhe a si, a mim, a todos… fazer a diferença. Reduzir a parte que parece deserto. E não se esqueça de, pelo menos, uma ideia fundamental: os assuntos entre o seu adolescente e as outras pessoas também são seus. Não lhe exija o que ele ainda não pode dar. Tenho a certeza que ele está a precisar da sua ajuda!
    h) Por último, alguns números: uma semana tem 168 horas; se os professores do seu filho fossem todos cumpridores, o que não deve ter sido o caso, ocupariam, no máximo, 40 dessas horas (um quarto do tempo). Daqui se depreende, mesmo admitindo que os 8 anos de escolaridade não correram bem, que o seu filho teve muitos outros professores em muitos outros locais e circunstâncias. É o todo que o determina e não apenas uma parte. E nunca se esqueça que o seu filho tem vontade própria e é ele que, por muito que lhe custe, determina, em boa parte, o modo como se ajusta ao mundo em que vive.
    i) Também tenho pena que os adolescentes fiquem, tantos, tão diferentes daqueles meninos de 05 anos que levamos à Escola! Também sei que a maioria dos Pais tentam, tentamos fazer o melhor. As generalizações é que são sempre um problema e, por isso, repito: A 2ª parte da sua 1ª frase até faz todo o sentido. O comentário, no seu todo, pecou pela mesma razão da sua indignação. Mas, apesar de adultos, nem tudo nos sai sempre bem. Há dias! E tenho a certeza que a sua intenção era e é positiva.

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  9. Ainda me falta dizer mais qualquer coisa.

    Começo por pedir desculpa à autora do blog por ter gerado esta confusão, um blog tão calminho em que todos dizem amén...

    Da discussão nasce a luz.

    Fartei-me de levar na cabeça.

    Muitas deduções e interpretações das minhas palavras, mas pouca análise do problema - a indisciplina escolar. Esta não é boa para ninguém. Nem para o aluno, que a pratica ou a ela assiste, nem para o professor que assim não pode ensinar, o seu papel principal, mas que no meu entender não deverá ser o único.

    Serão os pais os culpados?

    Sim - na vossa opinião.

    Não - na minha.

    Serão os professores os culpados?

    Na minha opinião, não.

    Quem será então o culpado?

    Culpado - procura-se

    Antigamente o Salazar era culpado de tudo, e agora?

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  10. O meu objectivo foi este mesmo!
    Provocar a discussão sem grandes discursos.
    Sou mesmo assim, tenho preguiça de escrever muito! :-))

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  11. Não vejo telenovelas, não tenho paciência!
    Mas há aqui semelhanças!
    Anda a passar uma que quando querem falar do tempo da outra senhora, dizem:
    - No tempo do Zé da Beira!...
    Que dizer?
    Eventualmente esta jovem mãe, nem era nascida quando o homem morreu?
    -O que saberá desse tempo?
    -Qual o modo como lhe chegou a informação?
    Agora há muita gente a querer branquear, esse personagem, deviam todos ter passado pela guerra colonial, tanto na qualidade de pais, irmãos, filhos, ou de soldados arrancados às famílias, na força da juventude, sem saber como regressavam, eu sei do que falo, tinha 20 anos, já era casado e não fui poupado.
    No meio desse clima de terror, por exemplo não se passaria o que estamos a passar actualmente com o flagelo anual dos incêndios florestais. Isso morria à nascença, uma brigada da GNR, bastava para através de sevícias, (fosse a quem fosse) arrancar as confissões, serem engavetados sumariamente e sem julgamento.
    Nas escolas também não havia tempo para alunos mal criados, para a universidade e liceus só iam os filhos dos ricos, os pobres ficavam-se pela 4ª classe!
    Quem não se sente, não é filho de boa gente:
    -Não gostei da frase:
    -Um blogue tão calminho onde todos dizem ámen!!???
    Isto num blogue de Mestres em linguística, verão que existe um erro de acentuação (amén) mas a sua educação, não lhes permite fazer tais reparos, eu simples mortal e mau aluno faço-o. Depois não aceito ser comparado à carneirada, que segue o pastor incondicionalmente. Estou aqui por muitos anos de amizade e, pelo interesse que me suscitou este espaço desde a primeira hora.
    Acho que ninguém porá objecções que continue a andar por aqui, mas a medição do que fica escrito será uma boa medida. Senão é assim como aquele texto que pensamos que está todo certo, quando vai à mão do professor vem cheio de riscos encarnados, com nota a roçar o negativo.

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  12. Uma vez mais, muito obrigada por todos os vossos comentários!
    Cara Maria da Paz, o meu blog não pretende ser calminho - se der para a discussão, tanto melhor. E se foi você ou a Rosinha dos Ventos que deram azo à discussão, ainda bem!
    Agradeço ao "direitoaocomentário" pela análise rica que fez da intervenção da Maria da Paz. Que bom comentário! E ela de certo aprendeu algumas coisas.
    Quanto à "culpa" da indisciplina, não fica solteira e havemos de voltar a ela mais vezes neste espaço. Os pais não são OS culpados, mas são um bocado culpados. O mesmo se pode e deve dizer dos proffessores e da sociedade em geral. Mas temos de fazer alguma coisa para a melhorar e, como muito bem disse a Maria da Paz: "da discussão nasce a luz"!
    Realmente a sociedade em que vivemos é muitíssimo diferente daquela em que se vivia no meu tempo de aluna; para além disso, agora TODOS os alunos têm de ir para a escola e de estar lá até aos 15 (a partir de agora, até aos 18) anos. No meu tempo e até há 15/20 anos só algumas crianças iam para a escola e se não tinham sucesso, saíam - aí pelo 7º/8º anos muitos alunos não "aguentavam" e saíam. Agora não é assim. Têm de ir TODAS as crianças para a escola e têm de ter o máximo de sucesso.
    É um tema rico e apaixonante este da indisciplina, mas muito difícil de tratar e de resolver.
    Daí tantos comentários e tanta discussão!
    Agora uma coisa só para o meu amigo Gato Preto: os meus pais não eram ricos,nem de perto, nem de longe, tinham só os seus ordenados e eu fui (tive o privilégio de ir) para a universidade!Trabalhei que me fartei para isso.
    Mas por favor continua a discordar de mim e de nós sempre que for caso disso.
    Beijos.

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  13. Queridos amigos (os amigos dos meus amigos meus amigos são, não é verdade?),

    Este tema dá, de facto, pano para mangas.
    Estes comentários irão soar, aos ouvidos de gente mais nova, aos "bota de elástico" do nosso tempo. Eu juro que não gostava de ser assim considerada mas... é a lei da vida! Vamos ficando ultrapassados pelos acontecimentos mas as boas maneiras foram-nos ensinadas e não gostamos de ver vídeos como o da "piquena" que berra para a Professora a tratá-la por tu e a pedir-lhe: - DÁ-ME JÁ O MEU TELEMÓVEL!!!!!!!

    A imagens como essas eu direi sempre NÃO nem que fossem passadas com alguns dos meus netos a quem ensino sempre a respeitar os seus Professores, mesmo que as suas Mãezinhas não gostem que eu faça reparos à educação que lhes vão dando.

    Professores, estou do vosso lado em se tratando de RESPEITO e DISCIPLINA.
    Peço, no entanto, encarecidamente que façam com que a vossa categoria profissional não fique desvalorizada por falta de competência para a docência.

    O máximo dos máximos é a suprema glória de se fazerem respeitar pelo conhecimento e por terem captado a atenção dos alunos ao ponto de eles gostarem de aprender e conseguirem, na avaliação final e sem "favores", alcançar a nota máxima.

    Esta opinião é de alguém que hoje só se lembra dos Professores que desenvolveram o seu nível cultural apesar de não ter nenhuma licenciatura fruto do que diz o amigo GATO PRETO. Só seguia para as universidades os filhos dos ricos.

    Abraços solidários da "cota"

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  14. Olha que não, Tite, olha que não!
    Estou como a Carol, cheguei lá com muito trabalho e muito boas notas para poder ter bolsa de estudo que só "aguentei" dois anos mas já deu uma ajuda!

    Abraço

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  15. Obrigada, querida Tite, pela sua força! Concordo plenamente consigo. Mas reforço a opinião de que nem só os filhos dos ricos iam para a universidade. Houve alguns filhos de gente sem mais meios do que os ordenadinhos (naquela época, eram mesmo ordenadinhos) dos pais que foram estudar para a faculdade. A Rosa dos Ventos e eu sabemos bem do que estamos a falar.
    Beijinhos a todos!

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  16. Queridas Carol e Rosa,

    O meu Pai era daqueles que achava que as raparigas deveriam ficar em casa para tratar de assuntos domésticos e dos maridos.
    Felizmente tive uma Mãe bem avançada para o marido que tinha mas, lamentávelmente, só quando já tinha 15 anos conseguiu convencê-lo a deixar-nos (a mim e irmã) estudar. Nessa altura só poderia ir à noite e aí, nem pensar!!!!
    Foi quando optámos, a minha Mãe e eu, por um curso profissionalizante como era o da Escola Lusitânia Feminina (talvez ainda se lembrem) e fiz o curso de Secretariado que por ter muito boas notas levou a Escola a recomendar-me a uma Empresa Multinacional da nossa praça que ainda continua por cá apesar da crise.
    Como vêem se tivesse seguido logo era muito bem capaz de me ter acontecido essa benesse da bolsa de estudo para seguir por outras paragens.

    Um abraço a ambas

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  17. Admirável mãe! Naquele tempo, poucas mães se "atreviam" a opor-se aos maridos. Tenho uma prima que também fez o curso de secretariado na Escola Lusitânia. O importante era arranjarmos maneira de fazermos a nossa vida financeiramente independentes! Tempos difíceis os da nossa juventude. Agora são difíceis de outra forma.
    O importante é... acordarmos vivos...
    Beijinhos.

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  18. Podes crer Carol.
    Por isso sinto um orgulho imenso na sua perseverança.
    Devo-lhe tudo o que fui e sou na vida.

    Abraços

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