sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A Entrada para a Escola



Este ano, os meus dois netos vão para o jardim, o que constitui alguma apreensão para os pais e até para os avós. Vão deixar a ama que os acolheu aos quatro meses de idade e os tratou como se de seus filhos tratasse. Vão deixar de ser os bebés protegidos por uma pessoa que quase só trata deles para integrarem um grupo mais ou menos pequeno de crianças que ficam à guarda de duas pessoas adultas. É quase o seu primeiro passo para a construção da sua autonomia, para a convivência em grupo, para a vivência mais afastada da família.

Os pais ficam nervosos com a mudança e apreensivos porque é a primeira vez que os seus meninos se vão confrontar com outros meninos diferentes longe da sua supervisora protecção. Além disso, não querem – nem que seja de forma inconsciente – que eles os deixem ficar mal.

É um momento muito importante quer para as crianças, quer para os pais. Enfrentar a novidade é sempre motivo de atracção e, ao mesmo tempo, de inquietação tanto para os adultos como para as crianças. E aí os pais têm um papel extremamente importante porque devem explicar aos seus filhos, de forma clara e muito natural, o que vai acontecer fazendo-os compreender o que lhes espera e o que se espera deles. Mesmo sendo muito pequeninos. Esta é uma forma de manifestarem o seu grande carinho, mais do que abafá-los com presentes e lamechices.

Isto é assim com a entrada no Jardim e volta a acontecer na entrada para a escola Primária (deixem-me dizer à antiga portuguesa!) e até, muitas vezes na entrada para o Ciclo!

Para citar Adalberto Dias de Carvalho, especialista em Filosofia da Educação, “quando os pais vêem os miúdos preocupados, inquietos, [com a entrada para a escola] pensam que é uma preocupação apenas deles, mas muitas vezes está em conexão directa com o temor que os próprios pais têm e não identificam, mas as crianças assimilam de uma forma muito evidente.”

Mas, apesar de tudo o que fica escrito, o pior é que o meu neto José, que faz hoje 21 meses, entrou, na passada 2ª feira, no Jardim e ainda chora todas as manhãs para lá ficar... E, para a semana, vai a minha Elisinha, com todos aqueles mimos próprios de uma menina de três anos e uns meses. Dói tanto como doeu quando aconteceu com as mães deles...



4 comentários:

  1. Sim...tem chorado todos os dias, mas hoje, que já faz 21 meses :-) parece ter sido menos difícil, e os adultos da sala já conheceram um pouco da sua boa disposição...claro, segunda-feira começa de novo com gritos e apitos,já o espero!Depois desta adaptação tenho a certeza de que vai aproveitar à GRANDE esta experiência.

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  2. Não tenho dúvidas nenhumas quanto a isso! Como a Mãe, aliás...

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  3. As crianças têm uma enorme capacidade de adaptação e como são muito curiosas vão começar a contactar umas com as outras, a arranjar amigos e depressa secam as lágrimas...
    E estou eu aqui a ensinar o "padre nosso ao abade"...:-))

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  4. Isto de ser jovem avó, tem destes porém's,...
    Eu já conto os dias, para a entrada da Sofia no infantário, só faltam dois anos, é já amanhã!
    Os teus vão adaptar-se rapidamente!
    Acabou-se-lhes o descanso!
    Depois vem a escola, o trabalho, os filhos, é a vida!
    Saúde para eles, para os pais e restante família, porque isto não pára.

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