(Presépio de Machado de Castro) |
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito
(David Mourão-Ferreira, in 'Cancioneiro de Natal')
(Penso tantas vezes nisto! Mas nada podemos fazer para fugir ao nosso destino, não é? Quem me dera possuir o estoicismo de Ricardo Reis!)
Não conhecia este poema do David Mourão-Ferreira. Saberia já da febre do consumismo que transformou o Natal numa imensa loja de comércio?
ResponderEliminarCusta a admitir, mas um Natal feito da febre do consumismo é já um "Nada a sós connosco".
Até as crianças parecem menos inocentes...
Um beijo
Lídia
Ai as modas... Ai o «ter» e o «mostrar» e o «ostentar», Lídia!
EliminarBeijinho
Um belo poema que eu não conhecia. O sentido, bom o sentido eu nem quero pensar. Quando esse dia chegar, se eu não partir antes sofrerei então. Sofrer por antecipação, não.
ResponderEliminarAbraço
A mim acontece-me. Por vezes. Às vezes. Muitas vezes. Mas para frente é que é o caminho...
EliminarBeijinho
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ResponderEliminar«Das habilidades que o mundo sabe,
esta é ainda a que faz melhor: dar voltas.»
~~~~ José Saramago.
~~~~~~ Beijinhos.
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Cheio de razão o nosso Nobel...
EliminarBeijinhos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarQue seja um Natal de Paz.
ResponderEliminarAcima de tudo de Paz.
Beijinhos, bfds
«Acima de tudo de Paz» num mundo dominado pelo ódio e pela guerra.
EliminarBeijinhos, Pedro.
Não sei se virá um Natal assim
ResponderEliminarTudo nos tiram e apagam memórias
Será que tudo vai ter um fim
Seremos nós que procuramos glórias?
Ai que mal andamos, amigo Luís!! Que mal nos sentimos...
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